Semana Santa José Pimentel é o "faz-tudo" da Paixão de Cristo do Recife A 19ª edição do espetáculo gratuito estreia nesta quarta-feira e vai até domingo, no Marco Zero

Por: Isabelle Barros

Publicado em: 01/04/2015 12:43 Atualizado em: 01/04/2015 12:31

Foto: Wellington Dantas/Divulgacao
Foto: Wellington Dantas/Divulgacao

Assim como acontece em muitas histórias clássicas, a narrativa da morte e ressureição de Jesus Cristo tem interesse sempre renovado ao longo dos anos, e não importa que o público saiba a história de cor e tenha assistido ao mesmo final repetidas vezes. Esse apelo é resgatado por José Pimentel há décadas na missão que ele se impôs: representar o papel dessa figura histórica e religiosa que ajudou a moldar o mundo ocidental. Pela 19ª vez consecutiva, ele apresenta sua versão para essa figura religiosa tão emblemática na Paixão de Cristo do Recife, apresentação teatral que ocupa o Marco Zero desta quarta-feira (1°) até o domingo de Páscoa, sempre às 20h, com entrada gratuita.

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O espetáculo aposta em uma ideia de tradição e de confiabilidade construídas ao longo de décadas de trabalho de Pimentel como Jesus Cristo, primeiro em Nova Jerusalém e depois no Recife. O ator encara sua participação na Paixão de Cristo como uma missão de vida e centraliza muitas das principais funções do espetáculo para garantir que sua visão esteja integralmente no palco. “Além de fazer o papel do Cristo, sou responsável pela direção, pelo texto, pela trilha sonora e pela iluminação, desta vez dividida com Luciana Raposo. Gosto de trabalhar com música, com som, com luz. Além disso, não é fácil escrever para teatro ao ar livre. No elenco, são quase os mesmos atores e atrizes, pernambucanos ou radicados no estado, desde o começo”.

Este ano, as mudanças são pontuais: a trilha sonora foi refeita e a produção terá efeitos novos, principalmente na cena de Herodes. “Uma artista circense vai fazer um número de pirofagia e um bailarino vai fazer passos de dança afro. Na morte de Judas, um morteiro vai sair de um poste em direção à árvore na qual o personagem vai se enforcar. São 19 anos usando o mesmo figurino, o mesmo cenário. Gostaríamos de renovar esses elementos, mas não foi possível e cuidamos de ao menos reformá-los, dando a impressão de que é tudo novinho”.

No entanto, o fato de o espetáculo ser gratuito também faz com que ele dependa de um orçamento flutuante, cuja fonte vem principalmente da Prefeitura do Recife, com R$ 300 mil, e do governo do estado, cuja contribuição foi de R$ 250 mil. “O ideal seria termos perto de R$ 1 milhão para darmos uma remuneração justa e digna a quem participa da produção. Vejo com temor o futuro da Paixão de Cristo do Recife. Este ano, houve o perigo do corte de nosso patrocínio e foi uma trabalheira conseguirmos ao menos manter o valor. Terminadas as apresentações, vamos buscar novas parcerias com empresas não ligadas ao governo”.

Serviço
19ª Paixão de Cristo do Recife
Quando: De amanhã até domingo, às 20h
Onde: Marco Zero (Bairro do Recife)
Entrada gratuita

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