Adeus
Corpo do escritor Gilvan Lemos chega a São Bento do Una
Velório ocorre na Câmara de Vereadores da cidade e enterro está programado para ocorrer por volta das 16h
Por: Diario de Pernambuco
Publicado em: 02/08/2015 11:29 Atualizado em: 02/08/2015 13:53
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| Crédito: Alcione Ferreira/DP/D.A Press |
O corpo do escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras (APL) Gilvan Lemos, encontrado morto na noite de ontem, chegou por volta das 11h30 a São Bento do Una, no Agreste pernambucano, após deixar o Recife no início da manhã deste domingo. O velório ocorre na Câmara de Vereadores de São Bento do Una e o sepultamento, de acordo com a sobrinha-neta do escritor, Lívia Valença, deverá ocorrer no Cemitério do Bom Jesus, por voltas das 16h, junto ao jazigo dos pais.
A União Brasileira de Escritores (UBE/PE) emitiu nota de pesar: "A UBE lamenta, profundamente, a partida de Gilvan Lemos, comendador da Ordem do Mérito Literário Jorge de Albuquerque Coelho, que alcançou a Grande Inflexão da Vida, abrindo vazio irreparável nos meios culturais brasileiros".
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O primeiro conto foi publicado na revista Alterosa. Dali em diante, 25 livros seriam publicados, incluindo os conhecidos O anjo do quarto dia, A noite dos abraçados e Os pardais estão voltando. O primeiro romance, Noturno Sem Música, foi escrito em 1951 e publicado em 1956.
Pernambucanos lamentam a morte de Gilvan Lemos
"Filmamos, em 2014, o filme Lemos, Gilvan. O roteiro é meu, e a direção é minha e de Mariane Bigio. Levamos ele para São Bento do Una, percorremos os caminhos que ele fazia na infância. Fomos ao açude, onde ele brincava sempre. Queríamos mostrar o Gilvan de São Bento do Una e o Gilvan do Recife. Filmamos mais de 20 horas, ao todo, nas duas cidades. O filme tem 20 minutos. Ele declara que gostaria de ser enterrado em São Bento. Uma parte marcante é quando ele fala sobre o conselho de Osman Lins, que lhe recomendou a mudança para o Rio de Janeiro. Gilvan pondera o que poderia ter sido, o que poderia ter vivido, se tivesse seguido o conselho. Pretendíamos lançar o filme no Recife, como fizemos em junho passado, e depois em São Bento. Ele não quis. Preferiu um único evento. Pensamos, então, em levá-lo a São Bento em dezembro, o que já não será possível... É uma perda enorme. Gilvan foi maior do que Pernambuco. É o Brasil inteiro que perde."
CIDA PEDROSA, secretária de Meio Ambiente da Prefeitura do Recife
"Entre todos os nomes, Gilvan foi o mais convergente. Ficamos honrados porque a bienal pode homenageá-lo em vida, coisa rara na literatura em geral. Precisamos negociar o tributo, pois ele era tímido, reservado. Dialogamos bastante antes que aceitasse a honraria. Foi, além de um escritor brilhante, uma pessoa agregadora, bem humorada, que unia as pessoas. É com dor que recebo essa enorme perda. Gilvan nunca foi uma figura qualquer. Foi um gigante.%u201D
ROGÉRIO ROBALINHO, produtor cultural da Bienal Internacional do Livro de Pernambuco
"É uma enorme perda para a Academia Pernambucana de Letras. Gilvan era um ficcionista extraordinário, de primeira mão. Atuava em romances e contos. Foi um dos que melhor lidou com a estrutura da língua, como teve, ainda, uma fértil imaginação para criar tantos personagens e gerar uma obra ampla e fantástica. Estou surpresa. Ele deixa livros que não são apenas regionalistas, mas universais. Não sei nem qual das obras destacar. Lendo Gilvan, sempre nos surpreendemos. Ele tinha essa capacidade de gerar magia com as palavras. Aprecio demais O anjo do quarto dia. Mas o destaco com receio. Pois outros, como Os olhos da treva, são igualmente fantásticos. Deixa um legado precioso."
FÁTIMA QUINTAS, escritora e presidente da APL
"Eita, que hoje eu sou o galã! O artista!" Foi assim que o escritor Gilvan Lemos, falecido neste sábado, aos 87 anos,...
Posted by Viver on Saturday, August 1, 2015
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