Perfil Conheça a atriz recifense que será protagonista de Malhação Em entrevista, ela fala sobre a experiência na TV, a formação no exterior e a primeira protagonista da carreira

Por: Marina Simões - Diario de Pernambuco

Publicado em: 06/07/2015 19:03 Atualizado em: 06/07/2015 16:17

Júlia fará triângulo amoroso com personagens de Lucas Lucco e João Vithor Oliveira. Foto: Divulgação/Facebook
Júlia fará triângulo amoroso com personagens de Lucas Lucco e João Vithor Oliveira. Foto: Divulgação/Facebook


Júlia Konrad se prepara para viver a primeira protagonista na TV. A pernambucana de 25 anos chama a atenção pela beleza, voz afinada e pelo sotaque híbrido. Desde a estreia, em Geração Brasil (2014), emenda um trabalho no outro. Ela está no ar em Sete vidas como a modelo Valentina e estreia, em agosto, em Malhação - 20 anos. Na trama, fará triângulo amoroso com personagens de Lucas Lucco e João Vithor Oliveira. A vontade de atuar surgiu ainda criança, quando repetia e imitava as falas dos personagens da Disney. Nascida da família de empresários pernambucanos do grupo Spettus, Júlia mudou-se para a Argentina aos 10 anos. “Hoje me considero metade portenha, metade recifense”. Em 2011, deixou Buenos Aires para estudar teatro na The American Musical and Dramatic Academy (AMDA), em Nova Iorque. Já fez um filme, Allure (2014) e segue os passos da família, inaugurando uma hamburgueria gourmet no Recife, a Dom Black, em julho.

entrevista >> Júlia Konrad

O que pode adiantar da nova personagem?
Em Malhação, minha personagem é uma jovem artista em busca da fama, determinada e corajosa, que vai enfrentar contratempos na busca do sucesso. Além de cantar, terei que tocar violão. Tinha aprendido a tocar umas duas músicas sozinha por conta de outro teste e, agora, tenho apoio com aulas para poder melhorar minha técnica e fazer bonito na hora de gravar as cenas.

Qual a expectativa para a primeira protagonista?
Estou muito feliz com essa oportunidade, não só para mostrar meu trabalho, mas também para aprender. Com a personagem, meu ritmo de gravação vai ser mais intenso que em Sete vidas ou Geração Brasil, o que vai me dar mais chances de me exercitar como atriz, aprender fazendo, pegar o ritmo de um dia intenso de estúdio.

Como surgiu o primeiro convite para novelas? Fez tentativas anteriores?
Foi questão de estar no lugar certo na hora certa. Tinha acabado de voltar ao Brasil após meu visto norte-americano ter vencido, e justamente nessa época a produção de Geração Brasil estava pesquisando atores no Recife para dar vida ao núcleo pernambucano. Fiz um cadastro na Globo assim que cheguei ao país. Nele constava que era recifense. Fui chamada pro primeiro teste.

Qual a relação com os artistas pernambucanos? Tem vontade de participar de uma produção no cinema?
Como morei muito tempo fora e entrei no mercado brasileiro recentemente, ainda não tive muito contato com artistas e diretores daqui. Admiro muito o cinema do estado. Tatuagem, por exemplo, tem uma veracidade que te deixa pensando na forma que as coisas acontecem. Uma cena que me marcou muito foi a que as personagens de Irandhir e Jesuita dançam num apartamento. Você está ali, assistindo a duas pessoas dançando e presenciando o momento exato em que elas se apaixonam. Ver esse tipo de trabalho sendo feito por artistas conterrâneos me deixa com muita vontade de participar de alguma produção de cinema num futuro. Mas, antes disso, ainda tenho muito a aprender.

Você está no ar como a modelo Valentina em Sete Vidas? O que espera para o futuro da personagem?
Usei um pouco da minha experiência no mundo da moda para dar vida a Valentina. Fiz uma campanha para uma marca argentina aos 16 anos, e trabalhei como modelo fotográfica durante minha estadia em NY. Valentina deu voz a algumas das questões que esse universo traz, como a pressão por emagrecer que leva muitas meninas a usarem artifícios como remédios, ou o tipo de comportamento que uma modelo deve adotar em relação a outros profissionais como fotógrafos para poder levar a carreira adiante... Tudo tem seu preço. E a Valentina serve de exemplo, mostrando
qual é esse preço pra Elisa, a personagem da Leticia Colin.

