Arte Frevo é tema de nova exposição que começa nesta quarta na Caixa Cultural Exposição aberta hoje no Recife leva à população o patrimônio imaterial brasileiro como forma de celebrar a cultura do país

Por: Isabelle Barros

Publicado em: 22/04/2015 09:01 Atualizado em:


O frevo, centenário ritmo pernambucano, é uma das manifestações cultuadas na mostra na Caixa Cultural. Crédito: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
O frevo, centenário ritmo pernambucano, é uma das manifestações cultuadas na mostra na Caixa Cultural. Crédito: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Não são apenas os monumentos presentes em uma cidade que compõem o patrimônio de um povo, mas também os saberes, os modos de fazer e as manifestações culturais. Essa é a tese que a exposição Patrimônio Imaterial - a celebração viva da cultura dos povos vai defender para o público pernambucano a partir desta quarta-feira (22), na Caixa Cultural Recife. A abertura acontece às 19h30 e a mostra vai trazer, até o fim de maio, representações de 36 bens imateriais brasileiros registrados no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), cinco deles pernambucanos.

Entre os itens da mostra, estão fotos, vídeos, sons, objetos e obras de arte referentes a esses bens, oriundos de 19 estados. De Pernambuco, estão a Feira de Caruaru, o maracatu de baque solto, o maracatu de baque virado, o frevo e o cavalo marinho. O teatro de bonecos do Nordeste, o mais recente bem imaterial registrado pelo Iphan, em março passado, também tem uma representação pernambucana, com obras feitas pelo Mestre Saúba, de Carpina, na Mata Norte do estado. Durante a pesquisa de campo, a produção da exposição viajou até lá para adquirir mamulengos.

Além de serem compradas, em alguns casos, as peças que o público poderá ver foram cedidas por vários museus e espaços expositivos de todo o país, como o Museu do Folclore, sediado no Rio de Janeiro. De acordo com o produtor cultural e um dos idealizadores da iniciativa, Luiz Prado, a intenção era popularizar o entendimento do que é patrimônio para um público mais amplo. “A ideia para a ação veio da atuação do Iphan no reconhecimento dos bens culturais ao longo de 14 anos. Transformamos essa pesquisa documental e técnica em uma linguagem expográfica para aproximá-la do público. Trouxemos para perto deles os ofícios, as paisagens e os diversos povos que compõem o Brasil”.

Além da representação pernambucana, a exposição traz saberes e fazeres bem conhecidos fora dos locais de origem. Como exemplo, há o ofício das baianas do acarajé, as matrizes do samba carioca, como o partido alto, o samba de terreiro e o samba-enredo, e a roda de capoeira. “Recife é a quarta cidade pela qual a mostra passa e a concebemos como uma iniciativa de longa duração, que passará por muitos estados do Brasil e pelo exterior. Não há data para essa itinerânia terminar, mas, quando acontecer, objetos adquiridos serão doados para instituições museológicas”, diz Prado.

MAIS NOTÍCIAS DO CANAL