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Adaptação Desafio de Carrossel nos cinemas é vencer preconceitos Longa-metragem infantil já está em cartaz e tem preocupações educativas

Publicado em: 20/07/2015 20:30 Atualizado em: 20/07/2015 16:36

Personagem Maria Joaquina é viciada em selfies. Foto: Tom Hamburger e Caio Romano Guerra/ Divulgação
Personagem Maria Joaquina é viciada em selfies. Foto: Tom Hamburger e Caio Romano Guerra/ Divulgação
 
Um produto baseado na versão brasileira de uma novela mexicana tem tudo para enfrentar resistência de pais que querem oferecer um entretenimento mais original para os filhos. Vencer esse preconceito é o desafio de Carrossel, o filme, que já está nos cinemas em sistema de pré-estreia e deve ganhar mais salas a partir de quinta, quando entra em cartaz oficialmente. O longa-metragem nacional infantil consegue contrariar essas expectativas ao oferecer mensagens ecológicas oportunas e uma equilibrada abordagem sobre fraternidade e valores de comportamento.

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Em tempos de vício em videogame e internet, Carrossel surpreende ao estimular as crianças a se divertirem com a natureza. O cenário é um parque ambiental onde os alunos da Escola Mundial participam de uma gincana. Os vilões são empreendedores que querem destruir o local para a construção de uma fábrica.

A mania dos selfies chega a ser retratada no filme de forma negativa, já que a única personagem sempre ligada no smartphone é a antipática Maria Joaquina (Larissa Manoela). O menino Jorge (Léo Belmonte) também é ridicularizado quando diz que preferia estar em um shopping de Miami no lugar de brincar na floresta. Mesmo que sejam detalhes, esses aspectos demonstram uma certa preocupação educativa com pequenos estímulos para o público infanto-juvenil procurar viver o mundo real sem cair nas tentações dos ambientes virtuais e artificiais.

O filme também é mais responsável do que a novela mexicana no retrato das crianças. Apesar dos defeitos, tanto Maria Joaquina quanto Jorge ganham a chance de serem aceitos pelos demais nas cenas finais. Eles não são retratados como pessoas "do mal", que não têm salvação. Não são demônios mirins. Afinal, são crianças ainda em fase de amadurecimento.


Assim como nas novelas, o filme evita o racismo a partir do adorável menino Cirilo (Jean Paulo Campos). O problema é que o mesmo cuidado não se manifesta na caracterização dos nordestinos (apesar de simpática, a professora Graça está sempre atrapalhada) e dos orientais (o aluno Kokimoto é associado às artes marciais, como se todo descendente de japonês precisasse saber lutar, preconceito bastante comum no Brasil). Essas presenças soam como tentativas forçadas de inclusão social que correm o risco de ter efeito contrário no subconsciente das plateias.

Nos efeitos especiais digitais, há uma curiosidade: as formigas ficaram mais bem feitas do que as de Homem-Formiga. Com direção de Maurício Eça (Apneia) e Alexandre Boury (diretor dos filmes de Didi), Carrossel tem os selos oficiais do SBT e da Televisa (rede de TV mexicana), mas uma parceria com o Netflix também já foi garantida.

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