Televisão
Dramaturgo pernambucano João Falcão diz como a trilha de Amorteamo foi construída
Escritor fez supervisão musical da obra, ao lado do compositor pernambucano Juliano Holanda
Por: Fernanda Guerra - Diario de Pernambuco
Publicado em: 08/05/2015 21:00 Atualizado em: 08/05/2015 19:10
O diretor mora no Rio de Janeiro, mas acompanha a produção musical do estado natal. Foto: TV Globo/Divulgação |
Saiba mais...
Série Amorteamo, que estreia nesta sexta, traz assombrações recifenses para as telinhas
Pernambucana será uma cantora de bordel na série Amorteamo, da Globo
Série global Amorteamo terá trilha sonora feita por pernambucano
"Pernambuco é uma gangue", brinca Daniel de Oliveira, em entrevista sobre Amorteamo
O Recife assombrado do início do século 20 vira série de TV com atores de Império
Los Hermanos ganhará musical em homenagem aos 20 anos da banda
Clarice Falcão lança clipe com imagens do carnaval feito com celular
"Existe a mania de achar que nosso sotaque é para fazer comédia", diz a atriz pernambucana que preparou elenco de Amorteamo
Melancolia, mar e piano conduzem novo disco de Zé Manoel. Ouça Canção e Silêncio
Marina Ruy Barbosa volta como noiva-cadáver em Amorteamo
Série ambientada no Recife, Amorteamo conquista audiência na estreia
Como foi pensada a trilha sonora da série?
Quando conheci Juliano, eu fiquei muito impressionado com o talento dele. Eu o conheci no Recife, depois de um show de Geraldo Maia, e tinha vários artistas. Zé Manoel (pianista) me deu um disco dele. Não consegui mais parar de ouvir. Quando Flávia (Lacerda) tava pensando em alguém para fazer a trilha sonora de Amorteamo, eu logo pensei nele. Achava que as canções de A arte de ser invisível (disco de estreia do compositor) tinham muito a ver com dramaturgia, cinema. O trabalho dele é muito cinematográfico. Tem muita imagem, não só nas letras, como nas melodias. Começamos a ver o roteiro e fomos descobrindo juntos.
A trama é de época, mas a trilha é contemporânea. Funcionou esse contraste?
A trilha tem uma importância para a trama, como em poucas obras. A trilha é contemporânea, mas é atemporal. A série tem uma linguagem contemporânea também. Tem uma abrangência atemporal. No caso da trilha, tem a pegada da música do Recife. Mas só na pedida de Juliano. Não é especialmente regional. É uma coisa mais universal. Poderia ser uma obra que se passasse em qualquer lugar. A trilha sonora vai muito mais pelo melodrama, pelo amor, que pelo assombrado.
Você acompanha a música local de Pernambuco?
É um lugar muito rico musicalmente. De todos os gêneros. Há muito tempo, deixou de ser só do Manguebeat. Depois do movimento, surgiu uma coisa de diversidade muito interessante. Eu sempre procuro escutar os novos. Nos últimos anos, fico muito impressionado com a produção musical do estado. Eu sou muito ligado à música. Às vezes, escrevo um roteiro já pensando no tipo de música que quero. Uma delas foi Eu menti pra você, de Karina Buhr, que virou tema da personagem Chandelly Braz.
>>Outras trilhas sonoras:
"O auto da Compadecida" teve trilha composta por SaGrama. Foto: TV Globo/Divulgação |
O auto da Compadecida (1999):
A minissérie teve produção musical de João Falcão em parceria com o grupo SaGrama, de composições a sonoplastias. "João procurava um grupo de música da região que tivesse identificação com o tipo de obra de Ariano Suassuna. Queria algo mais cômico, com trejeitos nordestinos", lembra Sérgio Campelo. O grupo teve acesso a capítulos da produção para compor. Presepada, tema de João Grilo, ganhou mais evidência.
Louco por elas (2012-2013):
Apesar de não ser uma produção musical originalmente pernambucana, o seriado Louco por elas, de João Falcão, reunia algumas composições criadas no estado. Juliano Holanda, Geraldo Maia, Junio Barreto e Zé Manoel eram alguns artistas que tiveram composições associadas com os personagens. Do pianista, a música Valsa da ilusão apareceu no episódio em que Bento pedia Theodora em namoro.
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL
MAIS LIDAS
ÚLTIMAS