Música
Novo disco de Lenine flerta com a química e tem parcerias com Nação Zumbi e Marco Polo. Confira o faixa a faixa
"Carbono" será lançado na quinta-feira, mesmo dia da estreia do show, em São Paulo
Por: Luiza Maia - Diario de Pernambuco
Publicado em: 28/04/2015 19:47 Atualizado em: 28/04/2015 20:09
Conceito químico alotropia é a base para o processo de composição das 11 faixas inéditas. Foto: Flora Pimentel/Divulgação |
A capa e o encarte foram traçados com a maciez do grafite pelo artista plástico José Carlos Lolo. As 11 faixas foram lapidadas como diamante em estúdios do Rio de Janeiro, de São Paulo, Salvador e Amsterdã durante três meses. Embalado pela dualidade do elemento químico primordial dos compostos orgânicos, o cantor e compositor pernambucano Lenine lança Carbono, o 10º disco de estúdio. O CD chega às lojas na quinta-feira, dia em que estreia série de apresentações em São Paulo. No repertório, resgata músicas poucos exploradas no palco, como Olho de peixe (1993) e Magra, de Labiata (2008).
Saiba mais...
Lenine e Nação Zumbi mostram primeira música em parceria, o frevo Cupim de ferro
Lenine divulga capa do novo disco, Carbono
Em vídeo, Lenine adianta detalhes do novo disco, "Carbono"
Documentário sobre Lenine, Continuação estreia nesta segunda
Cena pernambucana ganha novos projetos musicais com mistura de ritmos
Lenine lança Carbono em tarde de autógrafos no Recife e faz show em Olinda
Começa pré-venda de ingressos para Lenine no Teatro Guararapes
Lenine fará show de Carbono, indicado ao Grammy Latino, em outubro
FIG 2015: "Nunca tomei tanto Lexotan na vida", diz Silvério Pessoa, sobre primeira vez no festival
Nação Zumbi tocará no Clube Português, local do último show com Chico Science no Recife
Lenine é mais uma atração confirmada do Festival de Inverno de Garanhuns
Pernambucano Siba faz críticas sociais e políticas em novo disco, disponível de graça na internet. Ouça
Sete pernambucanos concorrem ao Prêmio da Música Brasileira. Confira indicados
Com poucos hits e muita experimentação sonora, Lenine estreia show de Carbono
E geográfico. Ele concorda. “Talvez seja o meu trabalho mais pernambucano”, considera o compositor de Leão do Norte, um dos clássicos musicais do estado. Toques de frevo, ciranda e maracatu, a referência à celebração à cultura afro-brasileira em À meia-noite dos tambores silenciosos e a entonação da fala mesclada às agruras ambientais em Quede água são as mais explícitas, em meio a outras mais discretas, tachadas de legendas.
Sonoramente, Carbono marca o retorno da percussão e bateria, suprimidas de Chão para dar lugar a tons mais orgânicos, como o canto do canário belga Frederico VI na canção Amor é pra quem ama. “Sístole e diástole”, define, lançando mão de termos emprestados da biologia para contração e relaxamento do músculo cardíaco.
“Tem a tonalidade melódica, algo meio Dominguinhos, e a melancolia”, analisa, apesar de se definir como otimista. “O Antropoceno (período geológico atual) é muito novo. Nós nunca influenciamos tanto a vida do planeta. Eu acredito no homem. O poder que ele tem de destruir é o de construir”, diz. E Carbono é uma construção de Lenine para dentro de si.
Faixa a faixa
Castanho (Lenine e Carlos Posada) - Com letra de Carlos da Posada e o Clã, da qual faz parte Bruno Giorgi, aborda laços familiares e um casamento duradouro, que ele considera aspecto em comum - Lenine é casado há mais de 30 anos.
O impossível vem pra ficar (Lenine e Vinicius Calderoni) - Com Tó Brandileone, reafirma parceria com o 5 a Seco e a relação com novos músicos.
À meia-noite dos tambores silenciosos (Lenine e Carlos Rennó) - Definida como quase oração, foi gravada com Letieres Leite e Orkestra Rumpilezz, com música de terreiro e maracatu.
Cupim de ferro (Lenine, Pupillo, Lucio Maia e Jorge du Peixe) - Frevo com batidas de rock tem título inspirado em Madeira que cupim não rói, de Capiba, foi composto em parceria e tem coprodução de Pupillo.
A causa e o pó (Lenine e João Cavalcanti) - Primeira parceria com o filho registrada em disco dele, é a definição conceitual do álbum: “A dureza real de quem é pedra (…) O risco se apagou?”
Quede água (Lenine e Carlos Rennó) - Com Marcos Suzano na percussão, parte da escassez do bem no Nordeste para refletir sobre o planeta. “Tem um senso de oportunidade no momento em que a gente vive a resposta da natureza”, diz.
Simples assim (Lenine e Dudu Falcão) - Única canção já existente antes do projeto, aborda a busca por simplificar a vida, parceria com o conterrâneo de É o que me interessa e Paciência.
Quem leva a vida sou eu (Lenine) - Com participação de Marcos Suzano, é uma das três com coro dos filhos (as outras são Cupim de ferro e Quede água) e traços de baião com bateria.
Grafite diamante (Lenine e Marco Polo) - Chamado antes de Duelo, o poema do vocalista da Ave Sangria recebeu o trecho “a gente se junta e dança na diferença” e foi adaptado para uma visão mais esperançosa. Carlos Malta toca sax.
O universo da cabeça do alfinete (Lenine e Lula Queiroga) - Reforçadora da dualidade do disco - “Doído, e ainda assim contente/ Descrente, e ainda assim feliz” -, tem participação da Martin Fondse Orchestra, de Amsterdã (Holanda).
Undo (Lenine, Guila, JR Tostoi e Bruno Giorgi) - Única instrumental, com colegas de palco. A bateria é
de Pantico Rocha.
Depoimento
Marco Polo (Ave Sangria)
Serviço
Carbono, de Lenine
Gravadora: Universal
Preço: R$ 24,90 (R$ 15,90 na pré-venda)
Confira vídeo sobre a faixa Cupim de ferro, em parceria com a Nação Zumbi:
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL
MAIS LIDAS
ÚLTIMAS