Crítica Miley Cyrus chora, sussura e grita no álbum mais verdadeiro que lançou em quase 10 anos de carreira "Miley Cyrus and her dead petz" foi disponibilizado para download gratuito e reúne letras pessoais, melodias psicodélicas e mensagens sobre drogas e amor

Por: Marcela Assis - Diario de Pernambuco

Publicado em: 05/09/2015 18:00 Atualizado em: 04/09/2015 18:24


Clipe de "Dooo it" dividiu as opniões dos fãs de Miley Cyrus. No canal oficial da cantora no YouTube, 58 mil pessoas avaliaram o material positivamente, enquanto 62 mil marcaram a opção "não gostei". Foto: Divulgação
Clipe de "Dooo it" dividiu as opniões dos fãs de Miley Cyrus. No canal oficial da cantora no YouTube, 58 mil pessoas avaliaram o material positivamente, enquanto 62 mil marcaram a opção "não gostei". Foto: Divulgação

De distorções a acordes propositalmente fora do tom, o novo projeto de Miley Cyrus representa a aposta mais arriscada e madura que a artista poderia ter colocado em prática. Anunciado durante o Video Music Awards, o projeto Miley Cyrus and her dead petz, disponibilizado para download gratuito, reúne letras pessoais, melodias psicodélicas e mensagens sobre drogas e amor. "Sim, eu fumo maconha, sim eu amo a paz. Maz eu não dou a mínima, eu não sou hippie", são as boas vindas da norte-americana em Dooo it, primeira música do álbum, que teve o clipe lançado na noite da premiação.

O lema levantado em We can´t stop (A festa é nossa, podemos fazer o que quisermos), ganhou força nas 23 canções que fizeram do trabalho o mais verdadeiro dos quase 10 anos de carreira da cantora. "As únicas leis que obedeço são as que faço para mim mesma", reafirma em Slab of butter, que conta com parceria de Sarah Barthel, do grupo Phantogram.

Miley experimenta uma musicalidade próxima da que garantiu a nomes como Lana del Rey e Lorde uma posição relativamente estável diante de produtos como Taylor Swift, Justin Bieber, One Direction e Katy Perry. Em Space Boots, oitava faixa de Miley Cyrus and her dead petz, a cantora não se apoia em refrão pegajoso, nem em batidas tão comuns em canções feitas com propósito comercial. Lenta e sem desnecessárias demonstrações de potência vocal, a canção não precisou de grandes esforços para mostrar o quanto é possível falar sobre desilusões amorosas sem cair em clichês.

O novo projeto não surpreende apenas pelas composições, mas, também, pela entrega da artista ao interpretar cada canção. Cyrus skies mostra o quanto a voz dela se torna poderosa em tonalidades mais graves. O refrão de Twinkle song é cantado aos gritos e os versos finais de Pablow the blowfish foram dominados por um choro. Além de contar com a emoção de Miley, a música é uma das que mais representa a proposta do processo de produção do projeto. Sem excesso de tratamento, a faixa evidencia ruídos, como respirações fortes, que porderiam ter sido eliminados por grandes estúdios.



Miley Cyrus and her dead petz se tornou realidade sem intervenções da RCA Records, responsável por Bangerz. As gravações foram realizadas na casa da norte-americana, em Los Angeles, e no estúdio dos Flaming Lips, em Oklahoma. O material é resultado de um trabalho experimental, considerado independente, e não deve oficialmente ser o sucessor do álbum que consolidou Wrecking ball, em 2013. Entre as parcerias que resultaram no novo projeto, Big Sean, Mike WiLL e Billy Ray Cyrus. A coprodução ficou por conta de Wayne Coyne, com quem Miley fez cover de Lucy in the sky with diamonds, dos Beatles, em 2014.

 



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