Literatura Francisco José Trindade Barretto é eleito novo imortal da APL Com 21 votos, escritor foi escolhido para ocupar cadeira número 17 da Academia Pernambucana de Letras

Publicado em: 27/07/2015 17:05 Atualizado em: 27/07/2015 17:29

Foto: Cristiane Silva/ESP.DP/D.A Press)
Foto: Cristiane Silva/ESP.DP/D.A Press)
O médico e escritor recifense Francisco José Trindade Barretto, 74, foi eleito, na tarde desta segunda-feira (27), para ocupar a cadeira de número 17 da Academia Pernambucana de Letras, que antes pertencia a Antônio Corrêa. O novo acadêmico recebeu 21 votos, contra 11 da concorrente Djanira Silva do Rego Barros. Um voto foi entregue em branco. Também concorria à vaga o escritor Roberval Bezerra de Oliveira. 

"Recebo a notícia com uma alegria enorme, uma grande satisfação e um grande orgulho. É quase um pecado participar dessa academia", comentou o Francisco José. Com três livros  de poesias já publicados, ele antecipou que planeja lançar até o fim do ano uma obra de ensaios. "Vai se chamar Doença e destino. Nele, reflito a partir da minha experiência profissional como médico sobre como a doença é uma participante que determina o destino, como a gente se adapta, como lidamos com isso", acrescentou.  

Conhecido como Dr. Chicão, Francisco José Trindade Barretto é autor dos livros: Construção do dia, Liberdade- vide versos- Fragmentos, disfarces, diagnóstico, A casa e o mundo. Participou da coletânea Pernambuco, terra da poesia, organizado por Antônio Campos e Cláudia Cordeiro. Tem vários trabalhos científicos publicados em congressos do país e do exterior. É membro de diversas entidades como a Sociedade de Escritores Médicos de Pernambuco e o American College of Physicians. É sócio fundador da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e da  Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva Capítulo de Pernambuco.

Leia mais sobre o livro mais recente publicado por Francisco José, A casa e o mundo: 
 
Quase por acaso, o médico e poeta Francisco José Trindade Barretto se tornou especialista em escrever sobre cômodos de casas. Certo dia, a amiga e arquiteta Márcia Nejaim telefonou com uma encomenda. Precisava de texto para um trabalho de design de interiores. Assim surgiu o poema Sala de jantar (“O sentimento de encontro/ Na sala de jantar,/ Vem do alto/ Do íntimo e do profundo/ A mesa é o altar/ Onde se passa a limpo a vida”). Esse foi o embrião do livro A casa e o mundo (Edição do autor, 137 páginas, R$ 150). 

Se a primeira experiência pareceu inusitada, com o tempo se tornou tarefa natural romantizar os espaços de convivência doméstica. As palavras de Chicão se espalharam pelas salas de estar e jantar, cozinha, biblioteca, quartos, banheiros. Com a casa poética quase completa, ele passou a colocar em versos elementos como o relógio da cozinha, o quadro na parede, alpendres, janelas, varandas. “O espaço mais importante da sua vida é a casa. É o local de descanso, seu recanto, seu nicho, seu ninho”, destaca.

Na segunda metade do livro, o mundo exterior inspira o poeta na criação de versos sobre “o que se vive, os encontros, desencontros, os amigos, as paixões, lutas, decepções, tristezas, alegrias”. Também há espaço para a crítica política, ao capitalismo, aos hábitos consumistas que dominam o homem moderno. “A inspiração foram os fatos de minha vida, a relação de médico com pacientes, o que vivi, partilhei com o outro. Por ser médico, convivo com muitas pessoas e problemas. Acredito que a própria doença é um caminho para qualquer um se encontrar consigo mesmo”. 


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