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Adriano Sena/Flickr |
O Dia Nacional Contra o Sedentarismo é comemorado nesta segunda-feira (10) para conscientizar a população sobre os malefícios da inatividade física, especialmente no contexto de pacientes em reabilitação e cuidados paliativos. O Brasil lidera o ranking de sedentarismo na América Latina, com 84% dos jovens e 47% dos adultos inativos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse cenário é alarmante, visto que a falta de movimento tem impactos profundos, não apenas na saúde geral da população, mas também no processo de recuperação de pacientes em tratamentos de longa duração.
O sedentarismo está diretamente ligado a uma série de complicações de saúde, que incluem doenças como obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão e problemas cardiovasculares. Para pacientes em reabilitação, essas consequências podem ser ainda mais prejudiciais, retardando a recuperação muscular e a funcionalidade física.
Francimar Ferrari, fisioterapeuta e coordenador de Fisioterapia da Clínica Florence Unidade Recife, explica que a inatividade pode prejudicar a saúde de qualquer pessoa, mas tem um efeito mais devastador para aqueles que já estão enfrentando desafios de recuperação.
“Indivíduos com comportamento sedentário costumam ter uma reserva osteoneuromuscular e cardiorrespiratória baixa, além de um sistema imunológico enfraquecido. Para pacientes em reabilitação ou cuidados paliativos, esses fatores podem tornar o processo de recuperação mais lento e doloroso”, destaca Ferrari. Isso ocorre porque, além de retardar a recuperação muscular, o sedentarismo também pode contribuir para o agravamento de condições como sarcopenia (perda de massa muscular) e fraqueza generalizada, dificultando ainda mais o restabelecimento da funcionalidade física.
![Francimar Ferrari, fisioterapeuta e coordenador de Fisioterapia da Clínica Florence Unidade Recife (Divulgação) Francimar Ferrari, fisioterapeuta e coordenador de Fisioterapia da Clínica Florence Unidade Recife (Divulgação)]() |
Francimar Ferrari, fisioterapeuta e coordenador de Fisioterapia da Clínica Florence Unidade Recife (Divulgação) |
Os riscos não param por aí. A falta de atividades físicas pode intensificar a dor muscular e articular, agravar a imobilidade e até promover o desenvolvimento da obesidade, uma preocupação significativa para pacientes com comorbidades. Esses fatores podem levar a um ciclo vicioso, em que a falta de movimento impede a reabilitação adequada e aumenta o risco de novas complicações.
Para combater esses efeitos, a prática regular de exercícios físicos é uma das estratégias mais eficazes, proporcionando uma série de benefícios que vão além da recuperação física. No caso de pacientes em reabilitação, a atividade física ajuda a preservar a autonomia funcional, prevenir complicações e reduzir o risco de doenças crônicas. “É possível reverter parcialmente os efeitos do sedentarismo em pacientes de diferentes estágios de reabilitação, desde que se adote uma abordagem estruturada e individualizada”, explica Ferrari.
Esse processo deve ser conduzido por profissionais qualificados, como fisioterapeutas, que elaboram programas de exercícios adaptados às condições de cada paciente. Exercícios funcionais são especialmente recomendados, pois ajudam a melhorar a saúde geral, a qualidade de vida e reduzem o risco de complicações futuras. Além disso, essas atividades devem ser progressivas, respeitando as limitações do paciente e sempre com o monitoramento constante para garantir que os objetivos sejam realistas e alcançáveis.
Para garantir o sucesso na reabilitação, é importante que haja o apoio da família. Eles devem incentivar o paciente a realizar atividades cotidianas, como levantar-se para as refeições ou tomar banho, sempre celebrando as pequenas conquistas. Ferrari sugere que, em muitos casos, os familiares podem ajudar a planejar atividades físicas que façam sentido para o paciente, incorporando-as na rotina ocupacional de maneira lúdica e acessível.
“Manter o paciente ativo exige paciência, criatividade e colaboração com a equipe de reabilitação. O objetivo não é a intensidade, mas sim a constância e a integração dos movimentos na rotina diária. Atividades simples, como tarefas domésticas ou até caminhar até a janela, já podem contribuir para a redução do sedentarismo e a melhoria da independência funcional”, conclui o fisioterapeuta.
Neste Dia Nacional Contra o Sedentarismo, a reflexão é clara: a prática de atividades físicas, mesmo em pequenas doses, é essencial para a saúde e recuperação de todos, especialmente para aqueles que estão em processo de reabilitação. A prevenção e o combate ao sedentarismo devem ser vistos como um compromisso diário com a qualidade de vida e bem-estar de cada indivíduo.