Telinha Sem medo de conservadorismo, Walcyr Carrasco estreia nova novela das 23h na Globo "Verdades Secretas", que estreia na próxima semana, tem nomes como Marieta Severo e Grazi Massafera no elenco

Publicado em: 01/06/2015 09:20 Atualizado em:


Crédito da Foto: Estevam Avellar/Globo/Divulgação
Crédito da Foto: Estevam Avellar/Globo/Divulgação

Walcyr Carrasco não teme conservadorismo. Em Amor à vida, brindou o público com o beijo gay entre os personagens de Mateus Solano e Thiago Fragoso. Pouco mais de um ano após a trama, volta ao ar, na Globo, com nova novela, dessa vez no horário das 23h.

Verdades secretas estreia na próxima segunda-feira (08). A produção vai explorar temas polêmicos, como prostituição e consumo de drogas. Além da novela, Carrasco já trabalha em uma sinopse para a faixa das 18h, que deve ir ao ar no início de 2016, mostrando que é um dos autores mais requisitados da emissora.

Aproveitando a liberdade que o fim de noite permite, em Verdades secretas o autor colocará em discussão o universo da moda e o submundo que o tange muitas vezes. Segundo o novelista, a história retrata situações que as pessoas sabem que existem, mas preferem não falar.

No elenco da produção, estão nomes importantes do casting da Globo como Marieta Severo, Grazi Massafera e Stephany Brito. Além deles, estreantes na teledramaturgia: as modelos Yasmin Brunnet, Alessandra Ambrósio e Camila Queiroz. Antes da estreia, a novela sofreu um desfalque com a saída de Deborah Secco, substituída por Drica Moraes. “Foi um susto, mas não podia incorporar a gravidez dela na novela, senão teria de mudar muito a história”, ele diz.

Você vai voltar ao ar com temas polêmicos em um momento em que Babilônia acaba de ser rejeitada por grupos conservadores. Assusta?
Um autor não pode se assustar, tem de acreditar. É como um jornalista que pega um grande furo, que vai mexer, por exemplo, com a presidente da República. Ele não vai publicar? Só se for louco. A gente tem de ir fundo e falar a verdade, nem que seja pela ficção. Sou contra jornalista que inventa notícias, mas aquele que fala mal do que escrevi porque não gostou tem esse direito. Continuo dando entrevista igual. Não dou para quem inventa uma história que mexe com a vida pessoal. Tenho de respeitar a informação. Se algum conseguir o último capítulo, sorte dele.

A prostituição aparece na história para financiar a compra de drogas?
Na novela, as pessoas não se prostituem pela droga, mas, sim, pela grana, pelo consumismo. Na moda masculina, busca-se estar bem vestido, mas tem um limite. Quando fui escrever a novela, busquei conhecer a moda feminina e o quanto ela custa nesses grandes shoppings. Fui a uma loja, que prefiro não dizer o nome, e perguntei: “Quanto custa esse vestido?”. A vendedora disse: “Entre R$ 30 mil e R$ 50 mil”. Pensei: “Deus do céu!”. Era um desses modelos que as mulheres usam uma única vez, porque não dá nem para lavar.

Você mergulhou no mundo da moda e da prostituição?
Muito. Uma coisa me assustou - e olha que nem estou falando de modelos, mas, sim, de uma prostituta profissional com quem tive contato. Ela morava em um flat e recebia os clientes. Quase todo o dinheiro que ganhava gastava para ficar bonita: cabeleireiros, cremes e, principalmente, roupas. Perguntei o que iria fazer depois de quatro ou cinco anos (na profissão) e ela não tinha o que falar. Não sou missionário, mas essa moça, hoje em dia, largou tudo e virou aeromoça.

A Grazi vai interpretar uma ex-modelo decadente que acaba se prostituindo. Como foi essa escolha?
A Grazi é conhecida como estrela, uma linda mulher. Sempre a vi assim. Não tinha noção do que ela era capaz. Você chama uma atriz e ela não quer se “desglamourizar”. Esse papel exigia isso. Por isso, teve teste. Não duvidando da capacidade de interpretação, mas queria saber a disposição da Grazi. E o teste me abalou. Disse: “Ela é uma atriz que nunca mostrou tudo o que pode ser”.

MAIS NOTÍCIAS DO CANAL