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A seca sempre foi um fantasma a assombrar o Agreste pernambucano, região que detém o pior balanço hídrico do Brasil. Durante séculos, populações inteiras dependeram de chuvas incertas e de reservatórios intermitentes. Hoje, a esperança vem pelas tubulações que transportam as águas do Rio São Francisco, através do Eixo Leste da Transposição, abastecendo milhares de lares e impulsionando o desenvolvimento regional.
Idealizado a muito tempo, o projeto da Transposição do Rio São Francisco demorou décadas para sair do papel. Somente em 2007 as obras ganharam forma, e, agora, a chegada das águas do Velho Chico se tornou um marco histórico para Pernambuco. O estado é atravessado pelos Eixos Norte e Leste da transposição, impactando diretamente a vida de mais de 680 mil pessoas.
A grande promessa para a segurança hídrica da região é a Adutora do Agreste, alimentada pelo Eixo Leste. Essa imponente obra, que em sua primeira etapa já conta com 790 quilômetros de tubulação e três estações de bombeamento, caminha para sua conclusão em 2026. Quando finalizada, operará de forma integrada com outras adutoras da região, como a do Moxotó e a de Serro Azul, ampliando a oferta de água para mais de um milhão de pessoas.
A primeira etapa da Adutora do Agreste recebeu um investimento de R$ 2 bilhões, dos quais R$ 1,48 bilhão já foram aplicados. A estimativa é de que a infraestrutura possa distribuir até 2.000 litros de água por segundo. Antes mesmo da conclusão total, cidades como Caruaru já se beneficiam da obra. A Compesa (Companhia Pernambucana de Saneamento) executa uma interligação que levará 400 litros por segundo para a Estação de Tratamento de Água Salgado, reforçando o abastecimento da cidade.
O presidente da Compesa, Alex Campos, enfatiza o impacto positivo da Adutora do Agreste. "A entrega de cada etapa é celebrada com entusiasmo. O Governo do Estado tem se empenhado para acelerar a conclusão da obra e a Compesa cumpre seu papel de garantir abastecimento com qualidade", afirma.
Os avanços também podem ser observados na Adutora do Alto Capibaribe, inaugurada em dezembro passado. Com 70 quilômetros de extensão, essa adutora já beneficia Santa Cruz do Capibaribe e, em breve, atenderá Jataúba. O investimento, de R$ 92 milhões, fortalece a segurança hídrica da região.
Outra infraestrutura crucial é a Adutora de Serro Azul, que está 97% concluída e deve entrar em operação ainda este ano. Com 58 quilômetros de extensão, levará água da barragem de Serro Azul para Caruaru, Gravatá e outras cidades, beneficiando cerca de 1 milhão de pessoas.
O trajeto das águas da Transposição em Pernambuco começa em Floresta, onde a captação ocorre no reservatório de Itaparica. De lá, atravessa estações de bombeamento, aquedutos e reservatórios até desembocar no Ramal do Agreste, em Arcoverde, ponto de partida da Adutora do Agreste.
Com a integração de novos sistemas adutores e o avanço das obras, Pernambuco dá um passo histórico na luta contra a seca. O Velho Chico, que por tanto tempo foi um sonho distante, agora percorre as cidades, renovando esperanças e garantindo o acesso à água potável para milhares de pernambucanos.