Cinema Crítica: Deadpool chega aos cinemas em versão zueira, proibidona e irreverente Anti-herói do universo Marvel é interpretado nos cinemas por Ryan Reynolds

Por: Adriana Izel - Correio Web

Por: Ricardo Daehn - Correio Braziliense

Publicado em: 11/02/2016 10:20 Atualizado em: 11/02/2016 12:26


Personagem já tem segundo filme garantido. Foto: Fox/Divulgação
Personagem já tem segundo filme garantido. Foto: Fox/Divulgação

Os créditos do longa de estreia do cineasta Tim Miller já apontam o tom de galhofa que embala Deadpool, quando destaca que o filme terá “a gostosa de plantão”, “o vilão britânico” e o “cara que tá-se-achando”. Especialista em efeitos especiais de games e criador do conceito da abertura do longa Thor: O mundo sombrio, o diretor entende do riscado, quando investe em ação e impacto visual. Quem dá liga à trama é a mesma dupla de roteiristas de Zumbilândia: Rhett Reese e Paul Wernick.

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Afundado no que ele chama de “mar de m.”, sinônimo para câncer em estágio terminal, o ex-militar que tem por apelido Mercenário Tagarela no filme (tal qual nas HQs da Marvel), avança para um futuro de cura. Mas, com poder de regeneração aos moldes dos de Wolverine (com quem Deadpool já apareceu em X-Men origens: Wolverine), Wade Wilson, identidade nada secreta, terá dose cavalar de sofrimento, diante da deformação do rosto e de regulares sessões de tortura. Wilson - interpretado por Ryan Reynolds, ator de Lanterna Verde - elabora o plano de vingança contra malfeitores, entre os quais Ajax, papel a cargo do ator Ed Skrein (Carga explosiva: O legado) e a comparsa Pó de Anjo (Gina Carano).

Deadpool vem regado a muito sarcasmo, cortesia do protagonista, além de ridicularizar, em muitos momentos, a participação no longa de dois integrantes dos X-Men: Colossus e Míssil Adolescente Megassônico.

Bastante íntimo dos espectadores, com os quais mantém diálogo direto junto à câmera, Deadpool não hesita em tirar a cueca branca para improvisar uma bandeira de pedido de “paz”. Inesperadas também são as cenas ao lado da brasileira Morena Baccarin, que interpreta a ex-prostituta Vanessa. Alinhado com uma visão progressista, o Ministério da Justiça brasileiro estabeleceu a classificação indicativa do filme restritiva para menores de 16 anos. Já nos EUA, a restrição é mais severa. Ferimentos bem aparentes, como um afundamento de acendedor de cigarro em um corpo, uma faca cravada no cérebro, junto a piadas com drogas, desencorajam a recomendação ao público mais novo. A sequência de Deadpool foi confirmada, mas sem data de estreia.

CRÍTICA / Júlio Cavani
Deadpool é o mais adulto e também o mais infantilizado produto da Marvel. O filme tem sexo, palavrões e cenas de violência explícita, mas, ao mesmo tempo, é uma comédia escrachada, com praticamente uma piada por minuto.

O humor tem momentos inteligentes, principalmente quando faz autoparódias sobre o mundo dos super-heróis, mas o que predomina é um tom besta. Quem quiser um conteúdo mais amadurecido deve procurar Watchmen.

A postura politicamente incorreta é levada ao extremo. A metalinguagem é bem utilizada nos momentos em que o personagem fala para a câmera (recurso bastante usado recentemente em A grande aposta e O lobo de Wall Street). O direcionamento ao público com idade mais avançada pode ser sentido ainda nas referências culturais, com citações a ícones das décadas de 1980 e 1990.

A busca pelo ridículo, além do bom ritmo, é o que torna o longa interessante (talvez o melhor da Marvel), pois não há a falsa seriedade e os discursos de honra presentes em outros filmes do gênero. Até o Homem de Ferro e o Homem Aranha, que sempre falam piadinhas enquanto lutam, conseguem ser mais sérios. O protagonista, inclusive, deixa claro que não se considera e nem quer ser um herói.



Quem é Deadpool?
O personagem interpretado por Ryan Reynolds no cinema surgiu em 1991, nas histórias em quadrinhos criadas por Rob Liefeld e Fabian Niciesa. Ele era vilão da série Os Fabulosos X-Men. Levou sete anos até a telona. A editora Nova Século, responsável por livros de ficção com histórias inéditas da Marvel, lançou neste mês a obra Deadpool: Dog park, para agradar antigos e novos fãs do herói. “Os livros têm essa vantagem de ter uma história completa, pensada para quem está entrando em contato com aquele universo pela primeira vez”, analisa o tradutor Caio Pereira. O romance, de Stefan Petrucha (de HQs do Arquivo X e Beowulf) e traduzido por Caio Pereira, apresenta o mercenário Wade Wilson em uma missão da S.H.I.E.L.D (órgão secreto fictício do universo Marvel) para salvar a humanidade dos ataques de filhotes de cachorros que se transformam em monstros gigantes.

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