Axé Prestes a retomar a carreira no Recife, Netinho fala sobre doença, anabolizantes, depressão e morte do axé Cantor baiano retoma a carreira com três shows no Recife, nos quais cantará apenas cinco músicas, e prepara livro

Por: Luiza Maia - Diario de Pernambuco

Publicado em: 26/08/2015 07:50 Atualizado em: 26/08/2015 14:44

Ele chegou a perder 40 quilos devido à doença. Foto: Ricardo Ribeiro/Divulgação
Ele chegou a perder 40 quilos devido à doença. Foto: Ricardo Ribeiro/Divulgação

Em decorrência do uso excessivo de anabolizantes, Netinho experimentou os momentos mais dramáticos da vida. Sofreu três AVCs, fortes hemorragias no fígado, perdeu 40 quilos, enfrentou uma forte depressão, quis morrer, passou três dias sem comer. “Hoje, procuro deixar muito claro que anabolizantes, no uso indiscriminado, não levam a nada, apenas prejudicam”, defende. Após dois anos de frequentes internações, durante as quais ficou praticamente sem falar, o cantor baiano teve alta em janeiro de 2015.

Nesta sexta-feira, sábado e domingo, ele retoma a carreira artística, no palco do Manhattan Café Theatro, em Boa Viagem. No show intimista DNA Netinho, cantará apenas cinco músicas, por recomendações médicas. “Estou treinando minhas cordas vocais, aquecendo-as várias vezes por dia com fonoaudiólogo, para que rapidamente elas possam voltar ao estado que eram, antes de eu adoecer”, conta, em entrevista realizada via áudios de WhatsApp, também de acordo com orientações do médico.

As outras músicas serão cantadas por um conterrâneo cujo nome não foi divulgado. O repertório é dedicado a sucessos da carreira, como Milla, Fim de semana e Capricho dos deuses. Aos poucos, Netinho deve assumir mais canções do set list. Ainda não tem planos de comandar um trio elétrico no carnaval de Salvador no próximo ano, mas se aventura a sonhar com o retorno à festa responsável por mostrá-lo ao Brasil em 2017.

Para Netinho, o axé é uma música que não existe mais. “Esta música está localizada lá, na década de 1990. O que a Bahia está fazendo hoje, eu me reservo para não comentar. Mas acredito que, logo em breve, alguma música produzida na Bahia irá certamente e novamente levar positividade para todo o Brasil, através de suas letras e melodias bonitas”, diz, embora evite discorrer mais sobre o tema.

Além dos ensaios, que começaram há quatro meses, a preparação do baiano inclui sessões com fonoaudiólogo e exercícios físicos, moderados. “Já posso fazer praticamente tudo, claro que com a ressalva da tontura, que era muito grande antes. Quando eu mexia a cabeça para qualquer lado, eu ficava muito tonto, vomitava e caía, se ficasse em pé. Hoje, eu consigo andar, viajar, fazer atividades”, conta, sobre a evolução. Os últimos exames, conta, estavam “perfeitos”.

Em fevereiro, Netinho publicou uma foto da internação nas redes sociais. Foto: Facebook/Reprodução
Em fevereiro, Netinho publicou uma foto da internação nas redes sociais. Foto: Facebook/Reprodução
Vaidoso, pretende voltar à condição física de antes da doença, quando pesava 90 quilos - doente, chegou aos 50 quilos e, agora, já pesa 87 quilos. “Sou vaidoso, como todo ser humano. Qual ser humano não é vaidoso? Quem diz que não é mente. Sou vaidoso sim, e me cuido de todas as formas”, confessa ele, que tenta perder a “barriguinha extra” que ganhou de “presente”.

As dificuldades enfrentadas ao longo dos últimos dois anos serão narradas no livro Nada como viver. “Conto com detalhes tudo que aconteceu nos hospitais, tudo que passei e vivi, com fotos minhas que ninguém viu até hoje, que me surpreenderam quando eu as vi. Eram fotos de outra pessoa, não minhas, devido ao estado terrível em que eu estava”, adianta, sobre a biografia escrita sem pressa, ainda sem data de lançamento prevista.

Ele já planeja um disco de inéditas, com faixas gravadas para outros discos, mas descartadas, e sonha com voltar a tomar banho de mar. “Só não posso entrar no mar, por causa do restinho de tontura. Eu posso cair e me afogar, a não ser que eu vá com uma pessoa. Mas estou guardando para o momento em que eu possa ir sozinho”, idealiza.