A estreia foi em Geração Brasil, marcada pela participação de pernambucanos. Essa “familiaridade” facilitou? Sim. Tive muita sorte. Quando entrei em Geração, tinha acabado de voltar ao Brasil. Foi muito gostoso poder redescobrir minhas raízes através do trabalho. Construir a Janaína foi exatamente isso: me redescobrir pernambucana. Voltei a falar com sotaque, gravei no Recife e, por conta das gravações, pude conhecer lugares da minha cidade que eu até então desconhecia, como o lindo bairro do Poço da Panela, onde gravamos bastante.

Sua personagem Jana (Geração Brasil) era cantora de uma banda. Como foi a preparação para o papel? Já cantava antes?
Pra Jana não tive tanta preparação no sentido musical. Fui escalada por ter um background de canto, faço aula desde os 13 anos, quando comecei a me interessar por teatro musical. Durante a fase de testes, além do teste de cena, enviei gravações minhas cantando para que a direção pudesse ouvir minha voz.

Os atores Johhny Hoocker, Julia Konrad, Samuel Vieira e Chandelly Braz gravaram cenas de "Geração Brasil" no Recife. Foto: João Cotta/Divulgação
Os atores Johhny Hoocker, Julia Konrad, Samuel Vieira e Chandelly Braz gravaram cenas de "Geração Brasil" no Recife. Foto: João Cotta/Divulgação


Porque optou estudar teatro fora do Brasil? Como foi a experiência na American Musical and Dramatic Academy?

Minha decisão por estudar teatro fora do Brasil foi meio que uma consequência de ter crescido em Buenos Aires. Lá, o teatro, especialmente o teatro musical, tem uma presença muito forte em todos os colégios, que montam peças musicais todo ano com os alunos como atividade extra curricular. Me apaixonei por essa arte desde os 13 anos quando participei pela primeira vez de uma das produções do colégio, uma montagem adaptada do musical Miss Saigon. Pesquisei vários conservatórios em Nova Iorque, o berço do teatro musical. Passei no teste para ir estudar na CAP21, uma das melhores escolas de teatro musical, afiliada com NYU. Não rolou por que ainda não tinham permissão do governo para aceitar estudantes internacionais na época. Depois disso, fiz teste e ganhei uma bolsa para estudar na American Musical and Dramatic Academy, também em NY. Nem pensei duas vezes. Fui atrás do sonho!

Como foi trabalhar no cinema norte-americano?
Participar de Allure foi uma experiência incrível. Tinha acabado de me formar como atriz na semana anterior ao teste pro filme, e pouco mais de um mês depois já estávamos rodando o longa nas ruas de Nova Iorque. Nunca tinha trabalhado com camera, só teatro, o diálogo era improvisado de acordo com as situações propostas no roteiro, nossa produção era independente, com poucas pessoas na equipe, tudo feito com muita garra e muita paixão pela arte. Todo mundo se ajudou. Quando recebi a noticia de que estávamos concorrendo ao prêmio de melhor filme norte americano no festival de Black Nights Film Festival, na Estonia ano passado, fiquei muito feliz. Esse tipo de reconhecimento é impagável.

Neta de empresários do ramo de gastronomia, o que te atrai nesse universo? Como será o novo empreendimento que inaugura no Recife?
A gastronomia sempre foi parte do meu dia a dia, desde pequena. Cresci indo a restaurantes acompanhar meus pais que trabalhavam. Vendo esse universo de perto, o corre corre de uma cozinha, o tipo de serviço que se oferece ao cliente, a construção dos pratos, isso é apaixonante. Sempre tive muita vontade e muitas ideias nesse ramo. Esse novo empreendimento com meu pai nasceu de um sonho dele de abrir uma hamburgueria com um pouco da gastronomia que vi e experimentei no exterior. O Dom Black será um gourmet mix, misturando hambúrgueres e sanduíches gourmet com pratos práticos e diferenciados, num espaço descontraído e moderno. O restaurante está sendo montado a partir de um container, seguindo um modelo parecido ao de um food truck, só que maior e com mais conforto.



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