Folia Carnaval 2016: Sábado pernambucano no Marco Zero traz Lenine de volta ao Carnaval do Recife

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 07/02/2016 07:05 Atualizado em: 07/02/2016 04:19

Lenine foi a principal atração da noite de sábado e cantou tanto músicas do novo álbum, "Carbono", quanto seus sucessos. Crédito: Wagner Ramos/PCR/Divulgação
Lenine foi a principal atração da noite de sábado e cantou tanto músicas do novo álbum, "Carbono", quanto seus sucessos. Crédito: Wagner Ramos/PCR/Divulgação

A segunda noite de shows do Marco Zero no Carnaval 2016, neste sábado, teve a tranquilidade como tônica, ajudado, talvez, pelo Galo da Madrugada, que exigiu uma mobilização dos foliões durante o dia inteiro. A facilidade em circular pelas ruas do Bairro do Recife ajudou quem estava no local apenas para se divertir, em vez de arrumar confusão. A grade de atrações foi tomada exclusivamente por atrações locais, que animaram o público com um talento forjado a partir da valorização da cultura pernambucana. A noite ainda trazia uma atração especial: o cantor Lenine, que levou falta no Carnaval de Pernambuco durante o ano passado por, segundo ele, estar em processo de produção de seu disco mais recente, Carbono

Quem abriu a noite, por volta das 20h40, foi o Maestro Duda acompanhado de orquestra, o que abriu caminho para Silvério Pessoa, pouco depois das 22h. Ao longo de sua apresentação, o cantor privilegiou o frevo em seus arranjos e chamou três convidados ao palco: Almério, que venceu ano passado o concurso popular Natura Musical, a cantora e bailarina Flaira Ferro e o cantor e compositor Lula Queiroga. À vontade no palco, Silvério convocou o público para uma grande ciranda, com clássicos do gênero, como Frevo e ciranda, composto por Capiba. Canções pernambucanas emblemáticas como De chapéu de sol aberto e Trombone de prata, também entraram no repertório, mas elas também deram espaço para Borogodá, a versão de Reginaldo Rossi para a música francesa Les Cornichons, e até Quando, de Roberto Carlos. 

Já Nena Queiroga, habitué do Marco Zero, teve o ecletismo como ponto característico de sua apresentação, com um repertório que foi de Tente outra vez, de Raul Seixas, até Arerê, gravada pela Banda Eva, da Bahia. Os cinquenta anos do nascimento de Chico Science não foram esquecidos, com A praieira e Maracatu atômico, e os frevos gravados por Alceu Valença também foram lembrados. Arreia a lenha e Chuva de sombrinhas, dois sucessos pernambucanos dos anos 90 que se tornaram repertório praticamente obrigatório do Carnaval, também se fizeram presentes. Durante a apresentação, um momento comovente: a cantora dedicou atenção durante parte do show a uma criança cadeirante, João Victor, de sete anos.

Quando entrou no palco, à 0h45 deste domingo, Lenine parecia estar decidido a matar a saudade do Carnaval pernambucano, em um show de 1h30 de duração com uma gama de 20 músicas, incluindo sete canções de seu novo álbum e o restante de canções já amadas pelo público. Antes de entrar no palco, o cantor já havia avisado que este era um momento de descoberta para uma parte considerável da plateia. “Não é só um show. São 37 anos morando longe e eu levo Recife comigo. É óbvio que vou focar no meu novo filho, Carbono. Ao mesmo tempo, as pessoas esperam que eu toque minhas outras músicas e isso é muito bacana”. 

O show de Lenine, então, não decepcionou nem quem queria ouvir músicas mais antigas, nem os fãs que sabiam todas as letras de Carbono. A sonoridade mais cheia de camadas, com guitarra em evidência, pôde ser ouvida em toda a apresentação, inclusive em músicas como Cupim de ferro, parceria do músico com integrantes da Nação Zumbi.  Em um momento, o cantor fugiu do script ao tocar, apenas com voz e violão, Hoje eu quero sair só, que não estava no repertório da apresentação. O mesmo aconteceu com Paciência e Leão do Norte, em momentos que levantaram o público. Atirador, Dois olhos negros, Jack soul brasileiro, Do it e Na pressão ajudaram a satisfazer uma plateia sedenta por músicas que pudessem ser cantadas junto com Lenine. Para encerrar, Lula Queiroga voltou ao palco para cantar Alzira e a torre, composição em parceria com a atração principal da noite. Por volta das 2h30, Almir Rouche mostrou ter fôlego pós-participação no Galo da Madrugada e alternou marchas mais lentas como Turbilhão e Bandeira branca com composições conhecidas em sua voz, como Palhas do coqueiro. 



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