Entrevista Ex-baterista dos Titãs, Charles Gavin fala sobre temporada do Brasil adentro sobre Pernambuco A segunda temporada da produção será exibida ainda este ano no Canal Brasil

Por: Fernanda Guerra - Diario de Pernambuco

Publicado em: 02/03/2015 11:30 Atualizado em: 02/03/2015 17:34


Charles Gavin, apresentador do "O som do vinil". Crédito: Canal Brasil/Divulgação
Charles Gavin, apresentador do "O som do vinil". Crédito: Canal Brasil/Divulgação

Charles Gavin é mais que um Titã, como ainda é tratado por boa parte do público, mesmo após a saída da banda de rock em 2010. O ex-baterista do grupo é um defensor da música brasileira e da descentralização da cultura na TV. Dois exemplos do esforço de divulgar a sonoridade brasileira são os programas O som do vinil, cuja nona fase estreia em maio no Canal Brasil, e Brasil adentro, no qual a segunda temporada terá como tema “Música de Pernambuco”.

Após a edição dedicada ao Pará, Gavin assina o projeto ao lado de Paula Vieira, Geraldo Magalhães e Lula Queiroga. Parte das filmagens do projeto, aprovado pelo Funcultura do ano passado, foi gravada durante o carnaval deste ano com cerca de 25 artistas, entre eles, Claudionor Germano, China, Otto, Lirinha e Antônio Nóbrega. Lenine deve ser entrevistado. A previsão é de que seja exibido neste ano no Canal Brasil.

Entrevista >> Charles Gavin

Qual a proposta do Brasil adentro: Música de Pernambuco?

Já gravamos boa parte das entrevistas. A gente aproveitou a concentração de gente que trabalha em Pernambuco durante o carnaval. Nós - Paula, Geraldo, Lula e ele - discutimos o repertório, o que seria importante, o que dava para fazer. O desafio era como mostrar, não só para os pernambucanos, um panorama do que é a música do estado, como foi e está. A diversidade é infinita. Passa de um programa musical para um interdisciplinar.

Como idealizou o Brasil adentro?

O projeto nasceu na situação de estar diante de uma profusão de músicas e canções. E sentia a necessidade de compartilhar isso. Quem trabalha com cultura tem o dever de repassar o que sabe. Não pode guardar para si. Há a necessidade de descentralizar a produção que é concentrada no eixo Rio-São Paulo. Sempre questionei isso, apesar de morar aqui. Recife é um polo de resistência, com o cinema e música muito forte no Brasil.

Como surgiu o interesse por TV?

Fui convidado pelo Canal Brasil para apresentar O som do vinil. Naquele momento, não poderia imaginar que ia durar tanto. Uma coisa é você ter experiência em dar entrevista dentro de uma banda bem-sucedida. Outra é aprender a outra condição, saber como funciona TV. Fui aprendendo fazendo. Passei a ser visto não só como roqueiro, mas como alguém que gosta de música de forma geral e que defende a música brasileira.

Com o fim da MTV na TV aberta, a TV paga supre a demanda?

Infelizmente, a música perdeu espaço na TV aberta. Na TV paga, temos canais voltados para a música. Mas acho que ainda faltam espaços que discutam, expliquem, informem a música brasileira. Por que não temos mais programas como Chico e Caetano (dos anos 1980, na Globo)? Já ouvi de produtoras grandes: “Música não dá Ibope”. A procura por audiência e a necessidade de ter uma receita cada vez maior causam distorções.



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