FIG FIG 2015: Conheça artistas de rua que aproveitam festival para atuar em Garanhuns Estátuas vivas, malabaristas e atores circulam pelas ruas, cafés e parques públicos da cidade durante o Festival de Inverno

Por: Larissa Lins - Diario de Pernambuco

Publicado em: 23/07/2015 11:45 Atualizado em: 23/07/2015 16:08


Antônio Ismael faz malabares e comercializa artesanato em Garanhuns. Foto: Larissa Lins/dp/da pRESS
Antônio Ismael faz malabares e comercializa artesanato em Garanhuns. Foto: Larissa Lins/dp/da pRESS

Antônio Ismael faz malabarismo no Parque Euclides Dourado, no Centro de Garanhuns, enquanto os visitantes circulam pelo local - onde estão montados três polos e alguns pontos de cultura do Festival de Inverno de Garanhuns. Artesão, também ensina a produzir acessórios, em aulas que organiza por conta própria. Ele é um dos artistas de rua que circula pela cidade do Agreste pernambucano a fim de aproveitar a maior circulação de pessoas nessa época do ano. As semanas do FIG são uma boa oportunidade para o público apurar os sentidos e observar atentamente a movimentação em semáforos e parques públicos, lugares mais frequentados por esses artistas.

Quando Antônio Ismael (38) não está atuando com os malabares, trabalha como mecânico numa oficina de carros. “Essas duas atividades não tem comparação para mim. Tiro meu sustento de ambas, mas sou feliz fazendo performances”, conta. Tudo o que sabe sobre arte de rua aprendeu com um amigo que faz malabarismo sobre bicicleta. “Ele é meu mestre.” Juntos, viajam e dormem dentro de uma van, em cidades pernambucanas onde há maior movimentação turística, a depender da época do ano. Esse é o terceiro Festival de Inverno de Garanhuns do qual participam.

Pedro Avelino é artista de rua há quase 30 anos. Foto: Larissa Lins/DP/DA Press
Pedro Avelino é artista de rua há quase 30 anos. Foto: Larissa Lins/DP/DA Press

Para Pedro Avelino (58), a relação com o FIG é mais antiga: essa é a oitava vez que viaja para Garanhuns no mês de julho, a fim de aproveitar a agitação local. É artista de rua há 27 anos: faz arco de faca, cospe fogo e é estátua viva. Quando perguntado sobre qual performance mais o agrada, diz que ser estátua viva é a mais confortável. “É uma terapia para mim. Na idade que tenho, exige menos do meu corpo e ainda serve como oportunidade de pensar, me tranquilizar”, explica.

Avelino nasceu em Goiana (PE) e vive no Rio de Janeiro há cerca de 20 anos. Já viajou para o Uruguai, Paraguai, Guiana Francesa e Colômbia, além de estados do Sul, Sudeste, Centro-Oestre e Nordeste do Brasil. Sustenta a família exclusivamente com a renda da arte de rua. Tem três filhos. “Tem gente que é fanática por futebol, por religião, por Deus… eu sou fanático pela minha arte.” Em Garanhuns, atua nos parques Euclides Dourado, Ruber van der Linden (Pau Pombo) e em semáforos do Centro.

Além dos artistas de rua autônomos, há também atores independentes vinculados a projetos com sede no Recife, como é o caso dos atores Julierme Galindo e Duvennie Pessoa. Todas as tardes, a partir das 16h, se reúnem para leitura dramática de obras de Manuel Bandeira, na Livraria Casa Café, no Bairro de Heliópolis, em Garanhuns. Têm apoio do Espaço Pasárgada, que funciona no Recife. “Mudamos o repertório diariamente, além de abrir espaço para que os espectadores declamem seus próprios poemas”, explica Julierme, que, de forma independente, também atua em espaços públicos, assim como a parceira de performance.

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