![Localizado no bairro da Boa Vista, no Recife, o Museu guarda um dos principais acervos sobre a pré-história de Pernambuco (Francisco Silva/DP) Localizado no bairro da Boa Vista, no Recife, o Museu guarda um dos principais acervos sobre a pré-história de Pernambuco (Francisco Silva/DP)]() |
Localizado no bairro da Boa Vista, no Recife, o Museu guarda um dos principais acervos sobre a pré-história de Pernambuco (Francisco Silva/DP) |
Com quase 40 anos de existência, o Museu de Arqueologia e Ciências Naturais da Universidade Católica de Pernambuco possui um dos acervos mais antigos sobre a pré-história pernambucana. O Museu, referência na conservação da história do Estado, tem 800 esqueletos completos do sítio arqueológico Furnas do Estrago, no município Brejo da Madre de Deus, além de também possuir coleções biológicas, paleontológicas e etnológicas. Em 2024, como atestado da sua importância para Pernambuco, a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) aprovou o investimento de R$ 4 milhões no Museu.
Esse montante será distribuído entre os dois projetos selecionados pelo edital “Recuperação e Preservação de Acervos”. Eles visam, respectivamente, a curadoria, sistematização e modernização das coleções do Museu e a modelagem de tecnologias emergentes para a divulgação dessas coleções. Segundo a professora e coordenadora do Museu, Roberta Richard Pinto, o investimento na modernização do acervo “vai resultar em uma melhor qualidade dos acervos, no monitoramento mais adequado desses acervos para a sua longevidade, como também é a seleção de determinadas peças para serem incorporadas como exposição de longa duração”.
![A coordenadora do Museu, Roberta Richard Pinto, comenta a importância do investimento para o Museu (Francisco Silva/DP) A coordenadora do Museu, Roberta Richard Pinto, comenta a importância do investimento para o Museu (Francisco Silva/DP)]() |
A coordenadora do Museu, Roberta Richard Pinto, comenta a importância do investimento para o Museu (Francisco Silva/DP) |
Já o projeto de modelagem de tecnologias emergentes traz a criação do Laboratório de Prototipagem que poderá ser acessado por outras empresas e instituições de ensino. Com esse laboratório, alguns objetos serão transformados em acervo digital e para serem utilizados como apoio pedagógico no ensino de Ciências Naturais e do Meio Ambiente, Paleontologia e Arqueologia. No
site do Museu, estão disponíveis seis materiais que podem ser utilizados por professores da rede pública e privada de ensino.
Além do Laboratório de Prototipagem, o Museu também abriga três outros laboratórios de pesquisa: O Laboratório de Biodiversidade e Educação Ambiental, um Laboratório de Diversidade de Anfíbios e Répteis e um Laboratório de Restauração, Conservação e Educação Patrimonial. “O Museu é uma rede de apoio tanto para o núcleo de pesquisa, como também para trabalhos de estágio, iniciações científicas, produções de mestrado, de doutorado e isso engloba tanto os cursos e os estudantes daqui da Unicap, como também de outras instituições de ensino superior”, comenta Roberta.
O processo para a aprovação no edital demandou uma articulação interna de pesquisadores e estudantes dos cursos de graduação e pós-graduação que já funcionavam como núcleo de pesquisa dentro da instituição. Mas, apesar desse investimento substancial, a coordenadora ainda relata dificuldades na adequação do Palácio Soledade, sede do Museu desde 2016, às atividades exercidas no local. A parceria entre 10 pesquisadores e professores da Universidade Católica de Pernambuco, seus estudantes e demais voluntários que queiram trabalhar nesses projetos são fundamentais para garantir o bom funcionamento e enfrentar os desafios ainda existentes.
O Museu
O Museu de Arqueologia e Ciências Naturais está de portas abertas de terça a sexta de 9h às 16h e no sábado das 9h às 12h, gratuitamente. Já para o atendimento de grupos, é necessário agendamento prévio, que pode ser realizado no próprio
site do Museu. “Nós fazemos atendimentos de grupos de 10 até 40 pessoas, atendendo a acessibilidade e respeitando os espaços físicos em geral. Os atendimentos envolvem dinâmicas que o museu propõe a partir das exposições de longa duração para, principalmente, escolas públicas, escolas privadas, mas também universidades, pós-graduação”, explica Roberta.
![As exposições do Museu podem ser visitadas gratuitamente de terça a sexta, das 9h às 16h, e no sábado das 9h às 12h (Francisco Silva/DP) As exposições do Museu podem ser visitadas gratuitamente de terça a sexta, das 9h às 16h, e no sábado das 9h às 12h (Francisco Silva/DP)]() |
As exposições do Museu podem ser visitadas gratuitamente de terça a sexta, das 9h às 16h, e no sábado das 9h às 12h (Francisco Silva/DP) |
Atualmente, estão expostas duas exibições permanentes, “Do Passado ao Presente”, que faz uma verdadeira viagem no tempo, desde os mamíferos gigantes que habitavam a região no período do Pleistoceno, a uma comunidade indígena que viveu no Agreste de Pernambuco a mais de 2.000 anos, até o período colonial do estado. Já a exposição “Do Mar ao Sertão”, leva os visitantes aos biomas existentes no estado de Pernambuco, demonstrando as relações sócio-econômicas entre esses biomas com as comunidades tradicionais. Ambas as exposições trazem tanto peças originais dos seus respectivos períodos quanto réplicas criadas por impressões 3D.
Para aqueles que não podem visitar presencialmente o Museu, no
site da instituição também é possível realizar um tour virtual por toda a sua extensão.