20 anos em três horas Foo Fighters aposta em canções conhecidas do público em turnê no Brasil Dave Grohl suou a camisa na primeira apresentação no país, em Porto Alegre. Banda faz show em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte

Por: Fernanda Machado - Estado de Minas

Publicado em: 23/01/2015 11:22 Atualizado em: 23/01/2015 12:08

O vocalista Dave Grohl, líder da banda norte-americana. Crédito: Duda Bairros/Divulgação
O vocalista Dave Grohl, líder da banda norte-americana. Crédito: Duda Bairros/Divulgação


Porto Alegre – "Vamos pôr 20 anos de carreira em três horas de show". Foi essa a promessa de Dave Grohl, líder da banda Foo Fighters, aos 30 mil fãs presentes à noite da estreia brasileira da turnê Sonic highways, na capital gaúcha. Repleto de hits, o repertório do shows ocorrido na última quarta-feira (21) deve se repetir em São Paulo (23), Rio de Janeiro (25) e Belo Horizonte (28), onde a banda apresenta o show internacional.

O set list apresentado no Estacionamento da Fiergs, na capital gaúcha, seguiu basicamente o roteiro da banda em Santiago, no Chile, e Buenos Aires, na Argentina, com pequenas modificações. O Foo Fighters abriu a noite com Something from nothing, de seu último disco, Sonic highways. Depois da novata, vieram os grandes sucessos: The pretender, Learn to fly, Breakout, Arlandria e Generator.

Apesar do repertório de peso, o público de Porto Alegre demorou um pouco para se empolgar. Na pista premium, famílias e casais receberam com timidez a sequência inicial. O clima só esquentou na sétima canção, My hero, quando Grohl desafiou: "Esta vocês podem cantar comigo".

Pique

Dave Grohl não poupou a voz. Desde o início, abusou dos gritos e correu de um lado para o outro do palco, demonstrando estar preparado para as três horas de espetáculo. Ele só desacelerou um pouco ao apresentar a banda, com direito a improvisações em Daft punk is playing at my house (do LCD Soundsystem) e Another one bites the dust (do Queen). Depois, o líder do Foo Fighters passou o microfone para o baterista Taylor Hawkins, na simpática Cold day in the sun. Mas o som não ajudou: a voz de Hawkins foi "engolida" pelo alto volume dos instrumentos, problema que se repetiu em vários momentos.

Na metade da apresentação, Grohl ficou sozinho no palco para apresentar uma sequência acústica. Caminhando na passarela, aproximou-se da pista. Com tudo para emocionar, Skin and bones e Wheels soaram meio monótonas – boa parte do público aproveitou a pausa no rock’n’roll para comprar cerveja ou ir ao banheiro.



Depois do set acústico, o baixista Nate Mendel, o baterista Taylor Hawkins, os guitarristas Chris Shiflett e Pat Smear e o tecladista Rami Jaffee voltaram ao palco para tocar Times like these, que reconquistou a atenção da plateia.

Homenagens

Um dos grandes destaques da turnê foi o set de covers apresentado pela banda na estrutura giratória montada no meio da pista premium. Em Porto Alegre, as escolhidas foram Detroit rock city (Kiss), Miss you (Rolling Stones) e dois hits do Queen: Tie your mother down (com Grohl na bateria e Hawkins nos vocais) e Under pressure. Foi um dos momentos mais bacanas do show.

O público já demonstrava cansaço quando Grohl tirou da manga mais um grande hit, All my life, destaque da parte final do concerto. A faixa deu o gás que faltava ao público para curtir a derradeira meia hora de apresentação, com These days, Rope, Outside, Best of you e, para fechar, Everlong, um dos primeiros sucessos do Foo Fighters.

Sem direito a bis, que soaria mesmo desnecessário, o grupo deixou o palco pouco depois da meia-noite. Dizendo-se avesso a despedidas, Grohl agradeceu ao "público fantástico". E prometeu: "Não vou dizer adeus, porque com certeza vamos voltar um dia".

*A repórter viajou a convite da produção

Três perguntas para...

Nick Peanut Baines
Tecladista do Kaiser Chiefs

Andrew White
Tecladista e guitarrista do Kaiser Chiefs

Esta é a terceira vez que o Kaiser Chiefs se apresenta no Brasil. O que esperar dos novos shows?
Peanut – Em nossa primeira vez no Brasil, tive um problema de saúde, fiz uma cirurgia de apendicite e acabei tocando sentado, com dores. Na segunda, foi bem melhor: fizemos um show arrepiante no Lollapalooza. Nossa expectativa para agora é a melhor possível. O público brasileiro é incrível, muito animado. É sempre um prazer fazer shows aqui, sobretudo tendo a oportunidade de conhecer novas cidades.

Uma dessas novas cidades é Belo Horizonte. O que vocês sabem sobre ela?
White – Sei que não fica no litoral, certo? Vai ser legal conhecer uma outra cidade brasileira, ainda mais se os fãs forem como os que a gente já conheceu. Minha lembrança do Brasil é muito boa. Fico até arrepiado ao me lembrar de alguns momentos nossos aqui.

Peanut – Se o público gostar do show, a gente faz questão de voltar.  

Primeiro vocês tocaram em dois festivais, agora dividem o palco com o Foo Fighters. Qual a diferença desses dois tipos de show?
Peanut – Gostamos de tocar tanto em festivais quanto em shows de turnê. A diferença é que nos festivais você disputa a atenção do público com outras atrações, é um desafio. Mas é sempre assim: quando fazemos muitos festivais, ficamos com saudades dos shows de turnê e vice-versa.

White – Desta vez, a grande vantagem de vir ao Brasil é tocar ao lado do Foo Fighters. É uma banda querida no mundo todo e tem o fã apaixonado que gostamos de conquistar. É uma ótima oportunidade para mostrar o nosso trabalho a uma plateia que já sabe do que gosta.



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