Luto "Vou morrer neste bairro, à frente do clube", dizia presidente do Bola de Ouro, sepultada nesta segunda. Relembre sua trajetória Carnavalesca morreu neste domingo (9), vítima de câncer. A Prefeitura do Recife emitiu nota de pesar

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 10/08/2015 19:06 Atualizado em: 11/08/2015 10:08


Foto: Bernardo Dantas/DP/D.APress
Foto: Bernardo Dantas/DP/D.APress


A Prefeitura do Recife divulgou, nesta segunda-feira (10), nota de pesar pelo falecimento de Dona Luiza, presidente do Clube Carnavalesco Bola de Ouro, agremiação homenageada do Carnaval deste ano. A carnavalesca morreu no domingo, vítima de câncer, e foi sepultada na tarde desta segunda. 

"O bairro de São José, o Recife e o nosso Carnaval ficam mais tristes sem Dona Luiza (...) Meus sentimentos aos familiares e amigos. Fica a ausência. Mas  ficam também o orgulho e a certeza de que Dona Luiza fez história e escola nesta cidade. Obrigado por nos ensinar a ter orgulho do que é nosso. Viva o Bairro de São José! Viva o centenário Clube Bola de Ouro! Viva Dona Luiza!", diz a nota assinada pelo prefeito Geraldo Júlio. 

Confira o perfil de Luiza  Ramalho publicado no Diario de Pernambuco como parte de reportagem sobre como os clubes carnavalescos resistem ao tempo
 
Filha de alfaiate e costureira pernambucanos, Dona Luiza nasceu em casa. Quando recebiam amigos em época de carnaval, os pais diziam que a menina cresceria com o “pavio aceso”, em meio a tanta agitação. E a profecia se cumpriu. Aos 78 anos, afasta peças de fantasia do Clube Carnavalesco Misto Bola de Ouro para abrir espaço na cama onde dorme. A agremiação homenageada deste ano não tem sede. Lantejoulas, penas e estandarte se espalham pela residência, no Bairro de São José. Devota de São Bartolomeu e Nossa Senhora do Carmo, credita a eles a sobrevivência do Bola. Endividada, abriu mão do sonho da casa própria, presente do filho, para quitar débitos do clube. Vive de aluguel. “Vou morrer neste bairro, à frente do clube, e, quando isso acontecer, vou passar o bastão ao meu filho Robervaldo Ramalho, vice-presidente”, explica, diante da filha, Rosalice - que, por sua vez, já declarou: não pretende assumir o legado.
 


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