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Violência doméstica, sexo na adolescência e sistema carcerário na segunda temporada de PSI
O psiquiatra e escritor Contardo Calligaris, criador da série, participa da Bienal Internacional do Livro neste sábado
Por: Luiza Maia - Diario de Pernambuco
Publicado em: 03/10/2015 10:00 Atualizado em: 02/10/2015 19:45
Cenas fora do consultório são maioria na nova fase do seriado. Foto: HBO/Divulgação |
São Paulo - Em vez do tradicional divã, o seriado PSI propôs uma abordagem menos clássica da psicanálise. Situações cotidianas se misturaram aos desabafos relatados nos consultórios de Carlo Antonini (Emílio de Mello) e Valentina (Claudia Ohana) e às próprias histórias de vida dos amigos psiquiatras na produção da HBO Brasil, com brechas para atitudes ética ou moralmente condenáveis.
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Após um ano em Veneza - onde retoma o gosto pela profissão e se livra do hábito de repassar todos os pacientes pelos quais não se interessa para Valentina -, Carlo se depara com situações de maior impacto social. "A grande maioria dos personagens não é paciente dele. Ele tem uma postura diferente, uma liberdade maior de lidar com os personagens. Isso é uma grande sacada do Contardo", acredita o protagonista.
Violência doméstica (no capítulo de estreia), abuso sexual, sexualidade na adolescência, prostituição na escola e sistema carcerário, além do inquietante episódio sobre exorcismo e outro na Fashion Week de São Paulo, estão entre os temas abordados pela série, sempre com o embasamento teórico carregador pelos 40 anos de experiência como psiquiatra do diretor geral.
"O tema da segunda temporada é a violência, sob muitos aspectos e de muitas maneiras. Começa com ódio e acaba com a violência do próprio desejo da gente com a gente mesmo", esclarece Calligaris, atração de hoje da 10ª Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, em conversa sobre a história de luta da família contra o fascismo e as marcas do embate na trajetória dele.
* A repórter viajou a convite da HBO Latin America
Contardo Calligaris, diretor geral
Alex Gabassi, diretor
"Cada episódio tem muitos atores e personagens novos, que vão surgindo. Cada diretor teve muita liberdade criativa para desenvolver, aprimorar e criar esses personagens. A gente tem os personagens centrais, que estão muito bem estabelecidos, são muito fortes, conhecidos da primeira temporada. E a cada episódio você descobre várias histórias. A riqueza da série é a bagagem que o Contardo traz. São 40 anos de psicologia, psiquiatria, com casos que a gente explora e são incríveis. A riqueza está nisso: ou são novas vertentes em cima de assuntos já conhecidos ou casos tão mirabolantes e estranhos que são fascinantes".
Maria Angela de Jesus, produtora da HBO Latin America
Emílio de Mello, ator
Claudia Ohana, atriz
"Nunca trabalhei com tanto rigor com o texto, que cada palavra tem um significado. Tem que usar esta. E não tinha espaço para o improviso, por conta disso. Adorei a experiência, do respeito pelo texto, do rigor da cena, as marcas, trazer dimensão para aquele texto que estava no roteiro. Achei muito difícil para o ator, muito complexo, mas uma sensação de domínio da cena muito grande. Tem que contar esta história, não a outra. E não dá pra perder tempo, para abrir a cena e deixar surfar ali. Tem que dizer isso. O rigor é um lado muito interessante da série. Um dos atores que teve uma certa dificuldade para decorar depois veio falar ‘olha, Laís, agora entendi, cresci como ator’. A gente pensa que o bacana para o ator é o improviso, porque ele vai mostrar mais dele, trazer espontaneidade. Tem que achar um meio termo, mas gostei desta experiência. É diferente do texto rigoroso da novela, porque o texto da novela já é redundante por si. Lembro da Cláudia dizendo pro ator que não conseguia decorar ‘se você não falar esta palavra, eu não tenho como te responder’. Cada palavra tem um porquê. E é interessante perceber isso. Quando você lê, não percebe, mas quando levanta a cena, entende".
Laís Bodansky, diretora
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