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Operação La Catedral

Justiça manda soltar policiais penais investigados por corrupção no Presídio de Igarassu

TJPE concedeu habeas corpus a cinco alvos da Operação La Catedral, da PF, que apura esquema em presídio no Grande Recife

Publicado: 18/04/2025 às 15:12

/Foto: Divulgação/SERES

/Foto: Divulgação/SERES

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) mandou soltar cinco policiais penais investigados no âmbito da Operação La Catedral, deflagrada pela Polícia Federal (PF), que apura um suposto esquema de corrupção e favorecimento de presos no Presídio de Igarassu, no Grande Recife.

Alvos da primeira fase da operação, os policiais penais estavam detidos preventivamente desde fevereiro e tiveram habeas corpus julgados na quarta-feira (16). Na ocasião, desembargadores da 2ª Câmara Criminal, do TJPE, decidiram, por maioria de votos, substituir a prisão por medidas cautelares.

Foram beneficiados os investigados Ednaldo José da Silva, Reginaldo Ferreira Aniceto, Everton de Melo Santana, Ernande Eduardo Freire Cavalcanti e Cecília da Silva Santos. Segundo a PF, eles teriam facilitado a entrada de drogas, garotas de programa e bebidas alcoólicas na cadeia.

Nas decisões, obtidas pelo Diario de Pernambuco, o TJPE determina que os investigados sejam monitorados eletronicamente, não podem sair de casa à noite e continuem com a função pública suspensa. Eles também estão proibidos de deixar a comarca e de acessar unidades prisionais.

Para mandar expedir o alvará de soltura, os desembargadores avaliaram que esse grupo de investigados na La Catedral tem “bons antecedentes”, “residência fixa” e “não registram histórico de faltas funcionais”. Outra consideração foi que nenhum deles é apontado como suposto líder do esquema.

Também alvos da operação, Charles Belarmino de Queiroz, ex-diretor do Presídio de Igarassu, e André de Araújo Albuquerque, ex-secretário executivo de Administração Penitenciária e Ressocialização de Pernambuco, André de Araújo Albuquerque, continuam presos.
 
[SAIBAMAIS]

La Catedral

A investigação da Operação La Catedral mostra que detentos do presídio de Igarassu, no Grande Recife, tinham acesso a prostitutas, comidas por delivery e até festas regadas a uísque, cerveja e pagode.

Segundo relatório da PF, a peça central do esquema era o preso Lyferson Barbosa da Silva, conhecido como “Mago” ou “Lobo”, que atuava como “chaveiro” do pavilhão e levava uma vida de luxo na cadeia.

No inquérito, o detento é acusado de gerenciar um laboratório de crack, que funcionava dentro do espaço cultural do presídio, e deter o “monopólio do tráfico de drogas” na unidade.

As regalias eram mantidas por pagamento de propinas a autoridades, segundo a investigação. Em um vídeo, o ex-diretor do Presídio de Igarassu aparece entregando maços de dinheiro ao ex-secretário executivo dentro da cadeia.
 
Em nota, a Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social informou que possui uma Investigação Preliminar em andamento, instaurada para apurar as repercussões administrativas do caso. "Nesta semana, a Corregedoria recebeu, como prova emprestada, cópia do inquérito da Polícia Federal, após autorização judicial. Com base nesse material, essa fase da IP será finalizada nos próximos dias", completam. 
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