Moda
Sem os holofotes do SPFW, Moda Recife promove três dias de desfiles na capital pernambucana
Versão pernambucana das semanas de moda ocorre no Paço Alfândega até o sábado (24), enquanto estilistas reclamam mais incentivos no ramo
Por: Larissa Lins - Diario de Pernambuco
Publicado em: 22/10/2015 08:50 Atualizado em: 22/10/2015 02:00
Moda Recife chega à oitava edição neste ano. Foto: Bárbara Acioly/Divulgação |
Enquanto o São Paulo Fashion Week promove, desde o último domingo, os desfiles da temporada de Inverno 2016, estilistas da capital pernambucana exibem no Recife, a partir de hoje, coleções para o próximo verão. Apesar do delay - o Verão 2016 ganhou as passarelas da capital paulista em abril passado - o Moda Recife, que segue até o sábado, chega à oitava edição como principal evento do ramo na cidade. Reúne, em três noites de programação, no Paço Alfândega, Centro do Recife, 12 desfiles, assinados por nomes como Flávia Azevedo (Club Noir), Jan Souza e Frederico Ferreira (Frederico F.) - são quatro apresentações a mais, em relação à edição passada. Não tem, porém, a dimensão de outras semanas de moda, como o Minas Trend (Minas Gerais) e o Dragão Fashion (Ceará).
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>> SERVIÇO
Moda Recife 2015
Quando: 22 a 24 de outubro, das 17h às 22h
Onde: Paço Alfândega (Rua da Alfândega, 35 - Bairro do Recife)
Quanto: Entrada franca
Informações: 3053.9858
>> ESTILISTAS
Formada em nutrição e pós-graduada em neurologia, e estilista Flávia Azevedo ingressou no ramo da moda há sete anos, quando criou a marca Club Noir. Nesta sexta, desfila cerca de 40 peças da coleção Curvas, inspirada nos traços do arquiteto Oscar Niemeyer. Preto e branco dominam os looks, com toques de amarelo, azul e vermelho. Cetim, voil e tricoline estão entre os tecidos, além de recortes manuais em renda e couro, simulando as curvas de Niemeyer. “Nos faltam incentivos públicos voltados para a moda, além de mais projetos no ramo. Paulo Borges [idealizador do São Paulo Fashion Week] já cogitou organizar algo por aqui, mas faltam recursos, estrutura. Há mais obstáculos do que facilidades.”, diz Flávia.
Alagoano convidado para o evento, o estilista autodidata Fernando Perdigão desenvolve, desde a década de 1980, projetos envolvendo o filé alagoano (técnica local de bordado). Coordena organização voltada à capacitação e ao emprego de mulheres carentes na produção dos bordados. No Moda Recife, desfila a coleção Urbanos 2, encerrando o line-up do evento. Todos os looks são produzidos à mão, em tonalidades de branco, preto e cinza, com pinceladas coloridas. “Para alavancar a moda no Recife, precisamos de patrocínio e de mais espaço especializado na mídia. É necessária uma vitrine para mostrarmos nossas ideias. Só assim os patrocinadores apostarão nelas”, declara.
Capixaba radicado há 35 anos em Pernambuco, Jan é conhecido no mercado local de casamentos - ele produziu mais de 3 mil vestidos de noiva. No Moda Recife, dá continuidade à tríade de desfiles em comemoração aos 45 anos de carreira, com coleção toda confeccionada em seda pura e pintada à mão pela artesã Fátima Motta. Cássio Bonfim abre o desfile com performance, vestindo look assinado por Jan. “Paris vive da moda e do turismo. Nós precisamos aproveitar melhor esse ramo. Ficamos esperando incentivos públicos e privados e, quando vemos, se passaram 30 anos. São muitas dificuldades nos bastidores”, avalia.
Frederico desfilou com marca própria (Frederico F.) pela primeira vez em 2011, no Moda Recife. Este ano, dá sequência à coleção Beleza roubada, inspirada no filme de Bernardo Bertolucci, com peças de estilo balneário. Os looks remetem ao clima da Itália, em tons de azul e com tecidos leves, já visando o revéillon do Recife, incluindo peças de banho feitas à mão. “O Recife precisa de uma injeção de capital no ramo da moda, as pessoas precisam ser convidadas para acompanhar os eventos locais. Não temos veículos voltados para o setor. E, por fim, ainda precisamos combater o preconceito em relação ao que é produzido no Nordeste”, analisa Frederico.
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