SERVIÇO
DNA Netinho
Quando: 28 e 29 de agosto, às 21h, e 30 de agosto, às 13h
Onde: Rua Francisco da Cunha, 881, Boa Viagem
Ingressos: R$: 165 (sexta e sábado) e R$: 110 (domingo)
Informações: 3325-3372

Entrevista // Netinho

"Foi muito difícil, tive vontade de morrer sim um dia. Foi o pior de todos. Fiquei sem comer por três dias, mas passou"

Como está a expectativa para o show?
A expectativa é a melhor possível. Estou muito feliz, tudo pronto, terminando os últimos ensaios e ajustes aqui em Salvador. Viajo para o Recife na quarta-feira, onde terei jantares, reuniões e compromissos de imprensa e mídia. Os shows serão na sexta, no sábado e domingo. Vão ser três noites maravilhosas, em uma cidade que sempre me recebeu com muito carinho, onde fiz muito amigos. Sempre fui muito feliz quando estive aí e desta vez não será diferente.

Como será a noite? Quais músicas você escolheu?
As três noites, assim como meus shows todos na turnê DNA Netinho, serão apenas com músicas que eu já gravei. Entre elas as mais animadas, as mais elétricas e também músicas românticas, as baladas que eu gravei. Vai ser um show como todos os que eu já fiz, reunindo um pouco do que eu já fiz nesses anos todos. São muitos hits, muitas músicas de rádio, eu tive uma dificuldade grande para escolher esse repertório. Tenho certeza de que terei de tirar uma, trocar por outra, porque, mesmo músicas que não tocaram em rádio viraram trilha sonora de muitos fãs meus. Adoro satisfazer as pessoas.

Cantor foi um dos ícones do axé nos anos 1990. Foto: netinho.com.br/Reprodução
Cantor foi um dos ícones do axé nos anos 1990. Foto: netinho.com.br/Reprodução

Como está a sua voz? O que você pode e não pode fazer?
Minha voz ainda está em tratamento. Como você pode ouvir, eu já pronuncio todas as letras, todas as sílabas, falo as palavras todas, mas ainda sigo em tratamento. Minhas cordas hoje se encontram como cordas vocais de um recém-nascido, porque eu fiquei praticamente dois anos falando muito pouco. Como corda vocal é um músculo como outro qualquer do corpo, ele precisa de treinamento. É o que estou fazendo hoje: treinando minhas cordas vocais, aquecendo-as várias vezes por dia com fonoaudiólogo, para que rapidamente elas possam voltar ao estado que eram, antes de eu adoecer, há dois anos. Malhadas, como músculos. Inicialmente, eu cantarei cinco das 30 músicas. Isso tudo sugerido por meus médicos, em São Paulo. Por isso estou levando outro cantor baiano comigo para todos esses shows. Ele canta o restante. No decorrer do show, eu vou aumentando para seis, sete, oito, até conseguir cantar as 30 músicas. A partir desse momento, o cantor sai do projeto e eu sigo fazendo meu novo show pelo Brasil afora.

Quem é o cantor que vai acompanhá-lo? Quantas músicas você vai cantar?
O nome do cantor ainda é um segredo. Irá um cantor já para esses três shows no Recife e ele ainda é um teste, um experimento. Só saberei se ele realmente vai fazer todos os shows pelo Brasil afora quando ele definitivamente se encaixar no projeto. Então eu estaria sendo leviano se falasse agora, neste momento, o nome de qualquer cantor e ele adiante não estar no projeto, coisa que poderia prejudicá-lo na carreira. Então eu prefiro manter em segredo. Quem verá o cantor serão apenas as pessoas que irão aos primeiros shows. Quando ele ou outro cantor se encaixar definitivamente, eu mesmo anunciarei na mídia e redes sociais.

Como foram os ensaios para o retorno? Quando começaram? Qual a periodicidade?
Os ensaios para o retorno começaram há quatro semanas aqui em Salvador, para os três primeiros shows no Recife, praticamente três vezes por semana. Nas duas últimas semanas, incrementamos para quatro. Na última semana, acontece um ensaio por dia, de banda e bailarinos. Deu para tudo, está tudo ficando perfeito. Hoje, irei assistir apenas aos dois últimos ensaios em Salvador, apenas para confirmar tudo, que já ficou tudo perfeito.

Você está preparando um disco, chamado Feito em casa. Será um projeto de inéditas, sucessos?
Este projeto que eu estou preparando há algum tempo já e darei continuidade assim que fizer esses três shows primeiros no Recife se chama Feito em casa e é composto por sobras de gravações de discos durante esses anos todos. Chegando em casa neste ano, após a segunda internação de seis meses no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, encontrei em minha casa, na praia de Guarajuba, na Bahia, muitas sobras, muitas músicas lindas que eu gravei e não entraram nos discos. Então eu tive a ideia de pegar esse material, entrar no estúdio, acrescentar alguns elementos e instrumentos que não estão nessas gravações, remasterizá-los todos e colocá-los em um disco. Será um álbum apenas de músicas inéditas que eu já gravei no passado e não entraram em discos.

