Cultura em luto
Morre Mestre Pombo Roxo do Amaro Branco, um dos últimos remanescentes do coco pernambucano
Artista, que também era babalorixá, faleceu às 4h em decorrência de problemas de saúde
Por: Augusto Freitas
Publicado em: 30/05/2015 11:45 Atualizado em: 30/05/2015 19:05
Mestre Pombo Roxo, do Coco Amaro Branco, era um dos últimos artistas vivos do movimento em Pernambuco. Foto: Celso Pereira Jr. |
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"É uma grande perda para a nossa cultura, logo após a despedida de Dona Selma do Coco. Mestre Pombo Roxo era um dos remanescentes do Coco do Amaro Branco e deixou um legado para a cultura popular e pernambucana em geral. O que nos deixa mais tristes é saber que ele faleceu com muitas debilidades físicas e na pobreza, como tantos outros importantes artistas locais. Sua esposa também é doente, mas esteve com ele até o fim de sua vida. O mestre agora descansou", afirmou, comovida, Isa Melo.
De acordo com o projeto Coco do Amaro Branco, Mestre Pombo Roxo era um dos mais antigos ogans (músicos do candomblé) em atividade no estado de Pernambuco. Babalorixá e juremeiro, Pombo Roxo morava na comunidade do Amaro Branco e era compositor de cocos. Também possuía uma das mais vivas e ricas memórias acerca da brincadeira.
Em 2008, integrou a segunda coletânea do Coco do Amaro Branco cantando as músicas “Vendedor de Caranguejo” e “Chora Maria de Lurdes”, ambas de sua autoria. Reconhecido numa ação do Ministério da Cultura, Pombo Roxo participava ativamente das atividades promovidas pelo Centro Cultural Coco de Umbigada e Centro Cultural Coco do Amaro Branco. Mesmo cadeirante, ele nunca ficou de fora das grandes rodas de coco e palcos da cultura popular.
Pombo Roxo também participou, além da gravação da segunda coletânea do Coco do Amaro Branco, dos seguintes trabalhos: gravação e lançamento do CD Coco do Amaro Branco Vol. 2 (2008), lançamento do documentário “O Coco, a roda, o pneu e o farol”, em 2011, produzido por Mariana Fortes, exposição fotográfica “Coco do Amaro Branco Retratos” (2011) e apresentações no Polo de Cultura Popular de Arcoverde (2012), São João de Olinda (2010, 2011 e 2012), Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), em 2011, e Pernambuco Nação Cultural (2010), em Gravatá.
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