Por: Diogo Carvalho
Publicado em: 29/07/2015 10:38 Atualizado em: 29/07/2015 11:42
| Channing Tatum, agora também roteirista, diz que experiências como stripper aos 19 anos influenciaram o filme. Foto: Divulgação |
O Clube das Mulheres está de volta às telonas. Sequência do sucesso de 2012, Magic Mike XXL traz novamente a trupe de strippers liderada por Channing Tatum numa turnê de despedida pelos Estados Unidos. A nova comédia dramática tem pré-estreia nesta quarta (29) no UCI Recife e chega ao circuitão nesta quinta-feira (30), em todo o país.
Por tradição histórica e uma sociedade irremediavelmente machista, as curvas femininas sempre foram mais valorizadas na arte. No cinema não poderia ser diferente. No momento em que a forte censura dos órgãos dos EUA liberou a nudez artística da atriz Audrey Manson no longa Inspiração, de 1915, o corpo masculino já estava em desvantagem.
O primeiro ator só viria aparecer completamente sem roupa nas telonas em 1968. Foi Joe Dallesandro, no experimental Flesh. O fato é que mesmo no século 21, a imagem do nu masculino ainda é um tabu, mesmo que atores renomados – como Daniel Craig, Ewan McGregor e Colin Farrell – se exibam sem desconforto. No polêmico Shame (2011), Michael Fassbender passa a maior parte do longa despido, com direito a nudez frontal. Mesmo assim, essa “naturalidade” ainda era escancarada apenas no chamado “circuito de arte”.
A sensualidade dos homens, no entanto, sempre foi bem explorada em filmes de temática gay, como a franquia Eating out, a comédia Shortbus, o argentino Plata quemada ou mesmo o nacional Do começo ao fim. Nas pornochanchadas brasileiras, os corpos masculinos (nem um pouco desejáveis) eram meros coadjuvantes diante da desenvoltura feminina. Na atual era do cinema independente pernambucano, a situação se inverteu, como em Febre do rato, Baixio das bestas e no premiado Tatuagem, com nádegas de Irandhir Santos e Jesuíta Barbosa à mostra.
Cada vez menos careta, o comercial cinema hollywoodiano resolveu “liberar”: Zac Efron (Vizinhos e Namoro ou liberdade), Hugh Jackman (X-Men: Dias de um futuro esquecido) e Jamie Dornan (Cinquenta tons de cinza) mostraram os bumbuns. Esse último caso, inclusive, foi bastante criticado, uma vez que o filme sobre Christian Grey era dirigido às mulheres e apenas a protagonista teve as formas exploradas. Para a continuação, em 2017, Dornan teria recebido proposta milionária para um nu frontal.
Feminismo
Em Magic Mike XXL, aliás, são elas que comandam. “Toda vez em que você lida com sexo, é realmente importante ter uma perspectiva feminina autêntica, porque os homens não conseguem entender de verdade como vivemos neste espaço e o que realmente queremos”, declarou, na premiére, Jada Pinkett Smith, que interpreta a dona de um clube de stripper. “Adoro o fato de que é um filme feminista, no sentido de que estamos curtindo nossa sexualidade abertamente. As pessoas estão surpresas de Magic Mike ter sido um sucesso, e isso só mostra o quão pouco elas entendem sobre as mulheres”, acrescentou a atriz Andie MacDowell.
Nudez
Se você achou que o Magic Mike original teve poucas cenas de nudez, Channing Tatum garantiu que esta sequência explorará muito mais os corpos masculinos. Além de protagonista, Tatum também é um dos roteiristas do filme, inspirado em suas experiências da época de stripper, aos 19 anos. “É fácil. Você só tem que sair andando pelado. A preparação é que não é fácil. Você tem de correr constantemente. Eu não gosto de academia", comentou sobre as cenas de nudez. Em entrevista à Time, ele revelou que Joe Manganiello – o vampiro Alcide de True blood e namorado da atriz Sofia Vergara – será o que terá mais cenas peladão. Matt Bomer e Adam Rodriguez também reprisam seus personagens. Matthew McConaughney, no entanto, não retorna na continuação: “O cachê dele ficou alto demais depois de ganhar o Oscar por Clube de compras Dallas”, brincou Tatum, dirigido agora por Gregory Jacobs.
