Televisão
"Existe a mania de achar que nosso sotaque é para fazer comédia", diz a atriz pernambucana que preparou elenco de Amorteamo
Na série da TV Globo, pernambucana fez participação e trabalho de adequação dos sotaques com os atores
Por: Fernanda Guerra - Diario de Pernambuco
Publicado em: 31/05/2015 15:00 Atualizado em: 30/05/2015 21:55
Foto: TV Globo/Divulgação |
A pernambucana Lívia Falcão morou por dez anos no Rio de Janeiro, mas voltou ao Recife por vontade e saudade. “Eu tenho um vínculo forte com a cidade. Quando retornei, muita gente ficava dizendo que era um retrocesso. Mas não. Para mim, estava voltando para casa, para minha família”, recorda a atriz de 47 anos. Com 30 anos de carreira, que começou no teatro, a intérprete nascida em Garanhuns reserva um espaço para televisão. Já fez duas novelas - Belíssima e Eterna magia - e participações em séries.
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Como foi o começo na dramaturgia?
Comecei aos 15 anos no grupo de teatro do colégio Contato. Entrei para fazer amizades, mas foi mais que isso. Eu encontrei um caminho. Foi muito forte para mim. No grupo, tinha Tuca Andrada, que acho que também estava se encontrando. Acabei vendo uma possibilidade de caminhar profissionalmente ali. Depois, encontrei João Falcão, que foi o primeiro diretor profissional com quem trabalhei. Comecei pelas mãos dele. Foi quem muito me ensinou. Com 18 anos, comecei a trabalhar no cinema, como assistente de direção no filme Casa-grande, senzala e companhia, que não chegou a ser rodado. Joaquim Pedro de Andrade faleceu durante o projeto.
Como é a relação com a televisão?
Eu não tenho ambição de ficar contratada na televisão direto, se não for fazendo algo que eu ache legal. As participações que fiz foram afetivas, como um convite de João Falcão com Flávia Lacerda (para Amorteamo). Foram poucos trabalhos, mas tenho muito carinho. Eu fiquei sempre muito agradecida. Eu estreei com um papel maravilhoso em Belíssima. A primeira cena que gravei na televisão foi com Lima Duarte. E ele não decora direito. Ele foi improvisando, e eu fui junto. Quando terminou a cena, ele veio elogiar. Fiquei feliz com isso. Não poderia ter sido um personagem mais generoso.
Como surgiu o convite para trabalhar em Amorteamo?
Eu já tinha trabalhado com Flávia Lacerda (diretora da série) em projetos anteriores, como na peça e filme Lisbela e o prisioneiro. Ela era assistente de Guel Arraes. Eu terminei ficando como assistente também. Em Belíssima, primeira novela que fiz, ela também dirigia, assim como em Louco por elas. A gente meio que se acompanha. Somos fãs uma da outra. E ela me convidou. A participação é pequena, mas o outro trabalho de preparação é bem grande. Foi muito trabalho.
Como analisa o desempenho da série?
Estou muito contente. É um espaço importante para Flávia, uma diretora jovem, pernambucana, mulher, dentro da Rede Globo. Ela tem um estilo próprio, que artisticamente está na tela. Na direção, ela é diferente, tem tranquilidade e se preocupa com o ator. Pernambuco está bem representado. Torço para que o estado comece a ocupar verdadeiramente espaços, pelo menos, quando as obras nos dizem respeito. Tem muita gente boa. Não tem porque não contar com essa mão de obra.
O trabalho de preparação de elenco teve alguma curiosidade?
Existe a mania de achar que nosso sotaque é para fazer comédia. Então… eu alertava: "Gente, não tem graça. É para falar normal". Fiquei muito feliz de trabalhar com a turma mais jovem. A paulista Arianne Botelho (na série, ela vive Lena) é uma atriz que faz o primeiro trabalho na televisão. Eu percebia que ela era muito verde, apesar de ter muito talento e ser uma pessoa tão disponível. Consegui trabalhar muito com ela e Johnny Massaro (Gabriel).
NÚMEROS
6
Participações na televisão
7
Filmes
17
Espetáculos de teatro
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