Televisão Ex-candidato a presidente e músico famoso estreia em Fear The Walking Dead. Veja entrevista Spin-off de The walking dead bateu recorde de audiência com o primeiro capítulo

Por: Gabriel Trigueiro

Publicado em: 30/08/2015 19:00 Atualizado em: 31/08/2015 17:37

Foto: AMC/Divulgação (Foto: AMC/Divulgação)
Foto: AMC/Divulgação

O panamenho Rúbens Blades é um multiartista respeitado mundialmente. Ícone da salsa e do jazz latino, vencedor de 12 prêmios Grammy, também atuou em filmes como Era uma vez no México (2003) e O tango e o assassino (2002). Formado em direito pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, tem atuação destacada na defesa dos direitos humanos e chegou a ficar em terceiro lugar nas eleições presidenciais do país natal em 1994. Aos 67 anos, encara o desafio de representar um dos principais personagens do spin-off Fear the walking dead (AMC), sobre o início do apocalipse zumbi.

O prequel (série introdutória) de The walking dead estreou no último domingo, batendo recorde de audiência para o primeiro capítulo de uma série na história da TV norte-americana (10,1 milhões de pessoas). Em conversa com o Viver, Blades fala sobre o misterioso barbeiro Daniel Salazar - que aparece, pela primeira vez, no episódio de amanhã - e as correlações do universo da série e as tragédias humanas da vida real.

Entrevista >> Rúben Blades

Fear estreou em um momento no qual o mundo assiste a uma grave crise humanitária, com refugiados africanos e árabes que tentam entrar na Europa. Até que ponto a série pode ser metáfora da atualidade?
É, sim, metáfora. Ela mostra as formas com as quais o ser humano pode reagir em meio ao colapso das instituições, das religiões, dos códigos morais. Na série, temos pessoas tentando escapar de uma epidemia que transforma os seres humanos em mortos-vivos. Na vida real, humanos tentam escapar da morte, da fome, da miséria. De certa forma, são situações parecidas.

A série trata de colapsos. Você já viveu algum?
Sim. Eu já vivi a ditadura panamenha. Em uma ditadura, há o colapso da liberdade, mas, mesmo assim, você reaprende a viver e se adaptar. É isso que a série mostra.

O seu personagem, o barbeiro Daniel, parece exercer uma liderança nata em meio ao caos. Você já disputou uma eleição presidencial em seu país, onde segue como figura influente. Sua trajetória o ajudou a construir essa persona?
O  trabalho do ator é em equipe. Atuação é reação. Você está o tempo todo reagindo ao roteiro, roteirista, diretor, aos outros atores. Daniel é um cara que já viu o pior da vida, mesmo antes da epidemia, pois é um refugiado de guerra de El Salvador. Ele tenta resolver as coisas à sua maneira e faz o que for necessário para proteger a família.

O que o levou a participar de uma série de catástrofe como Fear the walking dead?
Achei que esse mundo apocalíptico seria um bom objeto de estudo, justamente por causa das reações das pessoas em uma situação como essa. Fiquei empolgado em fazer parte disso.

 

Os seis episódios da primeira temporada já foram gravados. O que achou da série?
Não assisti a nenhum episódio e nem assistirei tão cedo, talvez daqui a alguns anos. Temos uma segunda temporada pela frente, com 15 capítulos, e não quero que minha atuação seja influenciada por minhas próprias impressões em relação ao que já fiz. Na música, a mesma coisa. Eu nunca escuto meus discos. Aliás, gostaria de dizer que adoro a música brasileira. Ouço desde jovem Chico Buarque, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Roberto Menescal e Martinho da Vila.



TAGS:
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL