FIG FIG 2015: Ave Sangria lota palco pop e Lenine emociona com show dedicado ao pai; confira cobertura Dois dias após a morte de Seu Geraldo, Lenine encerra a noite do sábado (18) para o domingo (19), após apresentações de Eddie e Orquestra Contemporânea de Olinda

Por: Larissa Lins - Diario de Pernambuco

Publicado em: 19/07/2015 07:07 Atualizado em: 19/07/2015 14:55


Lenine fez show emocionante no Palco Mestre Dominguinhos. Foto: Larissa Lins/DA/DA Press
Lenine fez show emocionante no Palco Mestre Dominguinhos. Foto: Larissa Lins/DA/DA Press

Vestindo camisa preta, Lenine subiu ao Palco Mestre Dominguinhos às 2h da madrugada deste domingo (19). Entrou em cena cantando Castanho, música que abre o disco mais recente, Carbono, mote do show preparado para o Festival de Inverno de Garanhuns. Para se preservar, dois dias após a morte do pai, Geraldo Pimentel, preferiu não conceder entrevistas antes ou depois da apresentação. Mas bastou o cumprimento à plateia para que a emoção viesse à tona.

"Dedico esta noite e todas as outras, as que vieram e as que virão, a Seu Geraldo", falou o músico. Geraldo Pimentel, pai de Lenine, faleceu na última quinta-feira (16), aos 93 anos. Apesar das especulações em torno de um possível cancelamento da performance, Lenine optou por comparecer ao Agreste pernambucano - o mesmo foi aplicado a outros shows da agenda, no Nordeste do país, programados para este fim de semana.

A decisão não impediu, evidentemente, que subisse ao palco com semblante mais contido. A postura - e mesmo a decisão por manter o show de pé - tornou tudo mais emocionante também para o público. Após uma sequência de faixas do projeto novo, como Quem leva a vida sou eu, mescladas às conhecidas Na pressão e Meu amanhã, Lenine fez uma pausa e se dirigiu novamente à plateia. Explicou que, com a divulgação do álbum Carbono, alguns hits precisaram ser eliminados do show. Enumerou as faixas mais populares entre o público, que manifestava os lamentos aos cortes, e emendou: "Mas, hoje, pelo menos duas dessas músicas serão tocadas aqui."

A comoção provocada pela revelação mal se espalhara pela plateia quando Lenine tocou, sozinho no palco, os primeiros acordes de Paciência. Cantou somente três ou quatro versos ao microfone. Toda a letra foi entoada pela legião de fãs, rendendo um dos momentos mais emocionantes do festival até então. Confira trecho no vídeo:


Lenine, é claro, se emocionou. Mas tratou de engatar Leão do Norte e se recompôs, junto com o público. Bastante aplaudido, fez show cheio de energia e coroou a terceira noite do FIG 2015. Antes dele, subiram ao palco Hercinho e os Cabras do Mato, Eddie - que misturou faixas do novo Morte e vida a sucessos como Queira não e O baile Betinha - e a Orquestra Contemporânea de Olinda. Mais pontuais do que nas noites anteriores, as apresentações finalizaram o terceiro dia de programação do festival, considerado um encontro de gerações da música pernambucana.

Ave Sangria lotou plateia do Palco Pop, no Parque Euclides Dourado. Foto: Normando Siqueira/Secult PE
Ave Sangria lotou plateia do Palco Pop, no Parque Euclides Dourado. Foto: Normando Siqueira/Secult PE
Em entrevista ao Viver, o percussionista Gilú Amaral, da Orquestra Contemporânea de Olinda, falou sobre o momento atual das produções musicais no estado. "Não se pode comparar a outras épocas, mas podemos dizer que há uma cena nova se movimentando, com nomes como Juliano Holanda, Isadora Melo, Isaar, Graxa e outros. E o público também inclui muitos jovens, o que leva adiante essa produção, a outras faixas etárias. A música se renova e os fãs também, e essa relação é fundamental", comentou. Para ele, a intersecção entre diferentes fases - a da própria Orquestra, da banda Eddie, de Lenine e de Ave Sangria, artistas despontados em diferentes recortes de tempo - no mesmo evento é sinal de que a troca de experiências enriquece a todos. A Orquestra Contemporânea de Olinda apresentou, pela primeira vez em Pernambuco, o disco mais recente, Bonfim.

PALCO POP

Mais uma noite de destaque para o Palco Pop/Forró. Além da programação estendida madrugada adentro - a partir da meia-noite deste domingo (19), Banda Quero Xote, Edmilson do Pífano e Savinho do Acordeon subiram ao palco, movimentado até a alta madrugada - o show de Ave Sangria foi um dos pontos altos do terceiro dia de festival. Pontual, o grupo entrou em cena às 21h30 e fez apresentação de uma hora, com repertório acompanhado em coro pelo público. O Pirata, Cidade grande e Dois navegantes estavam na lista.

O Parque Euclides Dourado ficou movimentado durante toda a noite e madrugada. A plateia do Palco Pop/Forró, por sua vez, lotada enquanto Graxa, The Baggios e Ave Sangria se apresentavam, nessa sequência. O público, em sua maioria jovem, coreografava as músicas e parecia "viajar" nas letras, numa espécie de catarse. Por volta das 23h, grande parte dos espectadores começaram a migrar em direção à Esplanada Guadalajara, sob forte garoa, onde Eddie, Orquestra Contemporânea de Olinda e Lenine se apresentaram.

Neste domingo (19), quem sobe ao Palco Pop é Banda Marsa (18h), Radiola Serra Alta (19h10), Isadora Melo (20h20) e A Matinada (21h30).

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