Artes cênicas
Ator pernambucano da novela "Babilônia" fala sobre vida artística
Carreira no teatro, cinema e TV são os focos de Alexandre Lino, nascido em Gravatá e radicado no Rio há 22 anos
Por: Isabelle Barros
Publicado em: 04/08/2015 13:13 Atualizado em: 04/08/2015 19:31
O ator protagoniza o espetáculo "O Pastor", que teve apresentação no último Festival de Inverno de Garanhuns. Crédito: Janderson Pires/Divulgação |
Foi numa igreja em Gravatá, no Agreste pernambucano, que o ator Alexandre Lino teve seu primeiro contato com o teatro. Ainda adolescente, ao decidir que entraria no meio artístico, fez o mesmo caminho que tantos nordestinos trilharam, rumo ao Rio de Janeiro. Na capital fluminense, Alexandre se formou como ator e também virou produtor de teatro e cinema. Há 22 anos no Rio, ele chegou até as telas e uma amostra de sua atuação pode ser vista na novela Babilônia. Esta semana, Lino gravará nova participação no núcleo de Aderbal Pimenta (Marcos Palmeira) como um miliciano. É a segunda vez que ele encena o mesmo papel na novela, onde apareceu por dois capítulos. O ator também aparecerá no capítulo 19 de outro programa global: Chapa quente.
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Alexandre Lino saiu de Pernambuco aos 18 anos e chegou ao Rio com a intenção de ser ator. Crédito: Alexandre Lino/Divulgação |
Como foi seu início no Rio de Janeiro?
Minha cidade natal nunca teve teatro, então comecei na igreja, como acontece muito em cidades pequenas, no início dos anos 90. A primeira vez que vi uma peça de teatro profisisonal foi no Recife. Quando completei 18 anos, vim morar no Rio de Janeiro e passei a estudar teatro, além de trabalhar na área. Cheguei com a cara e a coragem. Vim como todo nordestino, com uma imagem lúdica do Rio de Janeiro. Passei por situações que todo nordestino vive na cidade grande.
Você pretende mostrar sua história de forma artística?
Pretendo lançar em outubro o projeto transmídia Nordestinos, composto por um livro, uma peça e um documentário. Quero mostrar a realidade. Quando estava em Gravatá, ouvia o quanto era sofrido viver no Sudeste e me impressionei com a relação preconceituosa do Rio com o Nordeste. Foi extremamente difícil para mim, mas hoje em dia, a realidade se tornou menos complicada para quem chega aqui.
Quais são seus trabalhos mais recentes no cinema e na TV?
Fiz uma participação como o professor Afonso na atual temporada de Malhação e gravei uma série para o canal pago Viva, chamada Meu amigo encosto, onde também fiz um pastor evangélico. Meus projetos normalmente flertam com o cinema. Dirigi um longa documentário, chamado Saudades eternas. Entre as próximas estreias, estão o filme Apaixonados, de Paulo Fontenelle, e Tô rica, com Samantha Schmutz.
Você se apresentou no Festival de Inverno de Garanhuns, há dez dias, com o espetáculo O Pastor. Como foi o desenvolvimento desse projeto?
Assisti ao filme O apóstolo, com Robert Duvall, e quis fazer uma peça com a mesma estrutura. A dramaturgia é de Daniel Porto, que tem apenas 21 anos, e o texto fala do universo neopentecostal no Brasil. Esse projeto tem uma característica muito presente no meu trabalho: a realidade deve ser o maior elemento do meu discurso. O pastor é uma reprodução quase fiel de um culto, talvez fazendo uma transferência do que as igrejas começaram a fazer na sociedade, comprando teatros e cinemas.
Como é sua atuação em outras frentes, como a de produtor?
Produzo espetáculos desde o início da minha carreira e tenho uma produtora chamada Cine Teatro, pois tenho formação nas duas áreas. Também trabalhei como diretor de arte e minha produtora cuida de vários espetáculos. É importante ser empreendedor e ministro cursos nessa área para atender artistas.
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