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Foto: Wagner Ramos/PCR |
A Prefeitura do Recife realizou, nesta segunda-feira (24), um mutirão de plantio de milho na Horta Comunitária Mãos de Milagres, no bairro do Ibura, na Zona Sul da cidade. Referência em agroecologia e segurança alimentar, a horta foi fortalecida com a ação, que contou com a participação ativa da comunidade. O objetivo é ampliar a produção agroecológica e incentivar o cultivo sustentável no território.
A comunidade recebeu o primeiro roçado, que será colhido durante as festas juninas. O plantio incluiu milho em consórcio com feijão e jerimum, utilizando a técnica ancestral conhecida como Miupa, uma prática com mais de três mil anos de história.
"O milho cresce verticalmente, formando uma haste que serve de suporte para o feijão de corda, enquanto o jerimum atua como uma cobertura viva do solo. Essa interação evita o crescimento de ervas daninhas e outras plantas indesejadas, além de reduzir a incidência de parasitas. Uma planta ajuda a outra", explica a técnica em Agroecologia da Secretaria Executiva de Agricultura Urbana, Nathália Mesquita.
Esse é o terceiro mutirão realizado no espaço com apoio da Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria Executiva de Agricultura Urbana. O primeiro resultou na implantação de uma farmácia viva, seguido pela criação de um pomar.
“Neste mês de março, como de costume, distribuímos sementes de milho crioulo para a população. Mas, este ano, trouxemos uma novidade: realizamos mutirões em diversos pontos da cidade, como creches, escolas, centros de saúde e hortas comunitárias. Essa iniciativa fortaleceu a conexão entre as pessoas e o poder público, promovendo participação e engajamento na construção de uma cidade mais sustentável”, disse a secretária executiva de Agricultura Urbana, Adriana Figueira.
A Prefeitura pela cidade já realizou seis mutirões, e ainda há mais quatro programados ao longo do território recifense, segundo a gestão.
Para Josélia Firmino, 45 anos, moradora da comunidade há 35 anos, a iniciativa tem grande importância.
"Quem cuida da horta somos nós, mulheres. Somos um coletivo de mais de 20 mulheres. E quem deu início a tudo foi Taciana. Sem ela, a horta não existiria", afirma, citando uma das vizinhas da comunidade à frente da iniciativa. Segundo Josélia, o grupo cultiva plantas medicinais, utilizadas como remédios, além de diversas hortaliças. "Nossa produção é voltada para beneficiar a própria comunidade. Como não tínhamos espaço, o posto de saúde cedeu essa área para que pudéssemos plantar", explica.