Cinema FESTBRASÍLIA: Documentário com Ariano Suassuna abre a programação Filme de Walter Carvalho, formado por entrevistas sobre a arte do cinema, é exibido na abertura

Por: Júlio Cavani - Diario de Pernambuco

Publicado em: 15/09/2015 07:43 Atualizado em: 16/09/2015 02:11

O ator Fernando Alves Pinto em cena de Para Minha Amada Morta, de Aly Muritiba. Foto: Grafo/ Divulgação
O ator Fernando Alves Pinto em cena de Para Minha Amada Morta, de Aly Muritiba. Foto: Grafo/ Divulgação
 
Filmes de cineastas consagrados e de novos diretores disputam o troféu Candango na 48ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que começa nesta quinta na capital federal. Pernambuco é representado pelo longa-metragem Big Jato, de Cláudio Assis, baseado no livro do escritor Xico Sá, com Matheus Nachtergaele no elenco, que será projetado no próximo sábado. A cerimônia de premiação e encerramento ocorre na terça (dia 22).

Assis também participa, como ator, do documentário Um filme de cinema, dirigido por Walter Carvalho, que será exibido na cerimônia de abertura, fora de competição. O longa é formado principalmente por entrevistas com cineastas e com artistas como Ariano Suassuna, que relembra a infância nos cinemas do interior da Paraíba. O cineasta paraibano Vladimir Carvalho (irmão de Walter) será homenageado.

Pernambuco é ainda indiretamente representado por dois filmes. O curta Tarântula, filmado no Paraná, foi dirigido pelo baiano Aly Muritiba e pela pernambucana Marja Calafange. Na mostra especial Continente Compartilhado, dedicada a coproduções entre Brasil e outros países da América Latina, está o longa-metragem En el nombre de la Copa, do chileno Diego Marín Verdugo, narrado pelo escritor uruguaio Eduardo Galeano (falecido em abril). O documentário, que retrata contradições de cidades brasileiras durante a Copa do Mundo a partir do olhar de uma viajante chilena, foi coproduzido pela produtora Na Lata Filmes, sediada no Recife, onde ocorreram parte das filmagens.


Tarântula foi projetado pela primeira vez na semana passada no Festival de Veneza. Em Brasília, Muritiba também concorre na mostra competitiva de longas-metragens com Para minha amada morta, protagonizado pelo ator Fernando Alves Pinto (Terra estrangeira, Dois coelhos).

Além de Big Jato (PE) e Para minha amada morta (PR), os longas concorrentes são A família Dionti (RJ), de Alan Minas, Fome (SP), de Cristiano Burlan, Santoro (DF), de John Howard Szerman, e Prova de coragem (RS), de Roberto Gervitz.


Com Mariana Ximenes e o pernambucano Armando Babaioff à frente do elenco, Prova de coragem representa o retorno de Gervitz à direção. Este é seu terceiro longa de ficção. Ele dirigiu Feliz ano velho, visto por mais de 1 milhão de espectadores em 1986, e Jogo subterrâneo, de 2005.

Curiosamente, em 2015, os longas-metragens do Festival de Brasília estão mais curtos e os curtas-metragens estão mais longos. Neste ano, os curtas competem também com médias-metragens (a maioria dos concorrentes tem mais de 20 minutos de duração e alguns mais de 30). Entre os participantes estão cineastas bastante premiados, como o cearense Leonardo Mouramateus e os mineiros Gabriel Martins e André Novais, que esteve em Brasília em 2014 com o longa Ela volta na quinta.

Não há um favorito nem na mostra de curtas (e médias) e nem na de longas. Big Jato reúne as maiores expectativas porque Assis já venceu o festival em 2002 com Amarelo manga e em 2006 com Baixio das bestas (Febre do Rato, seu terceiro filme, foi o ganhador do Festival de Paulínia em 2011). Muritiba também merece atenção por causa de uma exemplar carreira como curta-metragista (com A fábrica, de 2011, ele ganhou 60 prêmios nacionais e internacionais).

Entre os festivais de cinema brasileiros, o de Brasília é o que oferece o maior valor em prêmios. No total, são R$ 340 mil entregues aos vencedores. O melhor longa-metragem ganhará R$ 100 mil. No ano passado, o ganhador foi o filme ceilandense Branco sai preto fica (DF), de Adirley Queirós, mas os concorrentes (incluindo os pernambucanos Gabriel Mascaro e Marcelo Pedroso) haviam decidido dividir o dinheiro entre si em partes iguais, independente de quem fosse o premiado.

No Distrito Federal, a programação do festival deste ano tem sido criticada porque há apenas duas mulheres entre 20 cineastas concorrentes.

LONGAS-METRAGENS SELECIONADOS

1. A Família Dionti, de Alan Minas, 97min, RJ, 2015
2. Big Jato, de Claudio Assis, 92min, PE, 2015
3. Fome, de Cristiano Burlan, 90min, SP, 2015
4. Para Minha Amada Morta, de Aly Muritiba, 113min, PR, 2015
5. Prova de Coragem, de Roberto Gervitz, 90min, RS, 2015
6. Santoro - O Homem e sua Música, de John Howard Szerman, 85min30, DF, 2015

CURTAS E MÉDIAS-METRAGENS SELECIONADOS

1. A Outra Margem – Nathália Tereza, 26 min, MS, 2015
2. À Parte do Inferno – Raul Artuso, 22min, SP, 2015
3. Afonso é uma Brazza – Naji Sidki e James Gama, 23min, DF, 2015
4. Cidade Nova – Diego Hoefel, 14min, CE/DF, 2015
5. Command Action – João Paulo Miranda Maria, 13min, SP, 2015
6. Copyleft – Rodrigo Carneiro, 29min30, MG, 2015
7. História de uma Pena – Leonardo Mouramateus, 30min, CE, 2015
8. O Corpo – Lucas Cassales, 16min, RS, 2015
9. O Sinaleiro – Daniel Augusto, 15min, SP, 2015
10. Quintal – André Novais Oliveira, 20min, MG, 2015
11. Rapsódio para o Homem Negro – Gabriel Martins, 24min, MG, 2015
12. Tarântula – Aly Muritiba e Marja Calafange, 20min, PR, 2015

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