Arte política Claudius, de O Pasquim, faz charge exclusiva sobre Charlie Hebdo Um dos autores da revista ainda falou sobre os ataques à publicação francesa

Por: Correio Braziliense

Publicado em: 26/01/2015 09:01 Atualizado em: 26/01/2015 10:07

"O Pasquim" foi idealizado por figuras como Millôr Fernandes, Jaguar, Claudius, Tarso de Castro e Sérgio Cabral. Crédito: Claudius/Divulgação
"O Pasquim" foi idealizado por figuras como Millôr Fernandes, Jaguar, Claudius, Tarso de Castro e Sérgio Cabral. Crédito: Claudius/Divulgação


Charge é palavra de origem francesa que significa "carga", ou seja, carregar nos traços para tornar algo mais irônico, mais engraçado. O gênero é marcado pelo tom crítico, pela polêmica, pelo grande número de mensagens implícitas que exigem atenção mais cuidadosa do leitor. Muitas vezes, desperta o riso, mas o ponto forte é a reflexão. Porém, como pode um desenho causar ódio e revolta?

Por tocar em assuntos delicados, as ilustrações satíricas sempre sofreram perseguição, desde que foram criadas, no século 19, por pessoas opostas a governos ou críticos políticos que queriam se expressar de forma inusitada. Mesmo reprimidos, esses desenhos ganharam popularidade e causam celeuma até hoje.

No início do mês, quatro cartunistas foram mortos em atentado à revista Charlie Hebdo, em Paris. Um deles, Georges Wolinski, em especial, era reverenciado por ícones do cartum brasileiro. A irreverência de Wolinski influenciou artistas no Brasil que passaram a se organizar em torno de um projeto que se tornaria um verdadeiro patrimônio do humor brasileiro: O Pasquim, idealizado por figuras como Millôr Fernandes, Jaguar, Claudius, Tarso de Castro e Sérgio Cabral.

"Bebíamos avidamente aquele humor satírico, cáustico e muito engraçado. Para o Charlie Hebdo nada é sagrado. É o humor em estado bruto. Na época da ditadura era o que precisávamos, um humor político direto e sem muita sutileza", afirmou em seu site o cartunista Nani Lucas.

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