Artes cênicas 12ª Mostra Brasileira de Dança começa nesta quarta com mais de 30 apresentações Cia. de Dança Palácio das Artes, de Minas Gerais, abre o evento com "Entre o céu e as serras"

Por: Isabelle Barros

Publicado em: 05/08/2015 09:05 Atualizado em: 07/08/2015 16:29


A mostra traz companhias de peso no cenário nacional de dança contemporânea. Foto: Guto Muniz/Divulgação
A mostra traz companhias de peso no cenário nacional de dança contemporânea. Foto: Guto Muniz/Divulgação

Em um panorama cultural no qual a realização de festivais e outras iniciativas de difusão estão em xeque, a Mostra Brasileira de Dança chega à sua 12ª edição com uma programação que conseguiu manter seu perfil. O evento começa hoje e vai até próximo dia 15, com uma programação que inclui mais de 30 apresentações de grupos e companhias de nove estados brasileiros. A previsão de público é de 15 mil pessoas, contra 12 mil do ano passado. A abertura acontece hoje, às 20h, no Teatro de Santa Isabel, com o espetáculo Entre o céu e as serras, da Cia. de Dança Palácio das Artes, de Minas Gerais. Os ingressos para todos os espetáculos custam R$ 20 e R$ 10 (meia).

Confira horários de outros espetáculos em cartaz

A maior característica da mostra é não ter caráter competitivo, de acordo com Íris Macedo, diretora da iniciativa, que também é organizada pelo produtor cultural Paulo de Castro. “O Janeiro de Grandes Espetáculos já contempla essa questão dos prêmios. Acho que precisamos é de fomento e o evento não é focado só em entretenimento. Ao longo dos anos, chamamos a atenção de companhias do Brasil inteiro. A cara da mostra é eclética. Há tanto grupos locais quanto grandes companhias, que têm dificuldade de acesso e circulação. Em certos casos, tivemos até de alugar equipamentos não disponíveis no Recife”, explica. A dupla foi responsável pela curadoria nacional, enquanto seis profissionais da dança no estado se encarregaram da seleção de espetáculos locais a partir de uma consulta pública.

Para este ano, a ação conseguiu R$ 650 mil em espécie e em serviços, com patrocínio master dos Correios, além de incentivo da Fundação Nacional de Arte (Funarte), da Prefeitura do Recife e do Governo do Estado. “Os Correios permitiram que o festival ganhasse musculatura. Nosso sonho é realizar um festival maior, com três semanas de duração, mas temos de nos adaptar. Este ano, diminuímos as atividades ao ar livre, mas mantivemos nosso foco nos espetáculos e também nas oficinas de formação”, avalia Íris.

DESTAQUES
A mostra traz companhias de peso no cenário nacional de dança contemporânea, e um exemplo é a montagem de estreia Entre o céu e as serras, da Cia. de Dança Palácio das Artes (MG). O espetáculo estreou no ano 2000 e traz como mote a formação e a identidade do povo mineiro, além de referências do barroco. A iluminação é de Ney Matogrosso e Juarez Farinon.

Nesta sexta-feira, outra atração é a Focus Cia. de Dança (RJ), com Saudade de mim, que trata dos temas do nascimento, vida e morte a partir da união entre as obras de Chico Buarque e Cândido Portinari. A montagem está marcada para as 21h, no Teatro Luiz Mendonça, em Boa Viagem. Já o Balé da Cidade de São Paulo apresenta, no sábado (8), às 20h30, e no domingo, às 20h, no Teatro de Santa Isabel, três coreografias: Uneven, do catalão Cayetano Soto, Cantata, do italiano Mauro Bigonzetti e O balcão do amor, duo do israelense Itzik Galili. Outro espetáculo nessa linha é Zhu, da Cia. Mário Nascimento, que encerra o evento no próximo dia 15.

"Entre o Céu e as Serras" será apresentado nesta quarta no Santa Isabel. Crédito: Guto Muniz/Divulgação
"Entre o Céu e as Serras" será apresentado nesta quarta no Santa Isabel. Crédito: Guto Muniz/Divulgação

LOCAIS
As coreografias criadas por artistas pernambucanos também ganharam espaço na programação e esta é mais uma oportunidade de fazer circular o trabalho de grupos profissionais locais. A primeira companhia do Recife a se apresentar é a Compassos Cia. de Danças, com Três mulheres e um bordado de sol, no Teatro Hermilo Borba Filho, às 19h de amanhã.

A dança popular ganha espaço com Caminhos, programado para as 19h de sexta (7), também no Hermilo. Fábio Soares, nativo da cidade de Condado, na Mata Norte, faz uma reflexão sobre o futuro de brincadeiras como o cavalo marinho e o maracatu. Já no domingo, às 20h, é a vez de Breguetu, do Grupo Experimental, sobre o universo do brega, no Espaço Experimental, no Bairro do Recife.

CULTURA INDÍGENA
Os mitos e a herança cultural indígena serviram de combustível para a produção de três espetáculos da Mostra Brasileira de Dança. Lágrimas da Lua - um musical Villa-Lobos, da Cia Sopro-de-Zéfiro/Cecília Brennand e Ária Social, traz músicas de Heitor Villa-Lobos que contam a lenda amazônica do amor entre a lua e o sol. A única apresentação do espetáculo acontece domingo (8), às 16h30, no Teatro Luiz Mendonça.

No dia 13, às 20h, chega ao Recife Naipí e Tarobá, a lenda das Cataratas do Iguaçu, da  Cia. Eliane Fetzer de Dança Contemporânea (PR), no palco do Teatro Luiz Mendonça. Já o Corpo de Dança do Amazonas traz, no dia 14, às 21h, no Teatro de Santa Isabel, A Sagração da primavera, concebida por Nijinski e transposta para a cultura indígena da tribo Tikuna, que interpreta poeticamente o Ritual da Moça Nova no qual as adolescentes, ao menstruarem, são separadas do convívio da tribo para entrar na vida adulta.

PROGRAMAÇÃO DO FIM DE SEMANA

Sexta, dia 7

21h
Saudade de Mim - Focus Cia. de Dança (Rio de Janeiro/RJ). Ingresso: Local: Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu)

Sábado, dia 8
20h30
Uneven | O Balcão do Amor | Cantata - Balé da Cidade de São Paulo – BCSP (São Paulo/SP)
Local: Teatro de Santa Isabel

Domingo, dia 9

16h30
Lágrimas da Lua – Um Musical Villa-Lobos - Sopro-de-Zéfiro/Cecília Brennand e Aria Social (Jaboatão dos Guararapes/PE)
Local: Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu)

18h e 20h
Breguetu - Grupo Experimental (Recife/PE)
Direção: Mônica Lira
Local: Espaço Experimental

20h
Uneven | O Balcão do Amor | Cantata - Balé da Cidade de São Paulo – BCSP (São Paulo/SP)
Local: Teatro de Santa Isabel



MAIS NOTÍCIAS DO CANAL