Quando você sentiu que estava pronto para voltar aos palcos? E quando pretende fazer um show completo?
Na verdade, ainda não estou pronto para fazer um show completo. Por isso, no DNA Netinho, eu estou levando um cantor para me ajudar. Hoje, os médicos, não pela minha voz, mas pelo desgaste físico, não me aconselham cantar mais de cinco músicas. Porém, como eu já estou andando, podendo viajar, fazendo do meu dia a dia aos pouquinhos já, poderei ir logo para a estrada com um show, mesmo não conseguindo cantar ainda na sua totalidade. Tudo que tenho em mim de artista, músico, cantor, está me levando ao reencontro com o meu público, as pessoas, a ouvir minha música tocando e alegrando todo mundo, fazendo festa e alegria, como fiz a vida toda.

Comandar um trio no próximo carnaval está nos seus planos?
Comandar um trio, de fato, para o carnaval de 2016 ainda não está nos meus planos, porque, se eu fizer algum carnaval - que não sei ainda se farei -, será parte sentado e parte em pé, não podendo dançar ainda, pois ainda não tenho meu equilíbrio totalmente. Terei logo adiante, é uma questão de tempo. Se eu fizer um carnaval em 2016 será não na sua totalidade. Cantarei sentado, um show mais curto, menor. Imagino voltar de volta ao carnaval em 2017 ou, ao longo de 2016, em alguma micareta.

Sua música está muito ligada à felicidade, festa. Você se considera uma pessoa feliz?
Eu me considero uma pessoa muito feliz. Já me considerava desde 2012, quando dei uma parada na minha carreira para viver um pouco a minha vida. Já era pai naquela época. E agora mais ainda porque, depois desses dois anos de hospital e enfermidade, aprendi muita coisa. Uma delas foi que aprender é uma tarefa ilimitada, até o fim da vida. Como eu sou um aprendiz nato, venho aprendendo com esses dois últimos anos. E me sinto ainda mais feliz e realizado. Tenho muita sorte, porque, desde o início da nossa carreira, quando ainda éramos Banda Beijinho, todas as músicas que eu cantava e gravei transbordam alegria, têm o desejo de levar felicidade, descontração para as pessoas.

Você decidiu tornar público o uso de anabolizantes após a doença, enquanto muitas pessoas não teriam coragem de fazê-lo. Por quê? Qual a importância de discutir o tema?
Eu preciso colocar aqui que a questão dos anabolizantes eu tornei pública antes mesmo de sair do hospital. Quando senti uma dor na perna, em 2013, no verão de Salvador, e fui para o hospital, já levei, junto com meus exames, checkups de anos todos passados, levei também as receitas de anabolizantes que o médico de São Paulo me prescreveu, em 2010, e os recibos de compra, pois ele mesmo me vendeu as substâncias. Eu não mantinha segredo para as pessoas com que eu convivia. Quando eu saí do hospital, definitivamente, agora em janeiro, eu resolvi colocar essa questão dos anabolizantes mais ainda do que em 2014, porque, apesar de eu ter feito uso acompanhado por um médico, considerado o melhor nutrólogo do Brasil naquele ano, entendo hoje o malefício que o uso indiscriminado dos anabolizantes pode causar. Afirmo hoje a separação - muita gente faz essa ligação de musculação com anabolizantes, sobretudo no mercado negro - uma coisa não tem nada a ver com a outra. Hoje, eu faço musculação, porque amo esse esporte e sei o benefício que pode dar ao corpo. Hoje, procuro deixar muito claro que anabolizantes, no uso indiscriminado, não levam a nada, apenas prejudicam.


Fala um pouco sobre o livro que você está escrevendo. Quando deve ser publicado?
O livro que eu estou escrevendo se chama Nada como viver, que é uma tatuagem que eu tenho no braço direito desde 2006. É um livro em que eu conto esses dois últimos anos, em que estive internado em hospital e fiquei doente. Fala sobre isso e, sobretudo, de superação desse momento. Conto com detalhes tudo que aconteceu nos hospitais, tudo que passei e vivi, com fotos minhas que ninguém viu até hoje, que me surpreenderam quando eu as vi. Eram fotos de outra pessoa, não minhas, devido ao estado terrível em que eu estava. Enfim, é um livro de muita fé, porque eu creio que uma pessoa, para superar tudo que eu superei, precisa ter fé, acreditar em alguma coisa, ter coragem e receber muita energia positiva das pessoas. Ainda não tenho data para lançá-lo porque ainda não terminei de escrevê-lo. Estou fazendo com muita calma, para passar com precisão tudo que aconteceu, todos os fatos, com bases científicas de tudo que foi feito comigo de exames médicos e investigação.

