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"No caso do filme Entre abelhas, o protagonista não enxerga o que está acontecendo ao redor", diz o ator Fábio Porchat

Em "Entre abelhas", Porchat vive Bruno, um homem que deixa de ver aqueles que lhe fazem companhia

Publicado: 29/04/2015 às 21:00

No longa "Entre abelhas", o ator, conhecido pela atuação em comédias vive o drama de um homem que fica cego. Foto: Dan Behr/Divulgacao/

No longa "Entre abelhas", o ator, conhecido pela atuação em comédias vive o drama de um homem que fica cego. Foto: Dan Behr/Divulgacao()

No longa "Entre abelhas", o ator, conhecido pela atuação em comédias vive o drama de um homem que fica cego. Foto: Dan Behr/Divulgacao
O agito, num final de sexta-feira, embala um grupo de desconhecidos que, num hotel, se reúne em festinha para a qual o ator Fábio Porchat não foi convidado. Mas, não adianta nada o relativo anonimato: assim que passa pelos festeiros, os gritos são todos mobilizados para a sua figura. Realidade que contrasta com o enredo do  mais novo filme dele, Entre abelhas, no qual seu personagem Bruno deixa de ver aqueles que lhe fazem companhia. Num comparativo imediato, é o oposto da visibilidade atrelada ao bem-sucedido Porchat. “Ser o centro das atenções tem o lado ruim de você sentar no parque e não conseguir mais ver a senhora alimentando os pombos. Ela está olhando para você, e para os pombos”, diz, em entrevista exclusiva ao Correio/Diario.

[SAIBAMAIS]Com estreia nesta quinta-feira, o longa conta a história de um homem fica cego. A nova empreitada em cinema destoa, desde a origem, do popularesco impresso em Meu passado me condena, uma comédia escrachada. Dirigido pelo amigo de Porchat, e também integrante do Porta dos Fundos, Ian SBF, o novo filme tem queda pelo fantástico.

%2b Entrevista

Atualmente, você tem tempo para você? E, nesse tema da solidão, que faz parte do filme Entre abelhas, como você percebe sua realidade? Há interesses, nas relações pessoais, com seu sucesso?

Tenho tempo para mim, sim: agora mesmo, estou assistindo à Garota exemplar, no computador, a caminho do teatro (risos).  Quanto às companhias, trabalho com as mesmas pessoas há muito tempo. Meu produtor é o mesmo, minha empresária idem. Isso do interesse não é algo que me preocupe: aliás, acho que nunca pensei nisso.

Como analisa o fato de o seu personagem não ter humor em Entre abelhas?

Não tenho problema algum em fazer ou não fazer humor, por ter formação de ator. Então, gosto de contar boas histórias. Claro que tenho facilidade, e eu adoro fazer rir, assim como dar risadas também. Naturalmente, tendo a ir por esse caminho. Igualmente, sigo o caminho de histórias boas de serem contadas.

De que cor era o vestido: azul ou dourado? Isso tem um tanto a ver com teu filme, não?

Cada um vê de uma cor, né? Eu vi das duas cores, então não consegui chegar a nenhuma conclusão. No caso do filme Entre abelhas, o protagonista não enxerga o que está acontecendo ao redor. Mais do que se o vestido é azul ou dourado, ele não percebe as pessoas que vivem para a gente. Quem são aqueles que ele nem cumprimenta. Pessoas que falam conosco, e a gente nem nota que estão ao nosso redor.

Isso toca bastante você?

Essa questão é importante: desde o menino de rua que vem pedir um dinheiro para você, e você nem olha no olho dele. É o mesmo caso da pessoa para quem você paga o estacionamento. É o caso daquela tia para quem você não liga. Que pessoas são essas que fazem parte da nossa vida, mas que são invisíveis para nós?

Há uma reviravolta na maneira de ser visto, com o Entre abelhas, não?

É um trabalho que as pessoas não estão acostumadas a ver: eu, numa tragicomédia. O mais importante é a gente não esconder isso do público. Eles não devem ir achando que assistirão uma comediona. Não quero ver o público dizendo: “Ah! Mas, eu ri mais no filme do navio (Meu passado me condena)”. Com certeza, riu mais: lá, era uma comediona. Entre abelhas, não: é uma história diferente que pende para o fantástico. O público vai ficar surpreso, positivamente.

Confira teaser de Entre abelhas:

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