Som da Terra surgiu na década de 1970. Foto: Arquivo/DP/D.A Press

Era 1975 quando um grupo de amigos liderados pelo jovem Paulinho - na época, recém-saído da banda de pau e corda do bairro - se reuniu em Casa Amarela, Zona Norte do Recife, para fundar a banda Som da Terra. Luiz Gonzaga e Quinteto Violado estavam entre as principais influências, marcantes no LP de estreia, Agreste. Neste domingo (12), o grupo - com 14 discos lançados e formação diferente da original - comemora 40 anos desde o primeiro show, considerado marco inicial da carreira.

Som da Terra sobe ao palco da Sala de Reboco, na Zona Oeste do Recife, à meia-noite do sábado (11) para o domingo (12). Pouco antes, a partir das 21h, abrem a festa Irá Caldeira, Marrom Brasileiro e Galeguinho de Gravatá.

A banda foi formada em 1975, em Casa Amarela. Foto: Som da Terra/Divulgação

“A primeira apresentação, em 1975, foi no Veneza, extinto bar do Recife”, conta Rominho Pimentel, atual vocalista e percussionista - integrante do grupo desde o segundo álbum, o Som da Terra no meio do mundo. “Para não fugir à proposta da casa, nosso repertório será de forró, além de sucessos como Balança o saco e Gibão de couro”, antecipa. Além de clássicos de Gonzação, haverá tributo a Dominguinhos. Os dois fazem parte de extensa lista de artistas acompanhados pelo Som da Terra nas últimas décadas: Elba Ramalho, Alceu Valença, Lenine, MPB-4, Roupa Nova, entre outros.

A comemoração não é a primeira - eles já foram homenageados no Galo da Madrugada, no bloco Virgens de Verdade Abraça Brasil e em outros eventos carnavalescos - nem será a última deste ano. No dia 25 de setembro, Som da Terra grava CD e DVD (Pernambuco num só coração) na área externa do Parque Dona Lindu, na Zona Sul do Recife, com 40 músicos pernambucanos.

Foto: Arquivo/DP/D.A Press

“Essa será nossa grande festa. Optamos por distanciá-la do carnaval e do São João, e vamos reunir Cristina Amaral, Josildo Sá, Almir Rouche, Liv Moraes e outros amigos”, explica Rominho. E para o próximo carnaval, antecipam o título da nova canção de trabalho, a inédita Vai pegar fogo. “Será nosso carro-chefe”, revela o vocalista.

>> DUAS PERGUNTAS: Rominho Pimentel, vocalista

Poderia citar algum momento marcante da jornada do grupo?
Sim, e nem preciso pensar muito. Vem logo à minha cabeça a Quarta-feira de Cinzas de um dos primeiros carnavais após a proibição de trios elétricos na orla de Boa Viagem. Tocávamos no trio da Coca-cola, que nos escalou para tocar na quinta-feira pré-carnavalesca em Olinda. Durante o show, sem ponderar muito, prometi que às 6h da Quarta de Cinzas haveria uma surpresa, naquele mesmo local, na Praça 12 de Março. E a promessa se espalhou. No dia combinado, às 6h, encontramos uma multidão no lugar. Foi uma das nossas apresentações mais emocionantes, sem dúvidas. Cantamos a Ave Maria. Passei uma mensagem às pessoas. Eu estava muito inspirado (risos). Muitos foram às lágrimas. Foi lindo.

Quais foram os maiores sucessos?
Na terra de lampião, um dos temas da novela O bem amado. Gibão de couro. E a mais popular de todas, que ainda cantam muito, Balança o saco. Esta última foi do segundo disco da banda, chamado Som da terra no meio do mundo. O nome é homenagem a uma casa de shows que marcou época em pernambuco, na qual tocamos durante 13 anos tocando lá. O dono patrocinou toda a gravação daquele LP. Por isso o tributo.

Este ano, lançaram o disco "40 Carnavais". Foto: Hans Von Manteuffel/Divulgação

>> FORMAÇÃO ATUAL
Rominho - bateria, percussão e vocais
Zé carlos - composição, baixo e vocais
Kayto - violão e vocais
Alexandre Jacaré - percussão
Wilson Pessoa - composição, bateria e vocais
Flávio Souza - composição, violão e vocais
Bequinho - teclado e sanfona
Doca - guitarra

SERVIÇO
Show de 40 anos da Som da Terra e 16 anos da Sala de Reboco
Quando: 11 de julho, a partir das 21h
Onde: Sala de Reboco (Rua Gregório Júnior, 264 - Cordeiro)
Ingressos: R (mulheres pagam R$ 15 até as 22h30)
Informações: 3228-7052