Imigração
Filme Samba escancara preconceito europeu
Quando estiveram no Brasil, no mês passado, Toledano e Nakache classificaram novo filme como um drama com comédia
Por: Mariana Peixoto - Estado de Minas
Publicado em: 05/07/2015 19:54 Atualizado em:
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Omar Sy interpreta um imigrante senegalês na França. Foto: Agência Febre/Divulgação |
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Samba é um imigrante comum. Aproveita as oportunidades de trabalho que surgem: lava pratos, é segurança de shopping, limpa janelas, é operário e até funcionário da separação de lixo. Convive com outros cidadãos na mesma situação que ele. Enfrenta problemas com a polícia, ávida no cerco aos estrangeiros. É durante um atendimento com assistentes sociais que conhece a voluntária Alice (Charlotte Gainsbourg), que enfrenta uma crise de depressão e, a partir dali, será figura-chave na rotina do senegalês.
Quando estiveram no Brasil, no mês passado, para participar do Festival Varilux, Toledano e Nakache classificaram seu novo filme como um drama com comédia, fórmula inversa àquela que fez sucesso em Os intocáveis. Samba tem uma narrativa mais lenta. Há espaço para silêncios em equilíbrio com variada trilha sonora, que inclui Gilberto Gil e Benjor.
A graça fica a cargo de papéis coadjuvantes, como o também imigrante Wilson (Tahar Rahim). Mesmo com forte sotaque francês, ele se passa por um brasileiro e termina por reforçar involuntariamente a crítica que o filme faz aos clichês (ainda que um tanto ingênua). Nem todo brasileiro tem que ser conquistador e saber dançar. Não deixa de ser uma visão limitada e preconceituosa.
Samba não tem a mesma potência do filme anterior de Eric Toledano e Olivier Nakache. De todo modo, reforça a característica da cinematografia francesa em ressaltar aquilo que é cotidiano. Assim, é delicado no retrato que faz da rotina de um cidadão comum. Fala de um problema – a imigração ilegal –, mas sem fazer com que isso fique denso demais e muito menos romântico. Samba é um anti-herói.
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