De férias
Matheus Nachtergaele é um apaixonado pelo cinema de Pernambuco
Figura submersa no cinema pernambucano, o ator bateu um papo com o Viver e antecipou novos planos da carreira
Por: Fernanda Guerra - Diario de Pernambuco
Publicado em: 18/01/2015 10:00 Atualizado em: 16/01/2015 20:07
Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press |
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“Vamos fazer as fotos na piscina? Com esse azul?”, dirigia, com certo toque de perfeccionismo. No momento de lazer, conversava sobre vida, arte e projetos. Um deles é Piedade, próximo longa-metragem de Cláudio Assis, cujas filmagens começam em setembro. O artista não sabe “teorizar” como foi tomado pelo “fenômeno Pernambuco” na telona. Da parceria intensa com os cineastas Guel Arraes, Lírio e Cláudio, nasceram vínculos afetivos com o estado. “A vida me deu esse presente lindo: ir descobrindo Pernambuco através dos meus personagens. João Grilo (O auto da Compadecida) foi um passe de entrada”, recorda.
O ator exalta o cinema pernambucano como “o mais potente do Brasil”. Acredita que os outros estados deveriam se mirar no estado como modelo de produção efervescente. “Lírio e Cláudio são dois cineastas de autoria, de criação. Filmam o mundo que veem. Lírio, de uma maneira poética. E Cláudio, de uma maneira mais visceral”, ressalta.
Big jato é o quarto longa de Cláudio. Todos foram feitos com Matheus. O ator vive dois personagens antagônicos. “Apesar de não ser uma história original do Cláudio, é o cinema dele. Utiliza o Nordeste para falar das mazelas do mundo, do amor, da violência, da misoginia”, analisa. A produção é inspirada em romance de Xico Sá. De acordo com ele, o filme exala jovialidade, com a predominância de jovens no elenco, incluindo o protagonista Rafael Nicácio.
Nachtergaele sempre trilhou o caminho do cinema. Já atuou em mais de 30 produções. Também participou de Nina, ao lado de Lázaro Ramos, e Serra pelada, ambos do pernambucano Heitor Dhalia. Contratado da TV Globo, trabalha em séries ou minisséries. As quatro novelas, entre elas Cordel encantado (2011) e América (2005), foram exceções em uma trajetória que prioriza tempo livre para a sétima arte. “Eu acho que prefiro a obra mais fechada, por não ter (em novela) o controle sobre o que vai acontecer com o meu personagem. O fim é material para a construção”, justifica.
Em 2015, até agora, o único projeto para a tevê é uma série sobre Zé do Caixão, de Vitor Mafra, ainda sem cronograma e canal definidos. Ele vai protagonizar os seis episódios, como um making of de filmes de José Mojica Marins. Paralelamente aos projetos no cinema e TV, Nachtergaele também amadurece um novo trabalho como diretor. “Acho que penso todo dia nisso. Eu só demoro porque trabalho muito como ator”, esclarece. A festa da menina morta (2008), dirigida por ele, passou dez anos sendo “desenvolvida, maturada, desejada”. O mesmo ocorre agora. Enquanto isso, ele segue aficionado na produção local: “O cinema é uma arte interdisciplinar. A música, a literatura, a poesia estão trançadas de uma maneira bem bonita aqui”, filosofou. E pediu licença para voltar aos braços dos amigos…
FRASE
“Eu me sinto bem em Olinda. Tem um tamanho de cidade que eu gosto. Chego aqui e vou na Bodega do Véio, Esquina do Peneira e em Dona Darcy (nos Quatro cantos). Passo para dar um ‘oi’ e dar um beijo neles. São amigos. Pessoas que aprendi a amar”.
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