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TV Futebol, corrupção e drogas em Club de Cuervos, nova série que estreia no Netflix Primeira produção 100% mexicana do canal dramatiza os bastidores de um time de futebol

Por: Raquel Lima - Diario de Pernambuco

Publicado em: 07/08/2015 09:20 Atualizado em: 07/08/2015 10:02


Joaquin Ferreira, Said Sandoval e Antonio de la Vega em cena de Club de Cuervos. Foto: Netflix/Divulgação
Joaquin Ferreira, Said Sandoval e Antonio de la Vega em cena de Club de Cuervos. Foto: Netflix/Divulgação

São Paulo - "Sabe a questão da Fifa? Fomos nós, com o Netflix. Uma jogada de marketing (risos)", brincou Luis Gerardo Mendez na apresentação de Club de cuervos, em São Paulo. É que o escândalo da federação é mais do que oportuno à estreia da primeira série 100% mexicana de um canal on demand, encomendada pelo Netflix para tratar de futebol. Sem censura. "Lembro de quando a equipe da Netflix veio ao set e afirmou: 'Não tenham medo de falar sobre nada'", conta o produtor e intérprete do protagonista Chava.

Os 13 episódios em espanhol, disponíveis a partir desta sexta-feira nos 50 países assinantes do Netflix, foram gravados no México, sob direção de Gary Alazraki (Nosotros los Nobles, 2013). O cenário é a pequena e interiorana cidade fictícia de Nuevo Toledo, que faz as vezes de qualquer cidadezinha latina com recursos (escassos), sustentada por um clube de futebol. A chegada dos cuervos à primeira divisão garantiu hotel, aeroporto e estádio ao lugar.

Os primeiros segundos do espisódio de estreia, liberado pelo Netflix ao Viver, trazem citação de Pelé (desculpem, argentinos): "Tudo na vida é um jogo/Uma coisa passageira/Todos terminamos iguais/Terminamos mortos/Não é?".  Nos 40 minutos seguintes, se vê que o que parece drama - a morte do adorado dono do clube e patriarca dos Iglesias - é uma escada para o humor, temperado ao paladar mexicano. O ritmo também tem algo de estrangeiro - entre a novela mexicana e o padrão norte-americano.

O roteiro e os personagens - Isabel (Mariana Treviño), que perde a presidência do clube para Chava por ser mulher; a namorada jovem e linda do falecido (Stephanie Cayo) - são muito bem apresentados. Mas fica a sensação de se estar diante de um jogo da Seleção Brasileira, todos são craques, mas não se sabe se farão uma boa partida. (A jornalista viajou a convite do Netflix)

Entrevista >> Luis Gerardo Mendez e Stephanie Cayo
Stephanie Cayo e Luis Gerardo Mendez em CLub de Cuervos. Crédito: Netflix/Divulgação
Stephanie Cayo e Luis Gerardo Mendez em CLub de Cuervos. Crédito: Netflix/Divulgação


É o primeiro produto original do Netflix em espanhol. Como vocês acham que o mundo vai reagir?

Luis: Não tenho ideia, mas estou louco para ver como será porque acho que todo mundo está esperando um novelão e não tem nada disso.  A estrutura é um seriado norte-americano. Todos os roteiristas são de lá - um veio de Californication, outro de Sopranos, Two and a Half Men, Family Guy. Então, é um show norte-americano, mas em espanhol.
Stephanie: Acho que colocamos mais do que a língua, não? Todo mundo trabalhou junto.
Luis: Sim. Nos envolvemos, somos passionais. E vejo isso ainda mais depois de me mudar para Los Angeles, há um mês… Ninguém se toca. Sempre penso: que merda é essa?

Nós, latinos, de certo modo, nos acostumamos a sermos estereotipados em filmes e séries. Será diferente em Club de cuervos?
Stephanie: Não quis apresentar um estereótipo. Estamos mantendo as coisas reais, pés no chão… é engraçado e romântico, verdadeiro. Tudo que está lá poderia ter acontecido.
Luis: Eu acho que clichê é a verdade sem sentimento. Então, todos esses personagens podem ser clichês, de certa maneira, mas como estamos escrevendo e interpretando, penso que é verdadeiro e vibra porque fizemos sempre o melhor que pudemos. Dá para notar isso assistindo. Espero que dê.

Um fã de futebol vai gostar de Club de Cuervos?
Luis: Sim, acho que sim. O futebol é mais um personagem na série. Quem assistir, verá o que acontece nos vestiários e na administração dos times. Há muito o que se falar: há muita corrupção, muito dinheiro envolvido, muita droga, prostitutas e por aí vai.

É pertinente, não é? Com todo o escândalo da Fifa? 
Luis: Está acontecendo agora. A questão da Fifa, somos os responsáveis junto com o Netflix.  É uma jogada de divulgação (risos). Sim, é mundo muito interesse de tocar.
Stephanie: Club de cuervos não é apenas sobre futebol. Tem muito sobre relacionamentos, certo? Entre jogadores, decisões que precisam ser tomadas  e acredito que estamos dando uma perspectiva real ao show…  Todo mundo está buscando poder…
Luis: É um pouco Game of Thrones…  Lembro, algumas vezes, quando a equipe da Netflix veio ao set e reafirmou: "Cara, não tenha medo… de nudez, de limites, de nada". E fiquei muito feliz porque estou trabalhando em grandes emissoras no México há 12 anos e sempre ouvia o contrário.

Como se sentem em relação ao futebol?
Luis - Costumava odiar futebol, até dois anos atrás. Não ligava a mínima, vou ser bem honesto com vocês, porque sou nerd.  Só ficava falando de cinema e teatro.  Mas quando vim para a Copa do Mundo no Rio de Janeiro, tive a chance de ir a algumas partidas no Maracanã, vi Messi jogando e lembro de 75 mil pessoas gritando o nome dele e pronto. Fui completamente transformado.

Assista ao trailer de Club de Cuervos



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