Música Projeto Punhal de Prata, com Alessandra Leao, traz versões modernas para psicodelia de Alceu Valença Dupla com o músico Rafa Barreto revisita primeiros discos do cantor nos anos 1970

Por: Pedro Siqueira - Diario de Pernambuco

Publicado em: 24/01/2015 08:00 Atualizado em: 23/01/2015 21:39


Alessandra Leão (esquerda) e Rafa Barreto (direita) interpretam clássicos psicodelicos de Alceu. Crédito: O Nordeste/Divulgação. Orquestra Ouro Preto/Divulgação. Rafa Barreto/Divulgação
Alessandra Leão (esquerda) e Rafa Barreto (direita) interpretam clássicos psicodelicos de Alceu. Crédito: O Nordeste/Divulgação. Orquestra Ouro Preto/Divulgação. Rafa Barreto/Divulgação

No Recife dos anos 1970 havia o chamado movimento "udigrudi". Lula Côrtes, Zé Ramalho, Lailson e Ave Sangria uniam o que havia de mais recente no rock internacional com os tradicionais ritmos nordestinos, antes mesmo do Manguebeat. São dessa época discos clássicos como Satwa (1973), de Lula Côrtes & Lailson e Ave Sangria (1974), da banda de mesmo nome. Ao lado dessa turma toda, estava um rapaz invocado de São Bento do Una. Alceu Paiva Valença foi responsável por dois álbuns marcantes desse período, Molhado de suor (1975) e Vivo (1976). E é justamente essa fase psicodélica de Alceu que o projeto Punhal de Prata revisita.

Idealizado pelos músicos Alessandra Leão e Rafa Barreto, o projeto apresenta ao vivo clássicos da fase psicodélica de Alceu como Vou danado pra Catende e Punhal de prata. As músicas recebem um trato moderno, mas não perdem o clima lisérgico e viajante. Fãs da música pernambucana setentista afirmam que Alceu soube canalizar o que havia de melhor e diferente nas bandas de udigrudi em seu próprio som. É dele, aliás, um dos únicos videoclipes da época, Vou danado pra Catende foi gravado em 1975, para o Fanstástico. Como banda de apoio, Alceu tinha "só" Paulo Rafael, Israel Semente, Ivinho e Agrício Noya, todos do Ave Sangria, além de Zé da Flauta, Lula Côrtes e Zé Ramalho.

Projetos como o Punhal de Prata são prova viva da influência que o "udigrudi" exerce até hoje na música pernambucana. Músicos como Tagore e Juvenil Silva também citam os discos do período como fortes referências. Após a fase psicodélica, Alceu enveredou por um caminho mais pop, lançando discos cheios de hits como Anunciação, Morena tropicana e Pelas ruas que andei, mas a lenda psicodélica ainda vive, mesmo que nas mãos de artistas mais novos.

Confira vídeo original de Vou danado pra Catende e versão do Punhal de Prata:





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