Romantismo Festival da Seresta completa 20 anos e começa nesta quinta. Relembre momentos marcantes Fernando Mendes, Adilson Ramos, Renato e Seus Blue Caps e Altemar Dutra Jr. são alguns convidados do evento

Por: Luiza Maia - Diario de Pernambuco

Publicado em: 06/05/2015 13:21 Atualizado em: 06/05/2015 13:32

Adilson Ramos já participou de 19 edições e tocará na sexta, na Noite do Bolero. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
Adilson Ramos já participou de 19 edições e tocará na sexta, na Noite do Bolero. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Por uma confusão na contagem das datas, a edição anunciada como 20ª do Festival da Seresta, que começa hoje e vai até o sábado, é, na verdade, a 21ª. Realizada sem interrupções desde 1995, a já tradicional celebração à música romântica na cidade, que completa 20 anos, foi iniciada com um desfile de violonistas, cantores e fãs pelas ruas do Bairro do Recife, seguida por série de shows que culminou com Nelson Gonçalves. Planejada para duas semanas, foi enxugada para quatro dias e migrou do Marco Zero para a Praça do Arsenal, na décima edição, mas nunca perdeu a popularidade.

Confira o roteiro de shows no Divirta-se

Os 50 anos do movimento Jovem Guarda – cujo pontapé inicial foi a estreia do programa de mesmo nome apresentado por Roberto e Erasmo Carlos e Wanderléia, lançado no dia 22 de agosto de 1965, na TV Record de São Paulo – serão tema de homenagem amanhã. Cícero Alves, cover de Roberto, abrirá a agenda, que terá ainda Mozart, Jerry Adriani e Renato e Seus Blue Caps. “Como a gente não tem dinheiro para pagar o Rei para vir, a gente convidou um cover. Ele vem a caráter, tem a orquestra, o maestro”, defende Daniel Bueno, o organizador do Festival da Seresta.

A primeira noite, hoje, a partir das 20h, é dedicada aos anos 1970, com Fernando Mendes e The Fevers escalados. Adilson Ramos, que participou de quase todas as edições (a única exceção foi a estreia), encerra a Noite do Bolero, que também conta com Walesca, a Rainha da Fossa. Os últimos shows, na véspera do Dia das Mães, serão dedicados a elas. A expectativa é reunir cerca de 40 mil pessoas.

Programação
Noite do Anos 1970 (quarta) – Augusto César (20h), Gilliard (21h), Fernando Mendes (22h30) e The Fevers (0h)
Noite da Jovem Guarda (em homenagem aos 50 anos do movimento, amanhã) – Cícero Alves, Roberto Carlos Cover  (20h), Mozart (21h), Jerry Adriani (22h30) e Renato e Seus Blue Caps (0h)
Noite do Bolero (sexta) – Mevinha Queiroga (20h), Walesca (21h), Altemar Dutra Júnior (22h30) e Adilson Ramos (0h)
Noite das Mães (sábado) – Cláudio Almeida com Fernando Azevedo (20h), Conjunto Pernambucano de Choro (21h), Leonardo Sullivan (22h30) e Agnaldo Timóteo (0h)

SERVIÇO
Festival da Seresta
Onde: Praça do Arsenal (Recife Antigo)
Quando: hoje a sábado, às 20h
Acesso gratuito

Momentos marcantes

 (Foto: Daniel Bueno/Divulgação)
Desfile na estreia
Um desfile com ponto de partida no Bar Cabrinos, na Avenida Rio Branco (Recife Antigo), em direção ao Marco Zero marcou o início do festival nos três primeiros anos. Na estreia, os violonistas foram acompanhados por Sílvio Caldas, Expedito Baracho, Cláudio Almeida, Canhoto da Paraíba, outros artistas e fãs.

 (Foto: Daniel Bueno/Divulgação)
Camarões na mala
A performance de Jamelão (1913-2008, em foto de arquivo) era uma das mais longas, sempre com duas horas de duração. Quando vinha ao Recife, o sambista da escola de samba carioca Mangueira gostava de comer no restaurante Império dos Camarões, no Pina. “E ele tinha o hábito de comprar camarão e levar para o Rio de Janeiro”, revela Jorge Palmeira.

 (Foto: Daniel Bueno/Divulgação)
Sangue pela música
Antes de uma das apresentações no evento, assim que desceu do carro, Cauby Peixoto (foto de arquivo) caiu e machucou a perna. Durante uma hora e meia, ele cantou com o membro ensanguentado. “Mas foi um show impecável”, conta Bueno. Assim que saiu do palco, ele foi para o hospital, conta.

 (Foto: Daniel Bueno/Divulgação)
Show no banquinho
No último ano em que se apresentou no Festival da Seresta, Waldick Soriano (1933-2008) estava debilitado e por isso não conseguiu se apresentar de pé. Fez o show sentado, com terno e chapéu pretos. Nos camarins, já era dispensável o uísque, antes obrigatório. O restaurante predileto era Expedito da Carne de Sol, na Imbiribeira.

 (Foto: Daniel Bueno/Divulgação)
Última seresta
Apenas 16 dias depois de subir pela última vez ao palco do festival, Núbia Lafayette voltou ao Hospital de Clínicas Niterói (ela tinha sofrido um AVC em março), onde faleceu, em junho de 2007. Nessa visita, as cervejas já eram proibidas. “Tinha que ter umas três latinhas. Para começar”, conta Jorge Palmeira, produtor.

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