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Televisão Recifense Bruno Bellarmino está entre os novos rostos da televisão O intérprete atuou no primeiro episódio de "Os experientes" e está escalado para próxima série da HBO

Por: Fernanda Guerra - Diario de Pernambuco

Publicado em: 19/04/2015 08:00 Atualizado em: 17/04/2015 19:16

Bruno Bellarmino é um dos novos rostos recifenses da televisão e do cinema. Aos 33 anos, o ator se esforça para driblar os preconceitos de estereótipos. O recifense participou do primeiro episódio da série Os experientes, exibida às sextas-feiras, na TV Globo, na qual contracenou com veteranos, como Beatriz Segall, e novatos, como João Cortês. Antes disso, já tinha feito participações nas séries Psi e O negócio, da HBO. Bruno é radicado em São Paulo há três anos.

Havia dado uma pausa na trajetória como ator para se dedicar a concursos e emprego como vendedor, até ser aprovado no teste para o filme Paraísos artificiais (2012), de Marcos Prado, rodado na Reserva do Paiva. Os primeiros passos na vida artística foram no teatro em Olinda. Ele faz parte do grupo de pesquisa para cinema Ap 43 e estará no longa-metragem A grávida da cinemateca, de Christian Saargard, além da série O homem da sua vida, da HBO.

Bruno Bellarmino é um dos novos rostos da TV. Foto: Arquivo pessoal/Reprodução
Bruno Bellarmino é um dos novos rostos da TV. Foto: Arquivo pessoal/Reprodução


Como surgiu o convite para atuar em Os experientes? Como foi atuar em produção com direção de Fernando Meirelles?
Eu tinha trabalhado com o Quico Meireles (filho de Fernando) numa gravação de uma publicidade em São Paulo. E a O2 Filmes me recebeu muito bem logo quando cheguei em São Paulo. A Cecília, que é do elenco lá, soube que estavam procurando um ator para uma participação nessa série e me convidou para fazer parte disso. Foi incrível. Primeiro que, trabalhar com o Fernando, eu não esperava isso tão cedo. Segundo: eu como ator, tendo aquela oportunidade de trabalhar com alguém do nível dele não poderia esmorecer jamais. Imagina isso: tu sai da tua terra, sem conhecer ninguém, e em menos de dois anos, a cidade te põe em prova e te oferece isso.

Como foi seu começo como ator?
Minha primeira participação em teatro foi em Olinda. Lá, eu e um grupo de adolescentes fomos recrutados através de um projeto social desenvolvido por uma ONG no Centro Luiz Freire. Era gostoso, porque preenchíamos o nosso tempo com o estudo de atividades teatrais e culturais. Tinha música, teatro, discussões de temas sociais, enfim! Durante dois anos, todos os dias a tarde, nos encontrávamos nesse espaço. Daí, fui desenvolvendo o meu trabalho com outros grupos, artistas. Também tive uma banda de hardcore em Peixinhos Olinda. Tocava baixo e gritava. Porque cantar, em uma banda de hardcore, não rola. 

A participação em Os experientes já rendeu novos convites?
Neste ano, estou no elenco de O homem da sua vida, dirigida pelo Daniel Rezende, uma nova série da HBO. Aliás, esse trabalho aí já é fruto de Os experientes. Daniel editou o material de Experientes. Será a primeira direção dele, que também me deu essa oportunidade de desenvolver o trabalho.

Bruno fez participação na série Os Experientes. Foto: TV Globo/Reprodução
Bruno fez participação na série Os Experientes. Foto: TV Globo/Reprodução


Existe preconceito por ser pernambucano?
Olha, preconceito mesmo não há! Há aquelas limitações de perfis, né!? Tem algumas pessoas que acham que atores nordestinos só sabem fazer comédia, tem que ter aquela imagem do sertão de Euclides da Cunha. O cinema pernambucano está bem bacana por isso, né!? De deixar mais livre. No entanto, já ouvi de alguns produtores de cinema do Recife, me dizerem isso: que eu não parecia pernambucano. Vai entender... Eu me reconheço como artista. Acredito no que eu tenho para passar. Quero contar um tanto de histórias ainda. Eu sou ator. E sou operário dessa labuta.

Atualmente, é mais fácil se inserir na TV aberta ou fechada?
O governo Dilma foi massa nisso aí, porque ela meteu esse projeto da grade nacional  na TV por assinatura (a Lei da TV paga determina cota de exibição de conteúdo brasileiro). Mas na TV aberta, é dominada! Por exemplo, fica difícil para nós nordestinos autênticos dar vida a personagens nordestinos. Quando há produção com temáticas nordestinas, não chamam atores do Nordeste. É difícil... poque as pessoas exigem tanto da gente, como o sotaque e o jeito. Quando tem uma produção, fica uma mera imitação do que a gente tem.

>> NÚMEROS

4
Trabalhos na TV paga

2
Filmes

17
Anos como ator


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