Exposição Exposição reúne legado de José de Barros Exposição "21 anos sem José de Barros" abre nesta terça-feira (17), às 19h, na Galeria Janete Costa

Por: Isabelle Barros

Publicado em: 16/11/2015 19:30 Atualizado em: 16/11/2015 17:46

Mostra traz três módulos com obras nos mais variados formatos e técnicas. Foto: Galeria Janete Costa/Divulgação
Mostra traz três módulos com obras nos mais variados formatos e técnicas. Foto: Galeria Janete Costa/Divulgação

Artista visual meticuloso e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), José de Barros (1943-1994) teve a vida marcada pelo afeto de quem conviveu com ele. Alunos e colegas até hoje o colocam como influência importante como desenhista, pintor e gravador. Um pouco desse legado será mostrado ao público na exposição 21 anos sem José de Barros, com abertura às 19h, na Galeria Janete Costa, localizada no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem.

A exposição traz três módulos com obras nos mais variados formatos e técnicas, em uma carreira que começou em 1965. “O experimentalismo era uma marca forte nele. Ele fez, por exemplo, intervenções com mapas que demonstravam uma gestualidade grande em seu trabalho”, aponta a cocuradora da mostra, Joana D’Arc Lima, que trabalhou em parceria com o professor da UFPE Sebastião Pedrosa. Até um fusca estará na mostra, como uma referência ao carro dirigido pelo artista.

A mostra surgiu como um desejo da irmã do artista, Tereza Dias, responsável por cuidar do acervo de 1500 obras deixadas por Zé de Barros. Para executar a ideia, ela contou com a ajuda do artista Izidorio Cavalcanti, que não conheceu o colega, mas passou a compartilhar a admiração por sua obra. “Sou amigo de Tereza, que falava muito nele”. A nota dissonante fica por conta das instalações da Galeria - o ar-condicionado está quebrado há dois meses.

Com a iniciativa, a importância da obra de Zé de Barros também está sendo reavaliada pela família do artista. “Sempre me perguntei o porquê de tanto tempo sem exposições dele. Às vezes a gente não presta muita atenção à prata da casa. Não sabia o quanto a obras dele era grandiosa e rica até entrar em contato com todo o acervo da exposição Vou começar a repensar meu papel como família dele para torná-lo mais conhecido”, afirma uma das sobrinhas dele, Alexandra Mavridis.

Foto: Galeria Janete Costa/Divulgação
Foto: Galeria Janete Costa/Divulgação
IMPRESSÕES AMAZÔNICAS
Gravuras e litogravuras fazem parte desse módulo da mostra, que inclui a série Impressões amazônicas. O artista passou mais de dois meses na região Norte em 1979 e, após sua volta ao Recife, realizou uma série inspirada na imponência da natureza na selva, com obras que beiram o abstracionismo. Os trabalhos foram expostos duas vezes: em 1980 e em 1996, na UFPE, dois anos após sua morte.

MEMÓRIA
Anotações, peças gráficas, cartazes, transcrições de cartas, esboços de obras e matrizes de gravura compõem esse momento da mostra, que também vai incluir um vídeo com depoimentos de nove artistas sobre a convivência com Zé de Barros, desde ex-alunos, como Gil Vicente e Joelson, a amigos e parceiros como Jairo Arcoverde e Luciano Pinheiro.


Foto: Galeria Janete Costa/Divulgação
Foto: Galeria Janete Costa/Divulgação
PINTURA E NANQUIM
Essa parte do acervo de Zé de Barros traz 43 desenhos em nanquim, além de pinturas, várias delas em grandes formatos, que ocupam o mezanino da Galeria Janete Costa. Parte dessa produção é inédita. “Pouco antes de morrer, houve na obra de Zé no qual fez em preto e branco o que já havia pintado com cores”, afirma Izidório Cavalcanti.

SERVIÇO

Exposição 21 anos sem Zé de Barros
Onde: Galeria Janete Costa - Parque Dona Lindu, s/n, Bairro do Recife
Abertura: nesta terça-feira (17), às 19h
Visitação: Terça a sexta, das 14h às 20h e sábados e domingos, das 14h às 20h, até 10 de janeiro de 2016
Informações: 3355-9832

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