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Livros Estilista Ronaldo Fraga lança, no Recife, livro com anotações e coleções extraídas de cadernos pessoais Lançamento do livro "Ronaldo Fraga: caderno de roupas, memórias e croquis" - edição revista e ampliada será às 19h, na Livraria Cultura do Paço Alfândega

Por: Larissa Lins - Diario de Pernambuco

Publicado em: 21/07/2015 08:00 Atualizado em: 21/07/2015 10:28

O Sertão e o Rio São Francisco estão entre os temas das coleções estampadas na obra. Foto: Editora Cobogó/Divulgação
O Sertão e o Rio São Francisco estão entre os temas das coleções estampadas na obra. Foto: Editora Cobogó/Divulgação

O estilista Ronaldo Fraga carrega sempre um caderno de notas. Nele, faz desenhos, colagens e anotações breves. Quando as folhas se acabam, é sinal de que uma nova coleção está mais perto das passarelas. Todos os cadernos são feitos sob encomenda, com capa dura, e contêm referências às inspirações da temporada. Viagens, filmes e experiências pessoais podem estar na lista, mas o forte do estilista, marca no cenário da moda, são os elementos culturais. Ele volta ao Recife, nesta terça-feira (21), para lançar o livro Ronaldo Fraga: caderno de roupas, memórias e croquis - edição revista e ampliada, às 19h, na Livraria Cultura do Paço Alfândega. Carlos Drummond de Andrade, Guimarães Rosa, o Sertão e o Rio São Francisco estão entre os temas das coleções estampadas na obra.

“Essa é a forma que encontrei de, depois de adulto, me organizar, reunir as ideias. Os cadernos funcionam como diários. Podem ser sujos, rabiscados, manchados. Não são cadernos bonitinhos para passar de ano na escola. Eles alimentam todo o projeto grafico das minhas coleções. O caderno da coleção Giz, por exemplo, mandei confeccionar com páginas pretas, como um quadro negro”, explica o estilista.

Ronaldo esteve na capital pernambucana em 2013, quando a primeira edição do caderno foi publicada - esgotada em seis meses em todo o país. Na nova versão, além de contribuições de Cristiane Mesquita, Costanza Pascolato e Regina Guerreiro, há quatro coleções inéditas, as mais recentes  - à exceção da última, inspirada em sereias. Os registros percorrem toda a trajetória do estilista, até a estreia nas passarelas, em 1996. Incluem a colaboração das bordadeiras de Passira, no Agreste de Pernambuco, na temporada de 2011. “Me apaixonei pelos bordados pernambucanos há cerca de 15 anos, quando estive em Passira pela primeira vez”, recorda o mineiro. “Alguns estados do Brasil transbordam cultura, minha principal fonte de inspiração. Pernambuco é um desses estados. Não sei de um autor ou pretenso criador que não se inspire ao conhecer esse lugar.”

>> DUAS PERGUNTAS: Ronaldo Fraga

Muitos profetizam, nos bastidores do mundo da moda, que a fonte de inspiração secou e que o universo fashion estaria saturado, especialmente no Brasil. Como você interpreta isso?
Não é a moda que está saturada, é a indústria da moda. Como todas as indústrias do Brasil. Não adianta as cabeças pensarem a criação se você não tem o produto, se você não tem consumo. E a moda precisa, essencialmente, cumprir esse ciclo.

Como se deu a escolha das três colaboradoras do livro?
Costanza [Pascolato] me dava tecidos no início da minha carreira, sempre me apoiou. Ela e Regina [Guerreiro] são de uma geração rara, que viveu o desabrochar da moda brasileira. São as mais aptas a falar sobre isso. Regina, sempre temida pelos estilistas, foi uma das primeiras críticas de moda a entender meu trabalho. E Cris, que alia moda e psicologia, assistiu a todos os meus desfiles. É autoridade no assunto.

SERVIÇO
Ronaldo Fraga: caderno de roupas, memórias e croquis – edição revista e ampliada
Editora Cobogó, 316 páginas
Preço do livro: R$ 120
Quando: às 19h
Onde: Livraria Cultura do Paço Alfândega (Rua Madre de Deus, s/n, no Recife Antigo)











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