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Cinema Filme "Cidades de papel" enaltece o amor fraterno e tem final melhor que o livro Protagonizado por Nat Wolff e Cara Delevingne, o longa estreia quinta-feira nos cinemas de todo o país e acerta nas adaptações da trama original

Por: Larissa Lins - Diario de Pernambuco

Publicado em: 06/07/2015 16:03 Atualizado em: 06/07/2015 19:11

Foto: 20th Century Fox/Divulgação
Foto: 20th Century Fox/Divulgação


Cidades de papel, segundo título do escritor norte-americano John Green a ser adaptado para os cinemas, estreia nesta quinta-feira (09) em todo o Brasil, já cercado de expectativas. Para se ter uma ideia do alcance esperado, A culpa é das estrelas (primeira adaptação de um best seller de Green para as telonas), lançado no ano passado, foi visto por 6,16 milhões de espectadores brasileiros, segundo a Ancine (Agência Nacional do Cinema), tornando-se o título mais assistido de 2014.

Em Cidades de papel, ao contrário da comoção causada pelo “irmão mais velho” A culpa é das estrelas, o espectador é conquistado pela leveza. Gira em torno do adolescente Quentin Jacobsen (Nat Wolff, o Isaac de A culpa…), platonicamente apaixonado pela colega de escola e também vizinha Margo Roth Spielgeman (Cara Delevingne) desde a infância. Os dois, próximos quando crianças, se distanciam naturalmente, até que numa noite qualquer do último ano colegial, Margo convida Quentin a acompanhá-la numa sequência de “missões”.

Os passos (nove no filme, onze no livro) são, na verdade, um plano de vingança da garota, que desaparece no dia seguinte. A partir de então, Quentin passa a seguir pistas misteriosas e a dedicar todo o seu tempo - e dos seus amigos, Ben (Austin Abrams) e Radar (Justice Smith) - a tentar reencontrar Margo. Tudo em meio aos ritos de passagem do colegial para a faculdade, como baile de formatura e colação de grau.

Foto: 20th Century Fox/Divulgação
Foto: 20th Century Fox/Divulgação
O filme tem enredo mais divertido e personagens mais cativantes do que os apresentados no livro homônimo, lançado em 2013. Acerta na escolha do elenco (destaque para a pequena Hannah Alligood, que interpreta Margo criança, idêntica a Cara Delevigne), nos cenários (a maior parte da história se passa em Orlando, onde Green viveu durante anos) e no figurino (que ajuda na construção do perfil dos personagens, especialmente o da própria Margo, sempre “pronta para qualquer imprevisto” com moletons e tênis). E acerta, especialmente, na adaptação da narrativa.

Alguns fatos têm a ordem alterada, enquanto outros são suprimidos e outros, ainda, acrescentados à trama. Mais dinâmico do que o livro, o longa tem uma parcela “road movie” - quando o grupo de personagens centrais embarca numa minivan rumo ao provável paradeiro de Margo - que faz lembrar o ditado segundo o qual o caminho é mais importante do que o destino final. Na estrada, Quentin, Ben e Radar têm oportunidade de amadurecer e refletir sobre si mesmos e sobre a despedida do colegial, acompanhados de Lacey (Halston Sage) e Angela (Jaz Sinclair), enquanto tentam voltar a Orlando a tempo do grande baile. No livro, a sequência não existe.

Em entrevistas recentes, cumprindo a agenda de divulgação do longa, o próprio John Green admitiu reconhecer que algumas alterações melhoraram a história, inclusive o final - sem dúvidas, a parte mais enriquecida pelas alterações, dando destaque ao amor fraterno (entre os amigos) em detrimento da paixão.

Foto: 20th Century Fox/Divulgação
Foto: 20th Century Fox/Divulgação


Cara e Nat dão vida, respectivamente, a uma Margo e um Quentin mais cativantes do que os de John Green. Ela, mais simples. Ele, mais maduro. As referências ao universo pop - dos discos de vinil a uma menção aos Pokémons, sendo que esta última rende uma das melhores cenas do filme - fazem de Cidades de papel um longa de fácil identificação entre as experiências do público e dos personagens. A complexidade e o amadurecimento psicológico dos meninos são mais evidentes, mas também menos dramáticos.

É um filme, assim como o livro, para adolescentes e jovens - que se identifiquem com o desligamento da fase colegial, a aura platônica do primeiro amor (e a superação deste) e o complexo processo de descoberta das próprias prioridades e de si mesmo.

Foto: 20th Century Fox/Divulgação
Foto: 20th Century Fox/Divulgação


Confira o trailer:




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