Livro
Uma das maiores vozes do Brasil, Angela Maria ganha biografia detalhada
Rodrigo Faour faz retrato extenso da cantora que conquistou o Brasil
Por: Rebeca Oliveira - Estado de Minas
Publicado em: 28/10/2015 15:01 Atualizado em: 28/10/2015 16:21
Dona de voz quente e agradável, Angela Maria impactou gerações. Foto: Canal Brasil/Reprodução |
O 1,5m de altura de Angela Maria impactou o jornalista Ricardo Galeno. Ele foi um dos primeiros a escrever um artigo sobre ela, no comecinho da década de 1950, para o periódico Diário Carioca. “É ‘deste tamanho’ o diabo da nova cantora”, afirmou, embasbacado com o talento da artista que nem sequer tinha discos lançados e havia acabado de assinar contrato com a rádio Mayrink Veiga.
“Tipo da garota portátil, dona de uma voz quente e agradável, Angela Maria será, dentro de muito pouco tempo — se bem aproveitada, é claro — , a maior intérprete da nossa música popular”, continuou o empolgado repórter que, à época, parecia prever o destino da pequena Abelim Maria da Cunha, fluminense de Conceição de Macabu, dona de uma das maiores vozes do país e que influenciou tantas outras, como Elis Regina, que costumava imitá-la.
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Pouco antes de completar 22 anos, a intérprete tornou-se uma das mais reconhecidas vozes brasileiras, adentrando em atmosferas tão distintas que iam de classes menos favorecidas até residências oficiais. Era rainha do povo e da rádio — onde começou a carreira, participando de festivais de calouros. A minuciosa biografia lança luz sobre detalhes pouco conhecidos da trajetória da carioca. Alguns, satélites. Outros, essenciais para compreendê-la melhor. Angela Maria gosta de praia. Às vezes, fuma. É louca por feijoada e não consegue dormir antes da meia-noite. Sonhava em cantar para o “povão”, e não para a elite, apesar de, por certo tempo, ser considerada a cantora oficial de presidentes da República, dada a voz grandiosa que transformava qualquer letra em obra-prima. O repertório popular, que por vezes esbarrou na cafonice. A beleza e o carisma.
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