Artista desenha das histórias da vovó ao bate-papo com os amigos
Exposição "Fragmentos do Núcleo" abre neste sábado, n'A Casa do Cachorro Preto
Publicado: 09/01/2016 às 11:00

Em média, cada obrafoi elaborada ao longo de 24 horas. Foto: Bozó Bacamarte/Reprodução/
Com a força das mãos, Daniel Ferreira imprimiu, aos 16 anos, os primeiros traços precisos em um painel de eucatex. A princípio, o desenho deveria apenas retratar uma mulher imaginária, mas, ao ser finalizado, marcou o surgimento de um artista. "Foi ali que vi ser possível trilhar o caminho artístico", lembra. O Núcleo, nome escolhido para a criação, passou a fazer parte de um acervo formado pelas tantas pinturas criadas a partir daquela experiência. Onze anos depois, o quadro será o protagonista da primeira exposição individual de Bozó Bacamarte, como Daniel ficou conhecido. A mostra será aberta neste sábado (9), às 18h, n'A Casa do Cachorro Preto, em Olinda, com apresentação dos DJs Xuana e Fininho.
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Fragmentos do Núcleo reúne, além da mulher retratada em técnica de xilogravura, 23 obras, entre pinturas em madeira, telas e arte em paredes. De histórias contadas pela avó a situações vividas entre amigos, as temáticas abordadas no material revelam um artista atento aos detalhes do cotidiano. “Os temas que pinto são tirados do meu dia-a-dia e dos contos que ouvia na família”, explica. Além do conteúdo predominante no trabalho de Bozó, a exposição evidencia aspectos artísticos. Nos quadros, é possível identificar cores discretas enlaçadas por contornos pretos, uma das características do pintor.
Em média, cada peça foi elaborada ao longo de 24 horas. As mais detalhadas exigiram até três meses para serem finalizadas. O tempo poderia ser maior se Bozó fizesse rascunhos antes da execução de cada arte, mas ele prefere agir de forma intuitiva: “Junto tudo que está na minha cabeça e passo para a tela”. Parte do acervo de Fragmentos do Núcleo, que deve ficar em cartaz até o fim do mês, estará à venda por valores que variam de R$ 400 a R$ 2000 - no caso dos quadros maiores (70x80cm). Quem se arriscar a levar O Núcleo para casa, será getilmente convidado a apenas apreciar a peça: “Não vendo de jeito nenhum”.
Entre carros
Durante quase dois anos, Bozó trabalhou em uma oficina automobilística. A paixão pela pintura falou mais alto em 2012, quando decidiu largar a profissão e se aventurar na arte. "Era difícil conciliar. Para trabalhar na oficina, eu precisava me concentrar só nos carros, até para não acontecer um acidente no futuro. Só quando anoitecia, eu trabalhava com a pintura", comenta.
Serviço
Abertura da exposição Fragmentos do Núcleo
Quando: neste sábado (9), às 18h
Onde: A Casa do Cachorro Preto (Rua 13 de maio, 99, Cidade Alta)
Gratuito

