Um filhote de tubarão-limão foi resgatado na Praia do Sueste, em Fernando de Noronha, com um elástico de cabelo preso na boca. Um vídeo compartilhado no Instagram do Projeto Tubarões e Raias mostra o momento do resgate e a marca que o elástico deixou no animal, que estava debilitado.
Na gravação, é possível ver quando o tubarão é encontrado e capturado por pesquisadores do projeto. O animal estava com cortes na boca causados pelo elástico, que prejudicou a alimentação dele, deixando-o mais magro que o normal.
O pesquisador Daniel Silva retirou o tubarão da água e removeu o elástico, que também causou uma marca na região próxima à cabeça. A princípio, o animal foi visto por turistas da ilha, que enviaram vídeos para o Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio).
“O estado do filhote era preocupante, ja que o elástico de cabelo poderia estar impedindo a sua alimentação, o mesmo estava bem magro e com sua boca muito ferida”, comenta o pesquisador voluntário do projeto, Daniel Silva.
Após o elástico ser removido, o tubarão foi devolvido ao mar. De acordo com o Projeto Tubarões e Raias, o animal tem capacidade de se recuperar dos ferimentos na boca, uma vez que possui um processo de cicatrização rápido.
Este filho resgatado já era monitorado pelos pesquisadores e tem um microchip que ajuda na identificação e no acompanhamento.
O projeto Tubarões e Raias explicou que o resgate dos filhotes de tubarões-limão com anzol e, neste caso, com elástico de cabelo, são realizados através da captura científica para monitoramento, marcação e coleta de amostras biológicas.
“Usamos de 2 a 3 puçás (um petrecho de pesca confeccionado com rede) para conseguir pegá-los. Todo procedimento é realizado em poucos minutos e os tubarões são sempre mantidos na água para oxigenação. Em caso de resgate não conseguimos garantir que o animal não está sentindo dor, devido à própria gravidade da lesão. O melhor é realizar o procedimento o mais rápido possível para voltar o animal ao mar o quanto antes. Isso aumenta suas chances de sobrevivência”, explica a coordenadora do projeto, Bianca Rangel.
“Monitoramos os tubarões através de expedições trimensais em campo, que são realizadas por pesquisadores e colaboradores do projeto e através da ciência cidadã. Guias, mergulhadores e visitantes estão todos os dias em todas as praias, e nos ajudam a monitorar esses animais informando a nossa equipe sobre os avistamentos dos tubarões e casos como este”, complementa Bianca.
O tubarão-limão é uma espécie que habita águas tropicais e subtropicais do Atlântico e do Pacífico. Ele recebe esse nome devido à coloração amarelada de sua pele. Pode atingir até 3,4 metros de comprimento e é conhecido por sua sociabilidade, frequentemente sendo encontrado em grupos. Apesar de seu tamanho, geralmente não representa perigo para humanos.