Entrevista "Quero provar que faço música além do Alto, em cima, Alto, em cima", diz Naldo Benny, sobre novo disco Cantor e compositor divulga o disco de inéditas Sarniô e cumpre agenda de shows, nesta quinta-feira, no Recife e em Olinda

Por: Marina Simões - Diario de Pernambuco

Publicado em: 12/11/2015 15:30 Atualizado em: 12/11/2015 20:34

"Amor de chocolate, sem dúvidas, foi um divisor de águas. A música que me apresentou para o Brasil", lembra Naldo. Foto: Reprodução/Facebook
"Amor de chocolate, sem dúvidas, foi um divisor de águas. A música que me apresentou para o Brasil", lembra Naldo. Foto: Reprodução/Facebook

Há quase dois anos sem lançar novidades, o cantor Naldo Benny retoma a carreira e inaugura nova fase com o disco de inéditas Sarniô, o terceiro projeto da carreira solo disponível em todas as plataformas digitais. Aos 36 anos, casado, pai de dois filhos, Naldo afirma estar vivendo uma “fase de plena felicidade e paz” e quer mostrar seu lado cantor e compositor, além de apostar em um som mais pop sem deixar de ser dançante. “Ele (Romero Britto) faz uma arte pop, meu som é pop e acho que toda essa junção contribui para esse projeto”, fala sobre a capa do álbum assinada pelo pernambucano Romero Britto.

Confira os shows no roteiro do Divirta-se

Sarniô
- que significa “mandar bem” ou “tirar onda” na linguagem da favela - traz 17 canções novas. Entre elas, Minha Victória para a filha Maria Victória de oito meses e outra, Tão especial dedicada à esposa Ellen Cardoso, a Moranguinho.

Passado o furor do sucesso, Naldo quer se desvencilhar da antiga imagem, e se consolidar como intérprete no que ele aponta ser “o melhor álbum da carreira”. A estratégia é se reposicionar e voltar a ter canções entre as bem executadas nas rádios. Os trabalhos anteriores foram os DVDs Na Veia Tour (2011) e Multishow Ao Vivo Naldo Benny (2013), que lhe rederam frutos. Considerado um fenômemo no ano de 2012, Naldo esteve no topo das paradas com canções consecutivas. A principal foi Amor de chocolate. O refrão “Vodka ou água de côco pra mim tanto faz/ Gosto quando fica louca/E cada vez eu quero mais…”, tocou repetidamente de norte a sul do Brasil. Poucos sabem que antes disso ele havia emplacado como compositor as faixas Meu corpo quer você, na voz de Preta Gil, e Depois do amor, dueto de Belo e Perla.



De passagem pela capital pernambucana, o carioca cumpre agenda de shows, nesta quinta-feira (12). Ele se apresenta no Manny Deck (Rua do Sol, 468, Carmo, em Olinda), a partir das 20h. Com ingressos por R$ 40. Informações: 3318-0226. E em seguida, comanda o Baile do Liverpool, com show às 23h, em Boa Viagem. Ingressos: R$ 50 (masculino) e R$ 40 (feminino), à venda no local. No repertório, além dos principais sucessos Amor de Chocolate, Exagerado, Chantily e Se Joga, ele promete mostrar canções do novo disco, como Meu bem.

Em entrevista exclusiva ao Viver, o cantor deu detalhes do novo disco, falou sobre a família, a superexposição no início da carreira, o polêmico casamento com Moranguinho e revelou uma história inesquecível vivida no Recife. “Estava aqui quando liguei para minha mãe e disse a ela que tinha comprado a casa própria. Aquele momento foi marcante”, disse. 

Ainda dentro das novidades, Naldo lança um game para celular com download gratuito chamado Nu Floww, disponíveldisponível na Apple Store e Google Play. E em breve vai estrear como ator com participação no longa-metragem Rio Heat, onde contracena com Andy Garcia e Harvey Keitel. O filme está previsto para janeiro de 2016.

Entrevista // Naldo Benny


As canções de Sarniô estão menos sensuais. Isso foi proposital?
Quis inovar para não ser repetitivo. Posso cantar e interpretar muito mais, sem deixar de ser dançante. Queria mostrar para as pessoas que faço música além daquele "Alto, em cima, alto, em cima". Me aproximei de algo mais rebuscado. A música do astral não permite que se mostre tanto o lado da técnica vocal. Nessas músicas já modulo um pouco a voz. Entrou também uma gaita, de Milton Guedes - um músico muito talentoso que faz a direção musical de Lulu Santos. As pessoas ouvem e podem assimilar a algo de Stevie Wonder e Michael Jackson. Segundo minha equipe é o melhor álbum da minha vida.  Provo que canto, componho, sou afinado e coloquei isso para fora, mantendo a batida.

Como foi o processo de produção do disco? E como escolheu as participações?
Fiz esse disco lá em casa. Tinha um sonho de consumo que era construir um estúdio profissional. Consegui montar todo lá, com a ajuda de outros produtores via internet. Trago participações importantes, como Erasmo Carlos, um grande nome da música brasileira. Tem Mr. Catra e MC Guimê, dois representantes do funk. De um lado a experiência do funk, do outro a novidade. E ainda tem o Mano Brown, dos Racionais MCs, um talento do rap nacional.

Amor de chocolate é a canção que te lançou para o Brasil. Qual a importância dela na sua carreira?

Amor de chocolate, sem dúvidas, foi um divisor de águas. A música que me apresentou para o Brasil. Foi uma grande explosão, todo mundo tocava de norte a sul do país. Teve aquele episódio no Rio de Janero com Will Smith, na frente do hotel Fasano (fevereiro 2013). As pessoas cantando a música e ele postou no Facebook. Essas e outras coisas fizeram com que ela virasse a minha grande música, como existe com outros artistas. Mas também tenho outras. E a carreira continua!

Um dos assuntos de maior repercussão nas redes social foi o seu casamento com a Ellen Cardoso, a Moranguinho. Isso te incomodou?
Não esperava. Foi uma junção de várias coisas. Na época estava com três músicas estouradas no Brasil. Tinha feito o Faustão cinco vezes em 2012, fora os outros programas e propagandas de telefonia e supermercados. Era uma superexposição, estava o tempo todo na casa das pessoas. Já tinha a vontade de fazer uma festa legal, mas isso se potencializou e virou o assunto. Saiu no Fantástico e até capas de revistas. Depois daquilo tudo, hoje as pessoas me  vêem menos e acham que diminuiu cachê e outras coisas. Mas não é assim. Naquela época que era muita exposição. Gosto de ser do povo, sou da favela, e continuo sendo muito simples. Senti que precisava parar um pouco. Quis segurar a onda depois de uma batida muito forte e aprendi a dosar. Sei que as polêmicas sempre vão existir.

Como acredita que seu trabalho seja reconhecido?
Os dois primeiros DVDs trouxeram para o mercado um artista que não existia no Brasil. Um artista que fizesse um som com roupagem diferente. Eu introduzi no funk elementos que hoje se transformou no funk pop. Acrescentei bailarinos e elementos de dança do black music, hip hop e pop. Enfrentei essas dificuldades, quebrei as barreiras e deixo minha constribuição para os artistas que vieram depois.







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