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Oscar Oscar 2015: Ironias, protestos e agradecimentos marcaram discursos da cerimônia Patricia Arquette, premiada como Melhor Atriz Coadjuvante em "Boyhood" pediu igualdade de salário entre atores e atrizes

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Por: Correio Braziliense

Publicado em: 23/02/2015 09:45 Atualizado em: 23/02/2015 10:12


Patricia Arquette ganhou elogios de Meryl Streep. Crédito: Kevin Winter
Patricia Arquette ganhou elogios de Meryl Streep. Crédito: Kevin Winter

Patricia Arquette, ganhadora do prêmio de melhor atriz coadjuvante do Oscar 2015, usou o discurso de agradecimento para pedir igualdade de gênero. “Essa é a hora de ter salários e direitos igualitários para todas as mulheres dos Estados Unidos”, falou emocionada. A plateia estrelada aplaudiu a ganhadora de pé. Meryl Streep e Jennifer Lopez apareceram gritando no video.

Mais cedo, durante o tapete vermelho, Arquette já havia questionado o hábito dos repórteres perguntarem, às mulheres, somente sobre os vestidos, enquanto os atores eram questionados sobre o trabalho. Ao ser entrevistada, ela falou sobre seus projetos sociais, a importância de fazer Boyhood e disse que não teve nem tempo de fazer as unhas para ir à premiação. Não deixou espaço para falar de moda, aderindo o slogan #AskHerMore.

A atitude veio depois do vazamentos de e-mail da Sony, em que os executivos relataram que Jennifer Lawrence e Amy Adams tinham salários menores do que os companheiros no filme A trapaça, apesar de serem mais conhecidas e bem sucedidas que os atores com quem contracenaram. Durante toda a temporada de premiação, as mulheres que ganharam fizeram discursos enaltecendo a importância de papéis femininos de peso e pedindo por mais igualdade na indústria.

Em 2014, quando Cate Blanchett, venceu o prêmio de melhor atriz, ela discursou sobre os filmes com protagonistas mulheres. “Se vocês acham que as pessoas não querem ver as atrizes em papéis interessantes, vocês estão muito enganados”, afirmou. Algumas semanas antes, ela também brigou com um repórter no tapete do SAG porque estava filmando de corpo inteiro. “Vocês fazem isso com os homens também?”, questionou.

Outro discurso que chamou a atenção foi o da equipe do documentário CitizenFour, sobre a trajetória de Edward Snowden, famoso por revelar dados sigilosos que tratavam de espionagem do governo norte-americano sobre outros países. Ao receber o prêmio, os produtores do documentário saudaram a atitude e coragem do hacker, afirmando que, sem liberdade não há democracia. O apresentador Neil Patrick Harris, em mais uma piada criticada na internet, emendou um "Snowden não pôde estar aqui por alguma traição". Fazendo trocadilho, em inglês, com treason (traição) e reason (razão), para visível desconforto da plateia. Bola fora, NPH.

O incômodo gerado pela supremacia branca na indicação dos nomes para os principais prêmios da noite também  foi tema recorrente tanto na apresentação da cerimônia como nos discursos. O apresentador Neil Patrick Harris começou já com uma alfinetada: "Hoje celebramos os mais brancos, ops, os mais brilhantes". Ao receber o prêmio de Melhor Canção por Glory, tema do filme Selma, o cantor John Legend lembrou o legado de Martin Luther King, "Para as pessoas que lutam contra a desigualdade com a nossa música, saibam que nós vemos vocês, nós amamos vocês, e nós marcharemos com vocês".



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