Show Gal Costa apresenta show intimista "Espelho d'água" em Olinda Prestes a completar sete décadas de vida, baiana revisita sucessos do início da carreira

Por: Luiza Maia - Diario de Pernambuco

Publicado em: 18/04/2015 15:20 Atualizado em: 18/04/2015 16:21


O espetáculo Espelho d’água é o olhar para trás em meio ao turbilhão de ousadias pelo qual Gal Costa enveredou com Recanto, álbum de 2011 com músicas e produção de Caetano Veloso responsável por desequilibrar fãs e críticas antes de conquistar os ouvintes. Prestes a completar 70 anos de idade - em setembro - e 50 de carreira, ela apresenta neste sábado (18), em Olinda, o formato intimista lançado no ano passado. Estrelado pela voz marcante da cantora baiana e pelo violão de Guilherme Monteiro, Espelho disputa a agenda da baiana com Ela disse-me assim: Canções de Lupicínio Rodrigues, turnê sem data prevista para chegar aqui. “Costumo brincar no show que fez a cama perfeita pra mim”, diz.

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Escolhido a quatro mãos por ela e pelo jornalista Marcus Preto, diretor artístico do disco Estratosférica, a ser lançado em maio pela Sony, o repertório é focado em sucessos da década de 1970, da qual vêm 70% das 20 canções pinçadas. Do conterrâneo Caetano Veloso, autor obrigatório nos trabalho dela, desde a estreia, em 1965, foram selecionadas 11 músicas.

A abertura remete aos últimos anos dos Novos Baianos, ao lado de Gilberto Gil, Caetano e Bethânia. Caras de bocas, dos irmãos Veloso, é cantada sob luz vermelha em companhia do dedilhado fortemente marcado de Monteiro. Do álbum de 1977, entram Negro amor, Solitude, Tigresa e Um favor, de Lupicínio Rodrigues. Vaca profana, Folhetim, Modinha para Gabriela e Meu nome é Gal, de Roberto e Erasmo Carlos, cantada no primeiro LP solo, Gal Costa, de 1969, estão no setlist.

A única com menos de 30 anos é a inédita Espelho d’água, do hermano Marcelo Camelo e o irmão dele, o poeta Thiago, presente inserido também em Estratosférica, produzido por Moreno Veloso e Kassim. O projeto se mostra ousado já pelos compositores. Outros nomes de gerações mais recentes assinam as canções. A faixa título é dos pernambucanos Junio Barreto e Pupillo, em coautoria com Céu. Também daqui, Jabitacá, de Junio, José Paes de Lira (Lirinha) e Bactéria. Namorada de Camello, Mallu Magalhães, de apenas 22 anos, figura com Quando olha para ela, e o rapper paulista Criolo divide com Milton Nascimento a música Dez anjos.

Serviço
Quando: Hoje, às 21h
Onde: Teatro Guararapes
Ingressos: R$ 200 e R$ 100 (meia), para plateia, e R$ 160 e R$ 80, para balcão. Assinantes do Diario pagam meia na compra de até um par de ingressos
Informações: 3182-8020

Entrevista >> Gal Costa

Você divide o palco com o violonista e guitarrista Guilherme Monteiro. O que o trabalho artístico dele e o formato intimista acrescentam à interpretação?
Guilherme tem grande influência do jazz, bebe muito nas fontes mais profundas do estilo. Nos demos muito bem desde a primeira vez em que tocou comigo quando substituiu um dos meus músicos na turnê Recanto. Ele tem grande experiência, trouxe mais sofisticação para minhas músicas e costumo brincar no show que fez a cama perfeita pra mim. O formato acústico me arrebata tanto quanto o show com a banda.

Como foi a escolha do repertório, em parceria com o jornalista Marcus Preto?
O formato voz e violão já vinha sendo apresentado há muito tempo, mesmo durante a turnê do Recanto. Fui convidada, então, para fazer um show no Teatro Safra, em São Paulo, e queria mudar o repertório, queria montar um roteiro diferente, pois estava cansada do que vinha fazendo nesse formato. Foi o ponto de partida, mudar o repertório que já vinha sendo apresentado no formato voz e violão. A partir daí, o Marcus trouxe todas as capas dos meus discos e eu fui assinalando o que eu queria cantar, ele também deu algumas ideias e fomos montando o roteiro do show. A ideia do show é mostrar temas que se tornaram clássicos na minha voz, em várias fases da minha carreira, e mostrar canções que fizeram parte de momentos importantes da minha história como cantora.

Espelho d’água, de Marcelo e Thiago Camelo, é a única inédita. Por que decidiu adicioná-la ao show e ao disco?
Marcelo compôs essa música e me mandou. Eu gostei demais. Sem dúvida um grande presente. Eu gosto muito do jeito que o Marcelo compõe, como ele harmoniza as canções e as letras. Ela veio para fazer parte do novo disco, mas acabei escolhendo para o repertório e para o nome do show. Para não chamar o show de Voz e Violão, resolvi colocar como nome do show porque o espelho d’água significa reflexo, coisas do passado, do presente e até do futuro. Era exatamente isso que o repertório significa.

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