Como tem sido a sua rotina de tratamento desde que deixou o hospital, em janeiro? A doença vai deixar sequelas?
Eu tive muita sorte, porque, apesar de ter tido três AVCs, eu já estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O meu atendimento foi imediato. Viram que eu estava tendo o AVC e já fui direto para a mesa cirúrgica. Por causa disso, não tenho nenhuma sequela. Tenho todos os movimentos, a consciência normal, tudo perfeito. Meu tratamento hoje consiste apenas em fonoaudiologia, para minha voz ficar como era antes, e meus treinos físicos, de musculação e aeróbica, que faço acompanhado por um personal trainer. Tenho feito exames de três em três meses e o último, que fiz há um mês, foi perfeito. Estou melhor a cada dia, em tudo.

O que você já pode fazer novamente que te anima? E o que te incomoda por não conseguir fazer ainda?
Já posso fazer praticamente tudo, claro que com a ressalva da tontura, que era muito grande antes. Quando eu mexia a cabeça para qualquer lado, eu ficava muito tonto, vomitava e caía, se ficasse em pé. Hoje, eu consigo andar, viajar, fazer atividades. Ainda com um restinho de tontura, mas consigo fazer quase todo. Só não posso entrar no mar, por causa do restinho de tontura. Eu posso cair e me afogar, a não ser que eu vá com uma pessoa. Mas estou guardando para o momento em que eu possa ir sozinho. Até trote, aquela corridinha leve, eu já consigo fazer na praia.  

Você chegou a pesar 50 quilos após a doença. Como é sua relação com o corpo hoje? Como pretende ficar? Se considera uma pessoa vaidosa hoje em dia?
Antes de eu ficar doente, em 2013, eu pesava 90 quilos. Com a doença, no hospital, meses depois, eu cheguei a pesar 50 quilos em cima da cama. Hoje, já peso 87 quilos. Com tudo, com a alimentação que eu tenho feito, que é normal, não tenho restrições, pretendo voltar aos meus 90 quilos. Já estou fazendo musculação e cuidando do meu físico, porque ganhei de presente uma barriguinha extra, que nunca tive. Hoje, malho para perder a barriguinha. Sou vaidoso, como todo ser humano. Qual ser humano não é vaidoso? Quem diz que não é mente. Sou vaidoso sim, e me cuido de todas as formas.

Em entrevistas, você tem falado sobre a depressão e vontade de morrer que sentiu no hospital. Qual foi o momento mais difícil?
Da depressão, falo sim com muito orgulho, porque consegui passar por ela com ajuda de família, amigos e de todas as pessoas. Foi uma fase muito terrível. Já passei e não pretendo mais ficar esmiuçando essa fase. Foi muito difícil, tive vontade de morrer sim um dia. Foi o pior de todos. Fiquei comer por três dias, mas passou. Hoje é só alegria e o desejo de que ninguém passe por isso, porque é uma situação péssima e não é para qualquer pessoa.

Como foi sua relação com a religião durante o processo de superação da doença?
Quando eu fui para o hospital, em 2013, cheguei católico não praticamente, porque fui criado por uma família de católicos. Durante a estadia, passei de católico não praticante a agnóstico, tinha dúvida de tudo. Em seguida a ateu convicto, não acreditava em nada nem em Deus. E hoje eu me considero 100% espiritualista. Acredito em muitas coisas, no universo, enfim, em muitas coisas.

O que mais te inspira a seguir em frente?
A minha filha Bruna, minha família, meus amigos, meus fãs, a deusa música, propósito maior do meu existir, de estar aqui. Cada vez mais eu sinto que eu nasci para isso, cantar, alegrar as pessoas. Isso me motiva. Eu sei, tenho certeza absoluta, porque é fato, que até hoje na minha vida eu escrevi alegria por onde passei. Simplesmente fiz isso, através de shows, discos, músicas em rádio. Escrevi alegria e vou continuar escrevendo, até o dia em que me for permitido ficar aqui.

Você é um dos expoentes do axé, que completou 30 anos em 2015. Alguns dizem que o ritmo está em declínio e perde espaço para o sertanejo. O que acha dessa opinião?
Eu prefiro me reservar de dar uma opinião sobre o axé neste momento. Mas vou dizer só uma coisa, rapidamente: para mim, essa música preciosa, maravilhosa, chamada axé music, não existe mais nos dias atuais. Para mim, acabou, ninguém mais a faz. Esta música está localizada lá, na década de 1990. E ela merece, deve ser ouvida sempre, praticada. Eu acredito que uma música leva consigo, para a eternidade, a energia daquele momento, através de uma gravação, de um disco. Toda aquela energia maravilhosa que pairava sobre o Brasil e os brasileiros na década de 1990, período altamente próspero, em que o povo era feliz, continua, e é de quem a quiser através das músicas daquela época. O que a Bahia está fazendo hoje, eu me reservo para não comentar. Mas acredito que, logo em breve, alguma música produzida na Bahia irá certamente e novamente levar positividade para todo o Brasil, através de suas letras e melodias bonitas.

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